Síria/Trump pede ao líder sírio que expulse "terroristas palestinianos"
Bissau, 14 Mai 25 (ANG) - O presidente
norte-americano, Donald Trump, pediu hoje ao líder do Governo de transição da
Síria, Ahmad al-Sharaa, para expulsar os "terroristas palestinianos"
da Síria, durante uma reunião em Riade, segundo a Casa Branca.
O presidente norte-americano
"encorajou" o líder sírio a "expulsar os terroristas
palestinianos", segundo a Casa Branca.
Sob os governos de Bashar Al-Assad, a Síria
acolheu durante décadas inúmeras fações palestinianas, incluindo membros do
grupo islamita Hamas e da 'Jihad' Islâmica.
O encontro entre os dois líderes aconteceu
durante a reunião especial de líderes do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG),
em Riade, na Arábia Saudita, e durou 33 minutos, o primeiro encontro entre
líderes dos dois países em 25 anos. A reunião contou com a presença do príncipe
herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, e do presidente turco, Recep Tayyip
Erdogan, que participaram na conversa virtualmente.
Trump declarou na terça-feira que
"ordenaria o fim das sanções contra a Síria", que estão a pesar muito
sobre a economia do país, que está esgotada após 14 anos de guerra civil. Esta
decisão foi particularmente exigida pela Arábia Saudita e pela Turquia.
A Casa Branca referiu hoje que Trump pediu a
al-Sharaa que "dissesse a todos os terroristas estrangeiros para
abandonarem a Síria" e ajudasse os Estados Unidos a impedir qualquer
ressurgimento do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).
O presidente norte-americano conversou com o
líder sírio para que aderisse aos Acordos de Abraão, pelos quais vários países
árabes reconheceram Israel em 2020, segundo a Casa Branca.
Trump pediu ainda que o governo sírio
"assumisse a responsabilidade" por mais de uma dezena de centros de
detenção que mantêm cerca de 9.000 alegados membros do grupo Estado Islâmico,
acrescentou Leavitt.
As prisões são geridas pelas Forças
Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos EUA e lideradas pelos curdos, que
lideraram a campanha militar contra os extremistas e controlaram a último zona
que os 'jihadistas' detinham em março de 2019.
No âmbito de um acordo assinado em março
entre o governo sírio e as FDS, todas as passagens fronteiriças com o Iraque e
a Turquia, aeroportos e campos petrolíferos no nordeste seriam colocados sob o
controlo do governo central até ao final do ano.
O desejo de Trump de que a Síria assuma o
controlo das prisões também sinaliza o potencial de uma retirada militar
norte-americana total da Síria.
Entretanto, o passado de al-Sharaa suscita
preocupação em Israel, nomeadamente após ter sido nomeado presidente interino
da Síria em janeiro, um mês após uma impressionante ofensiva de grupos insurgentes
liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), liderado por al-Shaara, que
tomaram Damasco e colocaram um fim ao governo de 54 anos da família al-Assad.
Muitos líderes do Golfo Árabe uniram-se em
apoio do novo governo de Damasco e querem que Trump também o faça, acreditando
ser necessário contra o regresso da influência na Síria do Irão, que ajudou a
sustentar o governo de al-Assad durante uma guerra civil de uma década.
Mas Israel, aliado dos Estados Unidos, tem-se mostrado profundamente cético em relação ao passado extremista de al-Sharaa e tem alertado contra o rápido reconhecimento do novo governo. ANG/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário