Abortada “tentativa de Golpe de Estado” na Guiné-Bissau
Bissau, ANG - O Presidente da União Africana, Jean Ping chega esta terça-feira à Bissau para se inteirar dos incidentes militares de segunda-feira, na sequência dos quais foram detidos o chefe de Estado Maior da Armada, José Américo Bubo Na Chuto e vários outros militares não identificados.
2 de Abril de 2010/ foto arquivo |
Uma alegada tentativa de golpe de Estado teria sido planeada por um grupo que integra militares e civis que na segunda-feira entrou em acção, mas, ao que tudo indica, sem sucesso.
Os bissauenses foram acordados com troca de tiros de armas automáticas. O Governo, na pessoa do ministro da Educação, Artur Silva disse ter-se tratado de um assalto ao paiol das Forças Armadas sito no aquartelamento do exército, em Bissau.
Refere-se que o grupo de militares envolvidos no assalto terá transportado as armas roubadas ao aquartelamento da Marinha nacional.
Em declarações a imprensa estrangeira hoje, O Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior manifestou sua surpresa por esta alegada tentativa de inversão da ordem constitucional e lamentou que os acontecimentos tenham tido lugar numa altura em que o país “atingiu importantes patamares”, apreciados inclusive pela comunidade internacional.
O governante desdramatizou o sucedido, considerando-o de um “acidente de percurso” e mostrou-se confiante num futuro risonho para a Guiné-Bissau. O chefe do executivo guineense realçou a necessidade de se acelerar o processo da reforma dos sectores da defesa e segurança, conceito que disse ser essencial para a criação de clima de paz e estabilidade no país.
Na obstante reconhecer a gravidade do sucedido, o chefe de executivo pediu confiança da comunidade internacional nas autoridades nacionais que tudo fará para assegurar o bem-estar da população guineense.
Em comunicado produzido após uma reunião, o Governo condena o acto e decide criar uma comissão de inquérito para melhor esclarecimento do caso.
Observadores em Bissau não hesitaram em considerar que terá havido uma tentativa de Golpe de Estado, mas após uma reunião com chefias militares, o governo na pessoa do ministro da educação limitou-se a confirmar a versão relacionada ao assalto ao paiol do aquartelamento do exército.
“Não quero avançar com nomes de pessoas implicadas, mais tarde vocês saberão de mais detalhes”, prometeu Artur Silva declinando revelar o nome dos envolvidos nesta suposta tentativa de “subversão a ordem constitucional”, conforme o apelidou o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, que também esteve presente no encontro.
António Injai, que evoca a questão de inquérito sobre os factos que ainda estaria em curso, não deu mais pormenores sobre a suposta sublevação, mas denunciou que “altas patentes militares e alguns elementos civis estariam implicados.
Não houve vítima mortal, apenas feridos graves depois de breve troca de tiro entre os supostos amotinados e elementos do batalhão de Mansoa que conseguiram recuperar o controlo do aquartelamento de QG aonde os primeiros se encontravam entrincheirados.
Injai, avançou que grande parte dos supostos implicados estariam já sob custódia das autoridades e garantiu que a situação do país, sob o ponto de vista militar, estaria já sob controlo das Forças Armadas guineenses.
Mais tarde, na sessão do Conselho de Ministros, presidido pelo Presidente da ANP, Raimundo Pereira e alargada ao Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, seu vice e demais chefias, António Injai Voltou a reafirmar a total subordinação das FA, s ao poder político e sua contribuição para a instauração da paz no país.
Raimundo Pereira, na qualidade de Presidente interino, depois de ouvir as explicações, ordenou imediata abertura de inquérito conjunto entre as FA, s e a Procuradoria-geral das Republica para esclarecer a situação e identificar os autores para serem presentes a justiça.
O Chefe de Estado Interino apelou calma a população e pediu o governo a prosseguir com as reformas em curso no sector da Defesa e Segurança, as quais visam assegurar melhores condições de vida aos militares e policiais e modernizar as forças de defesa e segurança.
Entretanto, o Chefe de Estado Maior da Armada guineense, José Américo Bubo na Tchuto que foi detido, no âmbito das operações militares em curso, por supostas implicações neste caso, foi conduzido ao quartel de Mansoa, 60 quilómetros ao norte de Bissau.
No entanto, a calma retomou esta terça-feira, com as lojas e instituições públicas em funcionamento, e os transportes em circulação por todo país.
A vida regressou a normalidade depois de uma noite cortada por disparos esporádicos de armas automáticas no bairro de Luanda onde se situa o quartel do Exército.
O governo está reunido em conselho de ministros e o ministro dos Negócios estrangeiros reúne-se com o corpo diplomático e instituições internacionais sedeados em Bissau.
ANG/JAM
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