Médio Oriente/Seis países europeus condenam novo plano de Israel para Gaza
Bissau, 07 Mai 25 (ANG) - Seis países europeus
condenaram hoje o novo plano de Israel para Gaza, território que sublinham ser
"parte integrante do Estado da Palestina" e que "pertence ao
povo palestiniano".
Numa
declaração conjunta "sobre o plano israelita para alargar as suas
operações militares em Gaza", os ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE)
de Espanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Noruega e Eslovénia expressam
"grande preocupação" em relação ao anúncio de Israel, que prevê
também, sublinham, "estabelecer uma presença israelita prolongada"
naquele território palestiniano.
"Isto ultrapassaria mais um limite,
marcaria uma nova e perigosa escalada e poria em risco qualquer perspetiva de
uma solução viável para dois Estados [Israel e Palestina]", defendem os
seis ministros.
Para estes países, "uma nova escalada
militar em Gaza vai unicamente agravar a situação já de si catastrófica para a
população civil palestiniana e pôr em risco a vida dos reféns que permanecem em
cativeiro".
"Rejeitamos firmemente qualquer mudança
demográfica ou territorial em Gaza, incluindo qualquer plano que force ou
facilite a deslocação permanente da sua população, o que seria uma violação do
Direito internacional. Também nos opomos firmemente a um sistema que não
garanta que toda a população tenha acesso a ajuda humanitária. Gaza é parte
integrante do Estado da Palestina, que pertence ao povo palestiniano",
lê-se na declaração dos seis chefes da diplomacia.
Os ministros acrescentam que Israel impede há
mais de dois meses o acesso a ajuda humanitária por parte da população de Gaza,
assim como o abastecimento comercial do território, e pedem ao Governo de
Telavive que "levante imediatamente o bloqueio".
"É essencial facilitar ajuda a todos os
civis que dela precisam, sem discriminação, e respeitar os restantes princípios
humanitários de imparcialidade, independência e neutralidade", afirmam.
Para estes países, "o que é necessário
com mais urgência do que nunca" é "retomar o cessar-fogo" em
Gaza "e libertar incondicionalmente todos os reféns" feitos pelo
grupo islamita radical Hamas em outubro de 2023, num ataque em território
israelita.
Na segunda-feira, o governo israelita
anunciou o lançamento de uma nova campanha militar que inclui a
"conquista" da Faixa de Gaza e a deslocação maciça da sua população
dentro do território.
"Gaza será totalmente destruída",
afirmou na terça-feira o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de
extrema-direita, quando questionado sobre a sua visão para o período pós-guerra
em Gaza.
Depois de ter sido deslocada para sul, a população
de Gaza começará a "partir em grande número para países terceiros",
afirmou Smotrich numa conferência no colonato israelita de Ofra, na
Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967. ANG/Lusa

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