Etiópia/União Africana felicita Gabão pela "boa organização" das Presidenciais
Bissau, 15 Abr 25 (ANG) - O presidente da
Comissão da União Africana (UA), Mahmoud Ali Youssouf, felicitou hoje as
autoridades gabonesas pelo "sucesso" e "boa organização"
das eleições presidenciais realizadas em 12 de abril, nas quais Brice Nguema
foi eleito.
Youssouf felicita as autoridades gabonesas
pela boa organização destas eleições e toma nota dos resultados provisórios
(...) que confirmam a vitória na primeira volta do candidato Brice Clotaire
Oligui Nguema, presidente de transição, com 90,35% dos votos", afirmou a
UA num comunicado divulgado através de uma rede social.
Brice Oligui Nguema é o líder da junta
militar que governa o país desde o golpe de Estado de agosto de 2023.
De acordo com os resultados provisórios
divulgados no domingo pelo Ministério do Interior, Nguema obteve uma vitória
muito à frente do principal rival, o ex-primeiro-ministro Alain-Claude
Bilie-By-Nze, que ficou em segundo lugar com 3,02% dos votos, enquanto os
outros seis candidatos receberam não mais que 1%.
Youssouf também pediu aos atores políticos e
ao povo gabonês que "permaneçam calmos e serenos" enquanto aguardam o
anúncio dos resultados finais pelo Tribunal Constitucional do país.
No entanto, Bilie-By-Nze denunciou na
segunda-feira que os resultados foram obtidos de forma "opaca e
duvidosa" e que houve várias irregularidades durante a votação, embora
anunciando tenha dito que não iria recorrer ao Tribunal Constitucional porque
não tem confiança na independência judicial do país.
"Nunca, desde que entrei na política,
assisti a uma tal apropriação indevida de todos os recursos do Estado, tamanha
orquestração de falsidades, tamanha (...) apropriação em todos os níveis",
disse Bilie-By-Nze numa coletiva de imprensa na capital do Gabão, Libreville,
sem dar mais detalhes.
Pouco mais de 920.000 eleitores --- de uma
população total de cerca de 2,5 milhões de pessoas --- foram chamados às urnas
numa eleição crucial para a transição democrática no Gabão, que é uma potência
petrolífera na África subsaariana.
A taxa de participação foi de 70,04%, contra
56,65% nas disputadas eleições presidenciais de agosto de 2023, que levaram ao
golpe de Estado que pôs fim à dinastia da família Bongo, que governava o país
desde 1967.
Dos cinco países da África Ocidental e
Central que sofreram golpes desde 2020 (Mali, Níger, Burkina Faso,
Guiné-Conacri), o Gabão é o único que deve retornar ao governo civil em breve e
que mantém relações estreitas com sua antiga potência colonial, a França.
Nos próximos meses, deverão também realizar-se eleições legislativas e autárquicas para completar a transição.ANG/Lusa
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