Egito/Governo pede partilha de responsabilidades para enfrentar fluxos migratórios
Bissau, 09 Abr 25 (ANG) - O ministro dos Negócios
Estrangeiros egípcio, Badr Abdelaty, pediu hoje "partilha de
responsabilidades" para lidar com o fluxo de migrantes do norte e leste de
África, numa altura em que as guerras na região provocaram deslocações em
massa.
"O Egito continua a defender a importância da
cooperação internacional, bem como a responsabilidade e a partilha de
responsabilidades", disse Abdelaty durante a abertura da segunda reunião
do Processo de Cartum, um fórum sobre migração entre a União Europeia (UE) e a
União Africana (UA), a decorrer no Egito.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio
sublinhou que a migração deve ser abordada coletivamente, pelo que apelou ao
"apoio internacional para reforçar as capacidades dos países em
desenvolvimento e abordar as desigualdades económicas" das nações africanas.
"O Egito não tem poupado esforços para
combater a migração irregular e ilegal nos últimos anos", sublinhou
Abdelaty, adiantando que, desde setembro de 2016, "nenhum barco com
migrantes ilegais" entrou numa cidade costeira egípcia.
Neste sentido, reiterou que o país do Norte
de África acolhe "mais de 10 milhões de pessoas, incluindo migrantes,
refugiados e requerentes de asilo de 133 países", permitindo-lhes
"liberdade de circulação e acesso a todos os serviços, incluindo os
subsidiados pelo Governo, apesar dos recursos nacionais limitados e do número
crescente de novos migrantes".
Desde o início da guerra no Sudão, em abril
de 2023, mais de 12,5 milhões de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas,
e quase quatro milhões procuraram refúgio em países vizinhos, como o Egito, que
acolhe cerca de 1,5 milhões de refugiados sudaneses.
O país acolheu também dezenas de milhares de
palestinianos da Faixa de Gaza e, na última década, foi o ponto de chegada de
milhões de pessoas que fugiam das guerras na Síria, no Iémen e em vários países
africanos.
Por sua vez, o comissário europeu para os
Assuntos Internos e Migração, Magnus Brunner, afirmou, durante o seu discurso,
que "a migração continua a ser uma das grandes oportunidades" e não
"uma ameaça", já que "pode contribuir para a formação de
profissionais".
"Isto pode ter repercussões positivas
para a União Europeia e para os seus parceiros em África, e pode também forjar
laços duradouros entre as nossas nações, promovendo a paz e a cooperação
económica. E, na minha opinião, pode gerar crescimento tanto para os países de
origem como para os de destino", afirmou.
Brunner sublinhou ainda a necessidade de promover a mobilidade laboral para "combater implacavelmente o tráfico de migrantes", que, segundo considerou, "é a principal causa da migração irregular e uma fonte constante de sofrimento para inúmeras vítimas" todos os anos. ANG/Lusa
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