RDC/Presidente
do Togo é o novo mediador do conflito no leste
Bissau,
17 Abr 25 (ANG) – O Presidente do Togo, Faure Gnassingbé, foi oficialmente designado como
novo mediador da União Africana (UA) para o conflito no Leste da República
Democrática do Congo (RDC), sucedendo ao Presidente angolano João Lourenço.
A nova nomeação pretende relançar
os esforços diplomáticos num dos conflitos mais violentos da região dos Grandes
Lagos.
Faure Gnassingbé realizou esta quarta-feira,
6 de Abril, a sua primeira visita a Kinshasa, capital da RDC, onde se encontrou
com o Presidente congolês Félix Tshisekedi. Uma visita que representa o início
formal da nova missão para tentar relançar o diálogo entre a RDC e o Ruanda,
países envolvidos num conflito através de grupos armados, como o M23, apoiado
por Kigali.
Segundo fontes da presidência congolesa, o
encontro entre os dois líderes decorreu nos escritórios presidenciais em
Ngaliema, Kinshasa, durou cerca de duas horas, longe dos holofotes mediáticos.
Embora à saída do encontro não tenha havido declarações oficiais, o governo
congolês expressou a expectativa de que esta nova mediação traga avanços concretos: “A RDC toma nota desta
designação e esperamos que ela ponha fim rapidamente ao ciclo de violência [no
leste do país]”, declarou uma fonte congolesa.
Antes de se dirigir a Kinshasa, Faure
Gnassingbé esteve em Luanda, em Angola, onde foi recebido por João Lourenço no
Palácio Presidencial. Segundo o ministro das Relações Exteriores de Angola,
Tete António, tratou-se de uma passagem de testemunho simbólica e de partilha
de informações sobre o processo de mediação conduzido por Angola desde 2022.“Cada vez que for necessário, o novo
mediador vai recorrer a Luanda, não apenas por Angola assumir a
presidência da UA, mas também pela memória institucional que tem sobre este
processo”, explicou Tete António.
Desde o final de 2021, foram proclamados
vários cessar-fogos, mas nunca foram respeitados. O grupo rebelde M23 tem
intensificado ofensivas, conquistou recentemente as cidades de Goma e Bukavu,
obrigando cerca de 1,2 milhões de pessoas a fugir das suas casas, como aponta a
Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Mais recentemente, a mediação deixou de ser exclusiva à UA, uma vez que o Catar tem conduzido negociações paralelas, tendo organizado em Março uma primeira reunião entre os Presidentes da RDC e do Ruanda. A Comunidade da África Oriental (EAC) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) nomearam co-facilitadores para intervir na mediação do conflito.ANG/RFI

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