ONU/Guterres pede mais financiamento e apoio político para missões da organização
Bissau, 13 Mai 25 (ANG) - O secretário-geral da
ONU pediu hoje mais financiamento e apoio político para as missões de paz, num
momento em que o mundo regista o maior número de conflitos simultâneos desde
que a organização foi fundada, há 80 anos.
“Estamos a enfrentar o maior número de conflitos
desde a fundação das Nações Unidas e um número recorde de pessoas está a fugir
e a atravessar fronteiras, em busca de segurança e refúgio", afirmou
António Guterres, no início de uma reunião ministerial, em Berlim, para abordar
a temática da paz.
Depois de observar um minuto de silêncio
pelos 4.400 capacetes azuis (como são conhecidos os elementos que integram as
missões de manutenção da paz da ONU) que morreram em serviço, o
secretário-geral da organização destacou algumas das áreas onde são necessárias
reformas.
Desde logo, é necessário estudar como as
missões de paz podem operar de forma mais adaptável, flexível e resiliente e
ser adaptadas a cada conflito, observou Guterres, citando, como inspiração, o
plano de adaptação recentemente desenvolvido pela Força Interina das Nações
Unidas no Líbano (UNIFIL).
Em segundo lugar, Guterres levantou a
necessidade de estabelecer "regras e processos mais flexíveis" para
fazer um bom uso dos "recursos, cada vez mais limitados", disponíveis
para estas operações, que exigem contribuições previsíveis e duradouras, tanto
financeiras como logísticas.
Isto implica, entre outras coisas,
"garantir que os novos mandatos podem ser alcançados com os recursos
disponíveis" e são organizados em coordenação com os Estados-membros e o
Conselho de Segurança, afirmou.
Por último, Guterres sublinhou que as
operações de manutenção da paz não podem ter sucesso sem uma solução política
para o conflito em causa, sendo necessário mobilizar um maior apoio
internacional para a alcançar.
"Procurar estas soluções políticas exige
uma abordagem apropriada para conduzir as nossas operações, o que inclui apoio
político unificado dos Estados-membros, uma liderança forte, tropas bem
treinadas, equipamento e tecnologia", defendeu.
Os gastos em missões de manutenção da paz
representam apenas 0,5% do total das despesas militares, embora estas operações
continuem a estar entre as ferramentas mais eficazes e económicas para
construir paz e segurança, segundo frisou o secretário-geral da ONU.
"Infelizmente, as operações de
manutenção da paz estão a enfrentar graves problemas de liquidez",
lamentou o ex-primeiro-ministro português, apelando a todos os Estados-membros
para que respeitem as suas obrigações financeiras, pagando as suas
contribuições atempadamente e na totalidade.
"Agora, mais do que nunca, o mundo
precisa das Nações Unidas", concluiu.
Na quarta-feira, que será o segundo e último
dia desta reunião ministerial a decorrer em Berlim, os Estados-membros
participantes deverão anunciar novos contributos financeiros para as missões de
paz da ONU.ANG/Lusa

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