Vaticano/Papa defende libertação de jornalistas presos e liberdade de expressão
Bissau, 12 Mai 25 (ANG) - O Papa Leão XIV pediu hoje
a libertação dos jornalistas presos e "a salvaguarda do bem precioso da
liberdade de expressão e de imprensa", durante uma audiência com a
comunicação social que acompanhou o conclave.
Perante milhares de
jornalistas reunidos no Salão Paulo VI para a primeira audiência do seu pontificado,
o primeiro Papa norte-americano disse querer "reiterar a solidariedade da
Igreja para com os jornalistas presos por procurarem e reportarem a
verdade", pedindo a sua libertação.
"A Igreja reconhece nestes testemunhos - penso naqueles que
narram a guerra, mesmo à custa da própria vida - a coragem daqueles que
defendem a dignidade, a justiça e o direito dos povos a serem informados,
porque só as pessoas informadas podem tomar decisões livres", afirmou
Robert Francis Prevost, na sua mensagem.
"O sofrimento destes jornalistas presos desafia a
consciência das nações e da comunidade internacional e convoca-nos a todos para
salvaguardar o precioso valor da liberdade de expressão e de imprensa",
acrescentou.
O Papa, de 69 anos e eleito há quatro dias, iniciou a sua
mensagem com as palavras: "Bem-aventurados os que trabalham pela
paz", pedindo aos profissionais da imprensa que "usem um tipo
diferente de comunicação, que não procure o consenso a todo o custo, que não se
revista de palavras agressivas, que não abrace o modelo da competição e que
nunca separe a busca da verdade do amor com que devemos procurá-la
humildemente".
Para Leão XIV, a forma como comunicamos é de importância
fundamental, pelo que se deve "dizer não à guerra das palavras e das
imagens".
Admitindo que o mundo está "a viver tempos difíceis de
navegar e de comunicar", o Papa lembrou aos jornalistas que "estão na
linha da frente", quando narram conflitos e esperanças de paz ou situações
de injustiça e pobreza".
Por isso, pediu-lhes que "escolham consciente e
corajosamente o caminho da comunicação da paz", tendo sido aplaudido pelos
jornalistas em vários momentos do discurso.
Leão XIV destacou ainda que o imenso potencial dos
desenvolvimentos tecnológicos e da inteligência artificial exige responsabilidade
e discernimento.
Um tema que já tinha abordado no fim de semana, quando explicou
que a escolha do seu nome de Papa se deveu ao facto de acreditar que a Igreja
deve enfrentar atualmente os desafios de "outra revolução industrial"
que é o desenvolvimento da Inteligência Artificial.
"O Papa Leão XIII, com a histórica Encíclica 'Rerum
Novarum', abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução
industrial e hoje a Igreja oferece a todos o seu legado de doutrina social para
responder a uma nova revolução industrial e aos desenvolvimentos da
Inteligência Artificial, que traz novos desafios na defesa da dignidade humana,
da justiça e do trabalho", concluiu.ANG/Lusa

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