Médio Oriente/ Povo de Gaza corre sério risco de morrer à fome
Bissau, 12 Mai 25 (ANG) - A população da Faixa de
Gaza corre um risco sério de morrer à fome se Israel não levantar o bloqueio à
ajuda humanitária e interromper a sua campanha militar, alertaram hoje
especialistas em segurança alimentar.
A fome total é o cenário
mais provável para a região, a menos que as condições se alterem, de acordo com
as conclusões da Classificação de Fases de Segurança Alimentar Integrada
(conhecida como IPC), a principal autoridade internacional de avaliação da
gravidade das crises de fome.
Quase meio milhão de palestinianos está em níveis
"catastróficos" de fome, o que significa que enfrentam uma possível
inanição, refere o relatório, adiantando que há mais outro milhão em níveis
"emergenciais" de fome.
Israel proibiu a entrada de alimentos, abrigos, medicamentos e
outros bens no território palestiniano nas últimas 10 semanas, apesar de ter
reforçado os ataques aéreos e operações de ataque terrestres.
A população de Gaza, de cerca de 2,3 milhões de pessoas, depende
quase inteiramente de ajuda externa para sobreviver, porque a campanha militar
de Israel, que já dura há 19 meses, eliminou a quase totalidade da capacidade
de produção de alimentos dentro do território.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,
não comentou as conclusões do relatório do IPC.
O exército considera que entrou assistência suficiente em Gaza
durante o cessar-fogo de dois meses que Israel quebrou em meados de março,
quando relançou a sua campanha militar.
Segundo o Governo de Telavive, o bloqueio tem como objetivo
pressionar o grupo islamita palestiniano Hamas a libertar os reféns que ainda
mantém retidos na Faixa de Gaza.
Ainda assim, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita,
Gideon Saar, afirmou no domingo que o seu país "apoia totalmente" a
iniciativa dos Estados Unidos de distribuir ajuda humanitária à região.
Há várias semanas que as Nações Unidas e as organizações
não-governamentais (ONG) de ajuda humanitária no local têm alertado para a
escassez de alimentos, medicamentos e combustível no território palestiniano.
Mas, na opinião do ministro israelita, o bloqueio de Israel
justifica-se por o "Hamas ter roubado a ajuda ao povo e lucrado com ela.
Usou-a para alimentar a sua máquina de guerra. Usou-a para preservar a sua
posição de força, em detrimento da população civil", acusou Gideon Saar.
"Se a ajuda continuar a ir para o Hamas em vez ser dada ao
povo de Gaza, a guerra nunca terminará", alertou.
Na sexta-feira, o embaixador norte-americano em Israel anunciou
uma nova iniciativa que o seu país diz que vai implementar em breve para ajudar
os palestinianos.
"Os israelitas estarão envolvidos no fornecimento da segurança militar necessária, uma vez que esta é uma zona de guerra, mas não participarão na distribuição de alimentos, nem mesmo na sua entrega a Gaza", disse.ANG/Lusa

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