Dia dos Heróis Nacionais/ PAIGC volta a ser impedido de homenagear Amílcar Cabral no Mausoléu Amílcar Cabral
Bissau, 21 jan 24 (ANG) – O Partido Africano da Independência da Guiné Cobo
Verde(PAIGC) voltou a ser impedido de ceder às instalações do Estado Maior General
das das Forças Armadas para homenagear
Amílcar Cabral e outros combatentes.
Califa Seidi, um dos vices Presidente do partido, disse que nas últimas horas
receberem informação, através de correspondência, de que a delegação do PAIGC não pode ter acesso ao
local.
O mausoléu de Amílcar Cabral está nas
instalações do Estado Maior General das
das Forças Armadas em Amura e lá estão sepultados os restos mortais de
Amílcar Cabral, fundador das nacionalidades
guineense e cabo-verdiana.
Afirmou que, ontem, segunda-feira
foi 20 de janeiro e toda gente sabe, foi neste dia que assassinaram
barbaramente em Conacri o Amílcar Cabral. Então desde lá, o PAIGC e próprio Estado da Guiné-Bissau considera 20
de janeiro como Dia dos Heróis Nacionais.
Califa Seidi afirmou que homenagem ao Amílcar Cabral não será beliscada por
este impedimento, porque mesmo estando nas suas respetivas casas ou na sede do
partido podem homenagear Amílcar.
“Temos muitos heróis que lutaram pela liberdade e independência da Guiné-Bissau
e Cabo Verde, por isso mesmo, nós não podemos de forma alguma deixar passar
está data sem redermos homenagem aquele
que foi obreiro principal da nossa independência,
que é Amílcar Cabral”, disse Califa Seidi.
Informou que, a data também é o
culminar de uma série de actividades realizadas no âmbito do centenário de
Amílcar Cabral, frisando que, como se lembram
foi a 20 de janeiro de 2024 que iniciou tudo um processo da celebração
do Centenário do nascimento de Amílcar Cabral.
“Então, estamos satisfeito com tudo o que foi feito durante a comemoração
dos 100oanos de Cabral, que teve o seu ponto mais alta no dia 12 de setembro de
2024, em Bafatá na sua casa natalícia, então de facto todos os guineenses celebraram
com certa dignidade o centenário de Amical Cabral. Não só na Guiné-Bissau, mas
também em tudo mundo. Tudo o mundo mesmo celebrou 100 anos de Amílcar Cabral”, afirmou.
O vice Presidente do PAIGC disse que, esta celebração demonstra que a
dimensão de Amílcar Cabral, ultrapassa os países que lutou para suas libertação,
ou seja é uma dimensão multifacetada, daí que é motivo de satisfação por aquilo
que tem sido a celebração mais digna feita pelas entidades, instituições e países.
“Nós sempre inspiramos nos pensamentos de Amílcar Cabral, tanto nas ações
revolucionárias, na arma de teoria de Amílcar. Portanto com a sua morte todos
pensavam, sobretudo o regime colonial, que ia acabar com o PAIGC e com luta,
pelo contrário inspirou e motivou ainda mais os combatentes e deram de facto
aquele golpe final no mesmo ano em que foi assassinado pelo colonialismo em 1973 e em 1974 foi apenas o
ano de formalização da independência, proclamada em 1973.
Embora, conforme Califa Seidi, muitos dizem que a independência foi 1974, por
ser o ano que o colonialismo português reconheceu o Estado da Guiné Bissau, salientando
que, não o Estado da Guiné-Bissau já tinha sido reconhecido por maioria dos países ao nível do Sistema da Nações Unidas.
Adiantou que, Portugal tinha só que acompanhar, porque não tinha outra
alternativa se não aceitar a independência e o Estado da Guiné Bissau.
“Por isso que nós pensamos que o PAIGC vai
inspirar sempre nos ideais de Amílcar Cabral. Ele fundou o partido, porque tinha ideia clara de que era necessário
criar um partido e não uma Frente ou Movimento de libertação, apesar das exigências
que isso implicava na altura, que é a mesma coisa que criar um Movimento, razão
pelo qual ele, Cabral, dizia que o PAIGC não é para a independência, mas sim o
PAIGC é da independência”, revelou Califa Seidi.
Instado a falar se vão inspirar nas ideias de Amílcar Cabral para lutar
pela consolidação da democracia, o vice presidente do PAIGC disse que sim,
alegando que é por isso, que estão a homenageá-lo
e que ninguém lhes pode impedir.
Questionado ainda sobre o facto dos
ideais de Amílcar Cabral, dos quais é a liberdade e justiça, mas que no entanto
o PAIGC continua a reclamar pela liberdade e justiça, Califa Seidi disse que de
facto há pessoas que pretendem sequestrar esta independência e essa liberdade,
prometendo que vão continuar a lutar
para reconquista da independência e para resgatar a liberdade alcançada.
“Porque Amílcar Cabral lutou até a morte. Ele não quis ser amarado. Se tivesse aceite talvez não estaria morto, mas recusou porque estamos a lutar
para libertarmos das amaras do colonialismo português e de tudo que era
impedido de fazer como um povo livre”, sustentou o vice Presidente do PAIGC.
Acrescentou que agora também não podem de forma alguma, qualquer que seja circunstância, deixar de lutar pela liberdade que neste momento alguns estão a tentar privar-lhes desse valor conquistado através de uma luta árdua.ANG/LPG/ÂC
Sem comentários:
Enviar um comentário