terça-feira, 7 de maio de 2024

Justiça /Detidos 64 estrangeiros suspeitos de receberem treinamento militar secreto  no país 

Bissau, 07 Mai 24 (ANG) – As forças de segurança e serviços Secretos da Guiné-Bissau realizaram uma operação conjunta, no dia 29 de Abril, que resultou na detenção de 64 indivíduos de diferentes nacionalidades suspeitos de receberem treinamento militar clandestino na região de Gabu, noticiou hoje a Rádio Sol Mansi.

Os treinamentos decorriam durante a noite, na antiga pista de aviação de Gabu, o que deixaram os moradores daquela zona assustados.

Os treinos começavam todos os dias por volta das 21 horas e vão até à madrugada.

De acordo com a Rádio Sol Mansi, os detidos são de diversas nacionalidades, nomeadamente cidadãos de Mali, da Guiné-Conacri,  da Costa de Marfim e Mauritânia.

Esta situação levantou  preocupações sobre possíveis atividades ilícitas na região. Entre os presos estão quatro mulheres e um adolescente da nacionalidade Conacri-Guineense.

 A Sol Mansi refere             que  a descoberta das atividades clandestinas e a subsequente detenção dos suspeitos foram resultados diretos de várias denúncias feitas pelos populares daquela zona.

A  Rádio Sol Mansi  noticiou que as fontes  não especificaram  a natureza exata do treinamento realizado pelos detidos, mas confirmam que as pessoas presas não usavam uniformes militar ou policial e nem utilizavam armas de fogo, mas que puderam confirmar que se tratava de  instrução militar; desde a manipulação da arma até as técnicas do combate.

Segundo Rádio Sol Mansi,  os líderes do grupo foram presos com telemóveis de alta gama e com valores em dinheiro  que ultrapassam  milhão de francos cfa.

Segundo as mesmas fontes, citadas pela Rádio Sol Mansi, o que levantou mais suspeita  é que, apesar de exibirem luxos, justificaram que vieram para Guiné-Bissau à procura de trabalho, sem no entanto se apresentarem uma  documentação que comprovasse que tivessem entrado no país por via legal.

“Dos 64 indivíduos detidos durante a operação de segurança na região leste da Guiné-Bissau, sete (07) foram identificados como responsáveis e foram conduzidos para  Bissau, para interrogatório e investigação mais aprofundados, e os 57 foram encaminhados para a prisão de Bafatá”, transmitiu a RSM.

A Rádio Sol Mansi informou ter deslocado até a esquadra de polícia da Ordem Pública onde estes indivíduos se encontram detidos, mas que as autoridades locais se recusaram a fazer qualquer comentario sobre  o assunto,  que já é do conhecimento das autoridades políticas, militares e paramilitares.

Conforme a RSM  o centro prisional de Bafatá já enfrenta  dificuldades para garantir a alimentação dos detidos que consomem diariamente  25 kg de arroz.

 ANG/ Rádio Sol Mansi

Conflito de Djaal/Deputado mediador Marciano Indi confiante num entendimento entre partes

Bissau 07 Mai 24 (ANG) – O deputado da Nação e da CEDEAO eleito no circulo 10 pela Coligação PAI-Terra Ranka, Marciano Indi disse ,hoje, estar   confiante na resolução do conflito sobre  posse de terra que envolve duas  famílias das tabancas de Djaal de Baixo e da Ponta Nduta, no Setor de Safim, Região de Biombo.

Marciano Indi fez estas afirmações à ANG, ao falar na qualidade de um dos mediadores, das negociações em curso, com vista a resolução do diferendo que provocou uma vítima mortal e vários feridos, no passado dia 18 de Abril.

 “Esta situação   preocupa o Estado por isso o Comité de Estado do Setor de Safim também está envolvido nas negociações, na pessoa do seu Administrador, João Arlete. Juntos, desde o primeiro dia, estamos a fazer trabalhos junto das duas comunidades, com o apoio do Ministério do Interior, da Administração do Território e da Defesa que mobilizaram Forças de Segurança para prevenir mais estragos”,informou.

Para o deputado, é urgente haver uma reconciliação entre as partes para se evitar mais danos, e Indi diz que  os encontros com as partes está a ter resultados satisfatórios.

“Já  reunimos com lideres de opiniões, comités de tabancas, representantes de Régulos, entidades religiosas entre outras, e demonstraram  que as duas tabancas são uma só família”, salientou Marciano Indi.

Marciano Indi contou  que dois homens grandes, um de nome Nduta, da etnia Balanta e  outro Nbusi, da etnia Papel, aliaram e fundaram as duas tabancas inclusive  realizam cerimónias tradicionais juntas, por isso, diz, “hoje os seus filhos e netos não deviam  estar em confrontos”.

Marciano Indi disse que se algo de errado está a acontecer no seio das referidas familias deve ser corrigido com diálogo, acrescentando que a população da Djaal de Baixo compreendeu  que a ideia é boa e o entendimento e perdão deve reinar .

“Mostramos a eles  que apesar das vitimas, sobretudo a mortal, são da tabanca de Djaal,  não deve haver uma resposta na mesma moeda. Deve sim haver perdão para os irmãos da Ponta Nduta e vice-versa esquecendo todos os danos  do passado que as duas partes sofreram”,disse Marciano Indi.

O deputado disse que, ainda na segunda-feira, mantiveram outro encontro com as pessoas da Ponta Nduta, que demonstraram  a mesma disponibilidade, realçando que em encontros separados, a parte de  Djaal sugeriu  que  o espaço em conflito seja dividido para as duas tabancas .

Indi disse que a sugestão vai agora ser submetida a mesa de megociações  no  Comité de Estado  de Safim.

O deputado da CEDEAO defendeu  que os políticos devem combater as “faíscas” de tribalismo no país .

 “O problema de Djaal era entre duas familias, mas acabou por envolver toda a tabanca que até tempos atrás conviviam numa total harmonia e em prefeita sintonia.

“O Papel pode ir a cerimónia de circuncisão do Balanta e vice-versa, por isso, devemos fazer de tudo para não deixar que os interesses particulares ponham em causa a união entre os guineenses”,vincou Indi.

Uma pessoa morreu e várias outras ficaram feridas na sequência de confrontos, no passado dia 18 de Abril, entre aldeões de Djaal, comunidade habitada maioritariamente por indivíduos das etnias Balanta e Pepel.

ANG/MSC/ÂC//SG


Economia
/Preços das moedas para terça-feira, 7 de maio de 2024

MOEDA

COMPRAR

OFERTA

Euro

655.957

655.957

dólares americanos

605.750

612.750

Yen japonês

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3.980

Libra esterlina

760.250

767.250

Franco suíço

669.250

675.250

Dólar canadense

441.500

448.500

Yuan chinês

83.500

85.250

Dirham dos Emirados Árabes Unidos

164.500

167.250

 Fonte : BCEAO

Oslo/Presidente da Moldova denuncia protestos orquestrados por Rússia

Bissau, 07 Mai 24 (ANG) – A Presidente da Moldova, Maia Sandu, denunciou hoje a preparação de manifestações orquestradas por Moscovo para desestabilizar o país, onde as forças pró-russas estão a planear comemorar esta semana um momento-chave da história soviética.

Os partidos pró-russos da Moldova planeiam celebrar o aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, a 09 de maio, um elemento central da narrativa patriótica do Kremlin (presidência russa).

No mesmo dia, os apoiantes de Maia Sandu – cuja ambição é a adesão do país à União Europeia (UE) – planeiam assinalar o Dia da Europa.

“Não há nada de errado em manifestarem-se. A Moldova é um país democrático e estamos a fazer o que é necessário para garantir a liberdade de expressão dos cidadãos, quer concordem ou não com o Governo", disse a Presidente moldava, que está de visita a Oslo, Noruega.

“É uma questão diferente quando estes eventos são pagos a partir do exterior do país e quando as pessoas que saem para as ruas não estão lá com a sua própria agenda, mas com a de outra pessoa”, acrescentou, durante uma conferência de imprensa.

Os partidos pró-russos anunciaram recentemente, a partir de Moscovo, a criação de uma coligação sob a égide do oligarca moldavo fugitivo Ilan Shor, condenado à revelia por Chisinau por fraude, meses antes das eleições presidenciais previstas para 20 de outubro deste ano.

Desde a invasão russa da Ucrânia, Ilan Shor organiza regularmente manifestações contra o governo pró-europeu na capital moldava e noutras cidades, num contexto de tensões acrescidas entre a Rússia e a Moldova.

“A Rússia já tentou desestabilizar o país no passado. A Rússia tentou financiar os manifestantes no passado", sublinhou Sandu, salientando que as instituições da jovem democracia da Moldova resistiram.

“A Moldova é muitas vezes um campo de ensaio para os instrumentos híbridos da Rússia e, ao ajudar-nos, os nossos parceiros podem aprender com a nossa experiência” e preparar-se, acrescentou a chefe de Estado.

Hoje, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, anunciou uma ajuda adicional de 350 milhões de coroas (30 milhões de euros) à Moldova.

Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a Ucrânia.

A região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da guerra na Ucrânia devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição geoestratégica.

Kiev chegou mesmo a denunciar alegadas incursões russas na Ucrânia ocidental a partir da região separatista.

A Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na Moldova, em 1992. ANG/Lusa

 

Moçambique/ Daniel Chapo é o candidato da Frelimo para as presidenciais

Bissau, 07 Mai 24 (ANG) - Daniel Chapo, governador de Inhambane, é o candidato da Frelimo às eleições presidenciais, segundo anúncio  feito no domingo(5), pelo Presidente Filipe Nyusi que acabou com a especulação sobre um terceiro mandato.

O governador de Inhambane, Daniel Francisco Chapo, é o candidato da Frelimo às eleições presidenciais, anunciou o Presidente moçambicano, colocando um ponto final nas especulações à volta de um terceiro mandato.

“Terminou a novela de especulações, incluindo a especulação do terceiro mandato. A Frelimo respeita as leis e não havia nenhuma razão de especular porque está na lei”, explicou.

Filipe Nyusi felicitou Francisco Chapo, reconhecendo “a complexa missão de carregar a Frelimo até à vitória final”

O chefe de Estado de Moçambique agradeceu ainda a participação de Roque Silva, Samuel Esperança Dias, Francisco Montanheiro e Daniel José “por terem participado com responsabilidade no processo eleitoral, conferindo maior credibilidade e legitimidade à democracia interna no seio do nosso partido”.

Daniel Chapo garantiu que vai “trabalhar com base no programa da Frelimo” de forma a alcançar a vitória no dia 9 de Outubro.

De acordo com a agência de notícias Lusa, Daniel Chapo, actual governador de Inhambane, nasceu em Inhaminga, província de Sofala, centro de Moçambique, em 1977, depois da independência do país, em 1975. É formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, fez ainda o curso de Conservador e Notariado em 2004 e dez anos depois concluiu o mestrado em Gestão de Desenvolvimento pela Universidade Católica de Moçambique. Em Novembro de 2015 foi nomeado para o cargo de administrador do distrito de Palma, na província de Cabo Delgado, e em Março de 2016 assumiu as funções de governador da província de Inhambane.

A candidatura de Lutero Simango às eleições presidenciais foi aprovada, este domingo, 5 de Maio, por unanimidade dos 80 membros do Movimento Democrático de Moçambique. A Renamo, maior partido de oposição, poderá anunciar o candidato nos próximos dias.

Moçambique organiza no dia 9 de Outubro as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais. O prazo limite para apresentação ao Conselho Constitucional das listas de candidatos a Presidente da República vai até 10 de junho. ANG/RFI

 

Cimeira EUA-África/ Estados africanos vão de “mão estendida” à procura de financiamento

Bissau, 07 Mai 24 (ANG) - A 16ª Cimeira Empresarial EUA-África, organizada pelo Conselho Corporativo para África decorre desde segunda-feira, na cidade de Dallas.

­O evento vai decorrer até dia 09 de Maio e tem como tema central "EUA - Negócios em África: Parcerias para o sucesso sustentável". Serra Bango sublinha que os estados africanos vão de “mão estendida” a estas cimeiras, à procura de financiamento que depois não concretizam no terreno. Angola não foge à regra. 

De acordo com a organização, são esperados no norte do Texas, nos quatro dias de trabalho, mais de 1.500 executivos dos sectores públicos e privado dos Estados Unidos e de África, incluindo Chefes de Estado, centenas empresários norte-americanos e africanos de diferentes sectores, como o agro-negócio, energia, finanças, saúde, tecnologias de informação e comunicação, infra-estruturas, segurança, turismo, entre outros. ANG/RFI



Togo
/Faure Gnassingbé promulga nova Constituição  que o perpetua no poder

Bissau, 07 Mai 24 (ANG) – O Presidente do Togo promulgou uma nova Constituição, que altera o sistema presidencialista para uma república parlamentar e garante-lhe a permanência no poder sem limite de mandatos, garantido o domínio do parlamento.

Uma semana após as eleições legislativas e regionais em 29 de abril, dominadas pelo partido poder, União para a República (Unir), Faure Gnassingbé promulgou  segunda-feira a nova Constituição, aprovada apenas dez dias antes das eleições, e deverá agora renunciar ao cargo de chefe de Estado para assumir o de primeiro-ministro na qualidade de líder do partido mais votado.

De acordo com os resultados provisórios, que têm ainda de ser confirmados pelo Tribunal Constitucional, no caso das legislativas, e pelo Supremo Tribunal, no das eleições regionais, o Unir obteve 108 dos 113 lugares no parlamento, e 137 dos 179 lugares em disputa nas regionais.

O texto da Lei, que consagra a nova Constituição do país, transforma o Togo numa república com um sistema parlamentar de Governo que atribui "a maior parte dos poderes do executivo a um presidente do conselho de ministros”, escreveu hoje o Togo Breaking News.

O líder do partido político que detiver a maioria dos deputados na Assembleia Nacional assumirá as funções de chefe do Governo – comandar o exército e representar o Togo no estrangeiro - por um período de seis anos, “renovável tantas vezes quantas as que o seu partido detiver a maioria no hemiciclo", explica-se ainda na publicação.

Gnassingbé só podia candidatar-se a mais um mandato presidencial em 2025. A alteração da Constituição e o triunfo eleitoral do seu partido nas eleições de 29 de abril garantem-lhe, para já, os próximos seis anos no poder.

A nova Constituição aboliu ainda a eleição por sufrágio universal do chefe de Estado, que passa a ser eleito pelo parlamento, para um mandato único.

A oposição contesta fortemente as eleições – nomeadamente o "número abusivo de votos em vários centros", "atrasos no início da votação" e listas eleitorais "não afixadas" -, assim como a nova Magna Carta, que considera um “golpe de Estado constitucional”, e a forma de Gnassingbé se perpetuar à frente dos destinos do país, escreveu o Togo Breaking News.

Várias organizações internacionais, incluindo a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Africana e a Organização Internacional da Francofonia, saudaram a forma como decorreram as eleições, escrutinadas por apenas 70 observadores e às quais a Igreja Católica foi impedida de acompanhar no terreno.

Faure Essozimna Gnassingbé, que completa 58 anos em junho, está à frente do Togo há 19 anos, ano em que sucedeu ao pai, Eyadema Gnassingbé, morto em fevereiro desse ano, que governou o país com “mão de ferro” durante quase 38 anos.

A sua primeira eleição, em 2005, foi marcada pela violência que, segundo a ONU, causou entre 400 e 500 mortos.

Quatro anos mais tarde, não hesitou em mandar um dos seus meios-irmãos, Kpatcha, para a prisão por 20 anos por "tentativa de golpe de Estado".

Nos últimos anos, Gnassingbé tem-se afirmado progressivamente como mediador nas várias crises políticas que abalaram a África Ocidental. No Níger, por exemplo, os militares que estão no poder desde julho pediram-lhe que intercedesse junto da CEDEAO, o que não impediu o regime golpista de se retirar da instituição regional.

A França, antiga potência colonial e tradicional aliada da dinastia Gnassingbé, é particularmente sensível à estabilidade do Togo nesta região volátil, da qual está a ser gradualmente expulsa, na sequência dos recentes golpes de Estado no Mali, Burkina Faso e Níger.

Gnassingbé está também a intensificar esforços para se aproximar do Ocidente anglófono, tendo assinado a adesão do país à Commonwealth em 2022.

O Togo, pequeno país com oito milhões de habitantes, onde 40% da população vive abaixo do limiar de pobreza, ocupa o 167.º lugar entre 189 países no Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas. ANG/Lusa

 

Daca/Número de refugiados regista maior aumento em 2022 e atinge 35 milhões de pessoas

Bissau, 07 Mai 24 (ANG) – O número de refugiados no mundo atingiu 35,3 milhões de pessoas em 2022, valor que representa o maior aumento anual e que foi provocado sobretudo pela guerra na Ucrânia, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“No final de 2022, havia um total de 35,3 milhões de refugiados em todo o mundo, estando 29,4 milhões sob mandato do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e 5,9 milhões registados pela Agência das Nações Unidas para Ajuda aos Refugiados da Palestina (UNRWA)”, refere a OIM no seu relatório anual, hoje apresentado.

Segundo o documento, o número total de refugiados é o mais elevado registado pelos relatórios estatísticos modernos e o crescimento do número de refugiados entre 2021 e 2022 é o maior em termos anuais, o que se deve, “em grande parte, às fugas da Ucrânia depois da invasão da Rússia”.

A agência das Nações Unidas contabilizou cerca de 5,4 milhões requerentes de asilo, ou seja, pessoas que procuram proteção internacional e aguardam a determinação do seu estatuto de refugiado.

“Só em 2022, foram registados quase 2,9 milhões de pedidos de asilo em 162 países, o maior número de pedidos de asilo individuais alguma vez registado”, sublinha a OIM.

Nesse ano, o número global de novos pedidos de asilo individuais apresentados em primeira pela primeira vez foi de 2,6 milhões, um aumento de 83% em relação a 2021, acrescenta a organização.

O principal destino continua a ser os Estados Unidos, com cerca de 730.400 pedidos, número três vezes superior ao do ano anterior, enquanto a Alemanha é o segundo local preferido, com 217.800 novos pedidos.

A OIM sublinha ainda que os menores de 18 anos constituíram cerca de 41% do total de refugiados, tendo sido registados 51.700 pedidos de asilo feitos por crianças não acompanhadas.

Quase nove em cada 10 refugiados sob mandato do ACNUR provinham de 10 principais países de origem – Síria, Ucrânia, Afeganistão, Sudão do Sul, Myanmar, República Democrática do Congo, Sudão, Somália, República Centro-Africana e Eritreia –, lista que, à exceção da Ucrânia, se mantém intacta há muitos anos, alerta o relatório

“Dinâmicas de conflito novas, não resolvidas ou renovadas em países chave contribuíram significativamente para os números e tendências atuais”, justifica a OIM no documento, lembrando que “a invasão da Ucrânia pela Federação Russa, em 2022, resultou numa das maiores crises de deslocamento de pessoas desde a II Guerra Mundial”.

No ano em que começou a guerra, cerca de 5,7 milhões de ucranianos foram forçados a fugir, tornando a Ucrânia “no segundo maior país de origem de refugiados no mundo”.

No entanto, “o conflito prolongado na República Árabe Síria fez com que o país continuasse a ser a maior origem de refugiados do mundo no final de 2022 (6,5 milhões), mesmo que o número tenha representado uma diminuição em relação aos 6,8 milhões de 2021”, sublinhou a agência da ONU.

Além disso, acrescentou, “a instabilidade e a violência que fez do Afeganistão uma importante fonte de refugiados durante mais de 30 anos continuou, sendo o país o terceiro maior país de origem do mundo, com cerca de 5,7 milhões de refugiados em 2022, o que significa mais 2,7 milhões de pessoas do que em 2021”.

No total, os refugiados da Síria, Ucrânia, Afeganistão, Sudão do Sul, Myanmar e República Democrática do Congo representaram mais de metade da população refugiada mundial.

Tal como nos anos anteriores, mais de metade de todos os refugiados reside em 10 países.

“Em 2022, pelo sétimo ano consecutivo, a Turquia foi o maior país anfitrião do mundo, com quase 3,6 milhões de refugiados, sobretudo vindos da Síria”, adianta a análise da OIM.

O Paquistão e a República Islâmica do Irão também estiveram entre os 10 principais países de acolhimento, sendo os dois principais anfitriões de refugiados do Afeganistão, o segundo maior país de origem.

A restante lista foi ocupada pelo Uganda, Rússia, Alemanha, Sudão, Polónia, Bangladesh e Etiópia. ANG/Lusa

 


Ambiente
/PR defende criação de modelo próprio para desenvolvimento socio-económico do país

Bissau, 07 Mai 24 (ANG) - O Presidente da República defendeu segunda-feira que é importante haver um diálogo nacional para se defiir um modelo próprio de desenvolvimento socio-económico do país.

Umaro Sissoco Embaló falava na cerimónia de abertura do Fórum de reflexão da 1ª Edição do Diálogo Nacional Sobre o Ambiente que decorre em Bissau de  06 à 09 do Maio  sob o lema, “Juntos pelo Ambiente: Construindo Pontes para a Sustentabilidade.

“A Guiné-Bissau é reconhecida como um país rico em biodversidade e recursos naturais. Porém, depara-se atualmente com problemas de perda da biodiversidade, das alterações climáticas, da poluição do solo, entre outros. É fundamental dialogarmos no sentido de definir o nosso modelo para o  desenvolvimento económico e social”, disse o Chefe de Estado Guineense.

Embaló sustentou que é importante a reatualização dos principais instrumentos políticos e estratégicos que ancoram as perspetivas de desenvolvimento socio-económico, na valorização e exploração do capital natural.

 “Reconheço a importância crucial da informação, educação e  comunicação ambiental, por isso temos de continuar a socializar os temas ambientais para desenvolver uma consciência social guineense sobre a importância vital da proteção do meio ambiente para o presente e futura geração”, defendeu.

Para o  ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Viriato Luís Soares Cassamá  esta 1ª Edição do Diálogo Nacional Sobre o Ambiente é um marco significativo na jornada ambiental da Guiné-Bissau.

 “Este diálogo Nacional é um espaço de auscultação e colaboração, onde todos os intervenientes terão a oportunidade de contribuir com as suas ideias, experiências e conhecimentos. Por isso, agradeço profundamente a presença de cada representante dos diversos setores da sociedade guineense que estão hoje aqui com o propósito de discutir, delinear estratégias e construír pontes para  uma gestão racional dos nossos preciosos recursos naturais e do ambiente que nos rodeia”, disse o governante.

O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática agradeceu ainda aos parceiros que, de forma direta ou indireta deram os seus apoios técnicos e financeiros com o intuito de fazer que, o Diálogo Nacional seja uma realidade concretizada.

“Na qualidade do ministro de ambiente que sou, comprometo-me a trabalbar incansavelmente para garantir que as conclusões e recomendações deste diálogo sejam transformadas em ações concretas. Prometo também colaborar com todos os setores da sociedade e com os pelouros do Governo para implementar as políticas e programas que promovam a sustentabilidade ambiental e bem-estar do povo guineense”, prometeu Viriato Cassamá.

A 1ª Edição do Diálogo Nacional Sobre o Ambiente, visa  a criação de um fórum de reflexão e diálogo intra e interinstitucional e comunitário sobre os problemas e desafios que o setor ambiental apresenta.

Tem ainda a finalidade de  identificar, apresentar e debater o quadro legal e institucional do setor ambiental, debater igualmente os problemas e desafios de cada pilar do setor ambiental e analisar os mecanismos de articulação e colaboração entre o ambiente e estruturas administrativas setoriais, organizações comunitárias de base, poder tradicional, organizações religiosas, grupos de interesses económicos, entre tantos.

Na 1ª Edição do Diálogo Nacional Sobre o Ambiente, serão abordados os  temas: Capital Natural, Gestão e Valorização dos Recursos Naturais, Biodiversidade e Áreas Protegidas, Avaliação Ambiental e Social, Mecanismos de Financiamento do Setor Ambiental, Alterações Climáticas, Degradação de Terras, Turísmo e Ambiente, Ambiente e Género, Poluição e Gestão de Resíduos e Educação Ambiental. ANG/AALS/ÂC//SG

FFGB/Vice-Presidente da instituição na qualidade de denunciante reitera  pedido de  esclarecimentos sobre gestão de fundos

Bissau, 07 Mai 24 (ANG) – O Vice-presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Bonifácio Malam Sanhá, na qualidadde denunciante, pediu,  segunda-feira,  esclarecimentos  sobre a gerência dos fundos da instituição objeto de protestos em carta aberta a FFGB, por parte de 11 clubes de futebol.

Bonifácio Sanhá  reiterou esse pedido  em declarações à imprensa, à saída de uma audição no Ministério Público, no âmbito de uma queixa dos 11 clubes de futebol descontentes com a gerênia de fundos disponibilizados a FFGB pela FIFA e pelo Governo para o desenvolvimento  do futebol nacional.

“Estou aqui para responder á solicitação do Ministério Público sobre a carta aberta entregue pelos 11 clubes de futebol nacional que estão a exigir  esclarecimentos sobre a utilização dos fundos na FFGB. Fiz  à medida da minha possibilidade e do meu conhecimento o que pude para ajudar a esclarecer e colaborar no que for necessário”, assegurou Sanha.

Quanto a confirmação se há ou não indícios  de desvio de fundos na FFGB, o Vice-presidente da FFGB disse  que cabe ao Ministério Público apurar a veracidade dos pontos elencados na  Carta Aberta dos clubes.

Bonifácio Malam Sanhá foi quem denunciou a situação de alegada má gestão de fundos na FFGB aos clubes, e diz que  a situação na instituição deve ser de interesse de todos os guineenses, para se ter a certeza  se o futebol nacional está a ter  uma gestão transparente ou não.

“Não denunciamos ninguém, o que fizemos até aqui, é apenas um pedido de esclarecimento sobre a gestão de fundos. Entregamos várias cartas ao Presidente da Federação pedindo a explicação da gerência dos fundos, e pensamos que isso é normal”, defendeu Bonifácio.

Disse   que não é  sua intenção, tal como dizem nos bastidores, pôr em causa  a continuidade ou não de Carlos Alberto Teixeira a frente da Federação de Futebol.

Na sequência da denuncia de Malam Sanhá, um grupo de clubes de futebol da primeira e segunda divisão, entregaram no mês passado, uma carta aberta à Federação de Futebol, a Polícia Judiciária e ao Ministério Público, pedindo esclarecimentos sobre a gestão dos fundos recebidos pela entidade que tutela o futebol nacional, da FIFA e do Governo.

A FFGB ainda enfrenta outro problema relacionado a fundos, desta feita disponibilizados pelo Tesouro Público. Recentemente em carta dirigida a instituição, o Governo por via do Ministério da Juvenude, Cultura e Desportos solicitou a FFGB a devolução de fundos que havia recebido como adiantamento, devido ao atraso do desbloqueamento de fundos da FIFA.ANG/LLA/ÂC//SG 

Infraestrutura rodoviária/Governo lança obras de reabilitação da estrada Safim/Jugudul em terra batida   

Bissau,07 Mai 24(ANG) - O Governo, através do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, lançou , segunda-feira, as obras para da reabilitação de 40 quilómetros da estrada, em terra batida, que liga Safim à Jugudul, orçado no valor de 300 milhões de francos CFA, e a serem executadas pela Engenharia Civil das  Forças Armadas guineenses.    

Ao presidir o ato,  o Primeiro-ministro, Rui Duarte  Barros felicitou a  prontidão e disponibilidade imediata das Forças Armadas da Guiné-Bissau  de ajudarem na reconstrução do troço, dando a sua  contribuição a vida civil do país.

O chefe do Executivo enalteceu a capacidade das Forças Armadas da Guiné-Bissau na execução da referida obra, frisando que, por isso o Governo julgou necessário solicitar a sua colaboração para ajudar a minimizar o sofrimento da população.

Segundo o  ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Fidélis Forbs, as obras deverão durar 75 dias, caso não haja constrangimentos e bloqueios.

De acordo com Fidélis Forbs, as obras se realizam no quadro do programa de manutenção da rede rodoviária nacional, inscrito  no Orçamento Geral do Estado.

Fidélis Forbs explicou que o Governo concedeu a obra às Forças Armadas porque dispõem de equipamentos de manutenção e reabilitação de estradas em terra batida e ainda  porque acarreta menos custos ao Executivo, ao  contratar uma empresa privada com vocação.

O titular da pasta das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo disse que de momento  o Governo está com escassez de meios, razão pela qual criou um programa de manutenção da rede rodoviária, em parceria com as Forças Armadas, para minimizar os custos, mas também mostrar ao público guineense a capacidade da engenharia militar, no que diz respeito à manutenção e à conservação da rede rodoviária do país em terra batida.ANG/ÂC//SG

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Caso Sankola/LGDH considera de “ilegal” despejo de uma família na tabanca de Sankola, no sector de Bambadinca

Bissau 06 Mai 24 (ANG) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), na pessoa do vice-presidente da organização,Edimar Nhaga condenou hoje o despejo e destruição  de seis casas pertencentes à familia  Bamba, na tabanca de Sankola, setor de Bambadinca, no Leste da Guiné-Bissau, ocorridos entre os dias  29 de Abril à 01 de Maio, alegadamente, a mando do Tribunal Setorial local.

A reação da LGDH foi tornada pública, esta segunda-feira, numa conferência de imprensa conjunta com a família vítima e  seu advogado.

 Edimar Nhaga disse que o desalojamento massivo e consequente destruição de bens dos populares da comunidade em causa apresenta  “muitos vícios”.

Sustenta que o processo ultrapassa largamente a alçada do Tribunal do Sector que no caso mandou fazer o despejo, uma vez que existem mecanismos para dirimir pequenos conflitos.

“Estamos a falar de casas, terrenos e um espaço grande com plantação que pertence à esta comunidade. O que se está a assistir é um ato de abuso de autoridade, por parte de uma pessoa que está a testa de uma instituição tão importante e que zela pela defesa da legalidade, nesse caso, o Ministério Público”, frisou.

Aquele responsável disse que,  infelizmente, é o Procurador-Geral da República Bacar Biai “que está nesta batalha com a comunidade em causa”.

A LGDH  exige  imediata recolocação da família vítima nas suas casas,  e que as residências que foram derrubadas sejam reconstruidas, o mais rápido possível, uma vez que “a execução é ilegal”.

Edimar Nhaga acusa o o Ministério do Interior de ter possibilitado a consumação do ato do Procurador-geral  com a sua intervenção.

Para Nhaga, o ato além de ser abusivo é também desumano.

“Como é que uma pessoa pode dormir tranquilo na sua casa, sabendo que há pessoas que ele mandou tirar nas suas casas e estão a dormir na rua, debaixo de árvores, com crianças, mulheres grávidas, tudo por causa da terra que um dia vai deixar”, questiona.

Em nome da família vítima,  Fodé Bamba alega  que o espaço em causa pertence a sua família desde o tempo da luta armada . Segundo a sua versão,  os seus ancestrais conheceram o pai do atual Procurador-Geral da República Bacar Biai, que ia àquela zona em busca de uma planta medicinal  denominada de “tará “., a quem ofereceram uma parcela de terra, que não foi utilizada nem para construção de casa nem para o cultivo.

Segundo ele, o espaço em causa ainda se encontra intacto, mas em 2015 Bacar Biai começou a reclamar que o espaço é do seu pai e que é uma área de 50 hectares .

Bamba contou que o processo de desalojamento começou no dia 29 de Abril e terminou no dia 01 de Maio com a destruição de todas as seis casas, e que cerca de 30 à 40 pessoas, entre crianças e mulheres grávidas ficaram na rua sem poderem reagir uma vez que havia um forte dispositivo de segurança armado para impedir qualquer reação das pessoas da tabanca”, disse.

O advogado da família Bamba, Marcelino Ntupé disse que  está em causa  um espaço grande em relação ao qual, no passado, e na base de um acordo estabelecido entre as partes em conflito, o juíz  decidiu delimitar a zona e fazer a sua distribuição , sem assinatura das partes em conflito, o que não devia ser.

Para Ntupé,  a maneira como o Procurador-geral da República reagiu  não é da lei . “Antes de despejar alguém, primeiro deve-se fazer a avaliação das suas pertences, casos de plantas, hortas, casas, para uma posterior indeminização, o que não se verificou”, defendeu.

Ntupé disse que se o Estado não tivesse mão oculta neste caso, o Bacar Biai seria imediatamente demitido das suas funções, uma vez que está a abusar do poder..ANG/MSC/ÂC//SG


Cooperação/
Umaro Sissico Embaló admite que Guiné-Bissau pode criar  infraestruturas e gestão portuária com experiência de Djibuti

Bissau, 06 Mai 24(ANG) -  O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló admitiu hoje que a Guiné-Bissau pode adquirir experiências de Djibuti para a criação de  infraestruturas e gestão portuária.

Umaro Sissoco Embaló falava em declarações conjunta à imprensa com o seu homólogo de Djibouti, Ismail Omar Guelleh,  que se encontra de visita oficial de três dias ao país.

O chefe de Estado guineense disse que  Djibuti  está numa posição estratégica no que tange com o transporte Marítimo e o comércio em geral, no continente africano.

Afirmou que acordaram com o seu homólogo djibutiano a  organização de   consultas  regulares entre as duas autoridades, para a defesa dos interesses comuns, ao nível africano e internacional.

Sissoco Embaló  fez uma visita oficial em Fevereiro último àquele país , e  para maior aproximação dos dois países, Ismail Omar Guelleh está agora em Bissau para o alargamento da cooperação em vários domínios.

O chefe de Estado guineenses disse que enquanto  defensores  da cooperação  Sul-Sul,  acreditam na capacidade dos africanos de unir forças e  trabalhar em conjunto para a  criação das  condições necessárias para o desenvolvimento dos seus países.

“Explorando os recursos naturais de forma eficaz, com a criação de indústrias de transformações locais capazes de criar empregos para os jovens é possível aumentar a produção agrícola em África, alcançar a autosuficiência alimentar e obter um crescimento económico capaz de permitir desenvolvimento sustentável dos nossos países”, frisou.

Embaló mostrou que é importante ver o que  já existe no continente e incentivar mais trocas comerciais entre os Estados, acrescentando que os africanos devem promover o desenvolvimento do setor privado e encorajar os empresários a investir em toda a África.

Por sua vez, o Presidente da República de Djibouti disse que, depois da primeira visita que o Presidente guineense efectuou ao seu país, e esta sua  sua visita a Guiné-Bissau, testemunha as boas relações aprofundadas e o interesse em reafirmar a cooperação entre os dois Estados.~

Ismail Omar Guelleh disse que ele e o seu homólogo da Guiné-Bissau assinaram em fevereiro do ano passado em Djibouti um acordo geral de cooperação que vai portanto constituir a base das nossas relações e que irão beneficiar os dois países, particularmente no domínio portuário.

“Portanto tivemos oportunidade de explorarmos as possiblidades de cooperação em vários domínios, nomeadamente turismo marítimo, transporte marítimo e aéreo o que vai permitir a Guiné-Bissau posicionar ao nível da subregião da África Ocidental no domínio de transporte”, salientou o chefe de Estado de Djibouti.

O Presidente da República  graciou  o seu homólogo,  Ismail Omar Guelleh,  com a Medalha Amilcar Cabral ,a mais alta  condecoração nacional.

No âmbito desta visita que termina na terça-feira,  Omar Guelleh  depositou hoje coroas de flores no Mausoléu Amílcar Cabral, em Amura. ANG/JD/ÂC//SG