terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Dia dos Heróis Nacionais/ PAIGC volta a ser impedido de homenagear Amílcar Cabral no Mausoléu Amílcar Cabral

Bissau, 21 jan 24 (ANG) – O Partido Africano da Independência da Guiné Cobo Verde(PAIGC) voltou a ser impedido de  ceder às instalações do Estado Maior General das  das Forças Armadas para homenagear Amílcar Cabral e outros combatentes.

Califa Seidi, um dos vices Presidente do partido, disse que nas últimas horas receberem informação, através de correspondência, de que  a delegação do PAIGC não pode ter acesso ao local.

O mausoléu de Amílcar Cabral  está nas instalações do Estado Maior General das  das Forças Armadas em Amura e lá estão sepultados os restos mortais de Amílcar Cabral, fundador das nacionalidades  guineense e cabo-verdiana.

 Afirmou que, ontem, segunda-feira foi 20 de janeiro e toda gente sabe, foi neste dia que assassinaram barbaramente em Conacri o Amílcar Cabral. Então desde lá, o PAIGC  e próprio Estado da Guiné-Bissau considera 20 de janeiro como Dia dos Heróis Nacionais.

Califa Seidi afirmou que homenagem ao Amílcar Cabral não será beliscada por este impedimento, porque mesmo estando nas suas respetivas casas ou na sede do partido podem homenagear Amílcar.

“Temos muitos heróis que lutaram pela liberdade e independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, por isso mesmo, nós não podemos de forma alguma deixar passar está data sem redermos  homenagem aquele que foi obreiro principal  da nossa independência, que é Amílcar Cabral”, disse Califa Seidi.

Informou que, a data também  é o culminar de uma série de actividades realizadas no âmbito do centenário de Amílcar Cabral, frisando que, como se lembram  foi a 20 de janeiro de 2024 que iniciou tudo um processo da celebração do Centenário do nascimento de Amílcar Cabral.

“Então, estamos satisfeito com tudo o que foi feito durante a comemoração dos 100oanos de Cabral, que teve o seu ponto mais alta no dia 12 de setembro de 2024, em Bafatá na sua casa natalícia, então de facto todos os guineenses celebraram com certa dignidade o centenário de Amical Cabral. Não só na Guiné-Bissau, mas também em tudo mundo. Tudo o mundo mesmo celebrou 100 anos de Amílcar Cabral”,  afirmou.

O vice Presidente do PAIGC disse que, esta celebração demonstra que a dimensão de Amílcar Cabral, ultrapassa os países que lutou para suas libertação, ou seja é uma dimensão multifacetada, daí que é motivo de satisfação por aquilo que tem sido a celebração mais digna feita pelas entidades, instituições e países.

“Nós sempre inspiramos nos pensamentos de Amílcar Cabral, tanto nas ações revolucionárias, na arma de teoria de Amílcar. Portanto com a sua morte todos pensavam, sobretudo o regime colonial, que ia acabar com o PAIGC e com luta, pelo contrário inspirou e motivou ainda mais os combatentes e deram de facto aquele golpe final no mesmo ano em que foi assassinado pelo  colonialismo em 1973 e em 1974 foi apenas o ano de formalização da independência, proclamada em 1973.

Embora, conforme   Califa Seidi,  muitos dizem que a independência foi 1974, por ser o ano que o colonialismo português reconheceu o Estado da Guiné Bissau, salientando que, não o Estado da Guiné-Bissau já tinha sido reconhecido por maioria dos  países ao nível do Sistema da Nações Unidas.

Adiantou que, Portugal tinha só que acompanhar, porque não tinha outra alternativa se não aceitar a independência e o Estado da Guiné Bissau.

“Por isso que nós pensamos que o PAIGC vai  inspirar sempre nos ideais de Amílcar Cabral. Ele fundou o partido,  porque tinha ideia clara de que era necessário criar um partido e não uma Frente ou Movimento de libertação, apesar das exigências que isso implicava na altura, que é a mesma coisa que criar um Movimento, razão pelo qual ele, Cabral, dizia que o PAIGC não é para a independência, mas sim o PAIGC é da independência”, revelou Califa Seidi.

Instado a falar se vão inspirar nas ideias de Amílcar Cabral para lutar pela consolidação da democracia, o vice presidente do PAIGC disse que sim, alegando que é  por isso, que estão a homenageá-lo e que ninguém lhes pode impedir.

Questionado ainda  sobre o facto dos ideais de Amílcar Cabral, dos quais é a liberdade e justiça, mas que no entanto o PAIGC continua a reclamar pela  liberdade e justiça, Califa Seidi disse que de facto há pessoas que pretendem sequestrar esta independência e essa liberdade, prometendo que vão continuar a  lutar para reconquista da independência e para resgatar a liberdade alcançada.

“Porque Amílcar Cabral lutou até a morte. Ele não quis ser amarado. Se tivesse aceite talvez não estaria morto, mas recusou porque estamos a lutar para libertarmos das amaras do colonialismo português e de tudo que era impedido de fazer como um povo livre”, sustentou o vice Presidente do PAIGC.

 Acrescentou que  agora também não podem de forma alguma, qualquer que seja circunstância, deixar  de lutar pela liberdade que neste momento alguns estão a tentar  privar-lhes desse valor conquistado através de uma luta árdua.ANG/LPG/ÂC

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