sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

     RDC/Conflito no leste  junta líderes internacionais em várias reuniões

Bissau, 07 Fev 25 (ANG) - As atenções internacionais estão voltadas, esta sexta-feira, para o conflito no leste da República Democrática do Congo.

Em Genebra, na Suíça, a pedido de Kinshasa, há Conselho de Direitos Humanos da ONU para se decidir sobre o arranque de uma investigação a crimes no país.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a Comunidade da África Oriental e a Comunidade Económica dos Estados da África Central também se vão reunir para tentar encontrar soluções.

Os esforços multiplicam-se no campo diplomático perante os receios de escalada do conflito no leste da República Democrática do Congo.

Em Dar es Salaam, na Tanzânia, reúnem-se, hoje e amanhã, os líderes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da Comunidade da África Oriental (EAC) e, este sábado, são esperados os Presidentes da República Democrática do Congo,Félix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagamé.

Em Malabo, na Guiné-Equatorial, o mesmo tema vai ser o destaque, esta sexta-feira, da cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).

Em Genebra, na Suíça, os 47 países-membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU juntam-se, a pedido de Kinshasa, para decidir se enviam uma missão para investigar crimes no leste da RDC. Na abertura, esta manhã, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse que “se nada for feito, o pior estará para vir para os habitantes do leste” do país.

Declaração feita um dia depois de o secretário-geral d ONU, António Guterres, ter pedido para se calarem as armas, se parar a escalada da guerra e se respeitar a soberania e a integridade territorial da República Democrática do Congo.

Silenciem as armas ! Párem a escalada ! Respeite-se a soberania e a integridade territorial da República Democrática do Congo. Defenda-se o direito internacional em matéria de direitos humanos e o direito internacional humanitário. Não há solução militar. É tempo de todos os signatários do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação para a RDC e a região honrarem os seus compromissos. Chegou a hora da mediação. É tempo de pôr fim a esta crise. Chegou a hora da paz. O que está em jogo é demasiado elevado e precisamos do papel activo e construtivo de todos os intervenientes.

A reunião extraordinária é realizada a pedido de Kinshasa, com o apoio de cerca de 30 países-membros do Conselho, nomeadamente a Bélgica e a França, para examinar a crise no leste da RDC, onde o grupo armado M23, com o apoio do Ruanda, tomou, na semana passada, o controlo da cidade de Goma.

A RDC apresentou inclusivamente um projecto de resolução que espera ver aprovado, no qual se “condena de forma firme o apoio militar e logístico das Forças de Defesa do Ruanda ao grupo armado M23”, “pede ao M23 e ao Ruanda para pararem imediatamente com as violações dos direitos humanos” e prevê “com urgência uma missão independente para estudar as graves violações e ataques aos direitos humanos e graves violações do direito humanitário cometidas nas províncias do Norte e Sul Kivu”.

No terreno, na quarta-feira, o M23 e as tropas ruandesas lançaram uma nova ofensiva e tomaram o controlo da cidade de Nyabibwe, a cerca de 100 quilómetros de Bukavu, rompendo com o próprio cessar-fogo unilateral que tinham implementado um dia antes.  Na quinta, fontes humanitárias e locais afirmaram que as forças congolesas se estavam a preparar para um ataque à vila de Kuvamu, que abriga o aeroporto provincial e que fica a 30 quilómetros de Bukavu, a capital provincial de Kivu Sul.

Também esta quinta-feira, o M23 disse querer “libertar toda a RDC", na primeira reunião pública em Goma, a cidade cuja conquista resultou na morte de, pelo menos, 2.900 pessoas, de acordo com as Nações Unidas. ANG/RFI

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