EUA/Presidente americano anuncia que pretende baixar "substancialmente" taxas aduaneiras à China
Bissau, 24 Abr 25 (ANG) - O Presidente americano anunciou terça-feira sua intenção de baixar substancialmente as taxas aduaneiras aplicadas à China que se elevam atualmente a 145%.
Ao referir que os direitos alfandegários "nunca voltariam a
zero", Donald Trump mostrou-se contudo optimista quanto à eventualidade de
chegar a um acordo com Pequim.
A notícia que teve por efeito de aliviar as bolsas mundiais, foi acolhida
com agrado pela China que se disse de "portas abertas" para
discussões, garantindo porém "lutar até ao fim, se for necessário".
Para o
economista angolano Carlos Rosado, são precisos actos concretos dos Estados
Unidos. "Trump
diz muitas coisas. Nem todas se concretizam, mas tudo o que seja no sentido de
aliviar a tensão nesta guerra comercial, é positivo. Temos visto aquilo que tem
acontecido nas bolsas", considera o estudioso que ao referir-se
ao caso de África e de Angola em particular, sublinha que "o problema são as
'commodities', a guerra comercial, a eventual recessão, a redução ou
desaceleração da procura de commodities, baixa do preço das commodities e em
particular do petróleo. E, portanto, Angola sofre naturalmente com isso".
"Agora, tem que haver resultados concretos, não só a declaração de
intenções de Trump. Tem que mostrar talvez um bocadinho mais. A China sempre
esteve aberta à negociação e, inclusivamente apresentou uma queixa na OMC. Isto
é uma coisa completamente inesperada. Quer dizer, a China fazer uma queixa na
OMC contra os Estados Unidos, que são supostamente um Estado liberal, é uma
coisa verdadeiramente incrível. Mas, infelizmente, é isto que está a acontecer
com a administração Trump", diz ainda Carlos Rosado.
Questionado sobre o impacto que as
decisões de Trump tiveram na economia Angolana, com a diminuição do preço do
barril de petróleo -principal fonte de receitas do país- e seus possíveis
reflexos numa eventual revisão do Orçamento Geral do Estado, o economista
considerou que esta revisão não é uma fatalidade. "Vamos esperar. Eu não sou
adepto de revisões precipitadas. Os tempos são muito incertos ainda. Não sou
adepto de uma revisão formal, entrega de um documento na Assembleia Nacional,
mas sou adepto de que o Governo deve dizer alguma coisa, deve vir falar e dizer
'Olha, a situação é esta. Caso a situação se mantenha, nós temos estas despesas
todas que vão ser cativadas'".
Recorde-se que o Orçamento Geral do
Estado de Angola em 2025 é baseado em previsões de comercialização do petróleo
a cerca de 70 Dólares o barril, acima do valor que tem tido nestas últimas
semanas, depois de Donald Trump lançar a sua guerra comercial no decurso do mês
de Março. Apesar de ter anunciado alguns dias depois reduções nas taxas
adicionais que previa inicialmente para todos os países, o Presidente americano
manteve e -aumentou até- as medidas punitivas contra a China, com taxas ascendendo
a 145%, o que teve por efeito de fazer soprar um vento de pânico nas bolsas
mundiais.
Perante este cenário, Pequim respondeu
impondo taxas de 125% sobre as mercadorias provenientes dos Estados Unidos.
Depois de apelar ainda ontem ao Reino Unido e à União Europeia para defender o
comércio mundial contra a ofensiva americana, a China reagiu hoje ao anúncio de
Trump dizendo estar "de portas abertas" para
discussões, referindo por outro lado que "se for necessário lutar, irão até ao
fim". ANG/RFI

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