Conflito
Médio Oriente/Adiada para hoje votação do acordo de paz entre Hamas e
governo israelita
Bissau,17 Jan 25(ANG) - O primeiro-ministro
israelita adiou para hoje a votação do governo sobre o há muito aguardado
acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, esperada para quinta-feira, enquanto os
militares de Israel mataram mais 72 palestinianos.
Benjamin
Netanyahu mencionou uma divergência de última hora com o Hamas para suspender a
aprovação do acordo, enquanto as tensões em crescimento dentro do seu governo
colocam dúvidas sobre a efetiva aplicação do acordo, apenas um dia depois de o
presidente dos EUA, Joe Biden e o mediador central, o Qatar, terem garantido
que estava adquirido.
Isto criou uma realidade
dual: os palestinianos cansados da guerra na Faixa de Gaza, os familiares dos
reféns israelitas mantidos no enclave e os líderes mundiais saudaram o
resultado das conversações diplomáticas, mesmo com Netanyahu a adiar a votação
do governo, que tinha sido marcada para quinta-feira, para hoje, pelo menos.
Netanyahu acusou o Hamas de
renegar partes do acordo, para obter mais concessões - sem especificar
quais partes.
Mas o Hamas, através de um
dos seus principais dirigentes, Izzat al-Rishq, a garantir que o grupo
"está comprometido com o acordo de cessar-fogo que foi anunciado pelos
mediadores".
Está por esclarecer até que
ponto a suspensão da aprovação do acordo - inicialmente previsto para
começar a vigorar no domingo - pelo governo israelita está a refletir
jogadas de Netanyahu para manter o seu Executivo.
O acordo de cessar-fogo
suscitou uma resistência forte de dois dos principais membros da coligação, dos
quais Netanyahu depende para se manter no cargo, os partidos de Itamar Ben-Gvir
e de Bezalel Smotrich.
Aquele ameaçou demitir-se,
considerando o cessar-fogo "irresponsável" e que iria "destruiu
tudo o que Israel conseguiu".
A eventual saída do partido
de Ben-Gvir da coligação reduziria o seu apoio parlamentar de 68 para 62, ainda
com maioria. Ben-Gvir já disse que, caso saísse, regressaria à coligação se
Israel retomasse a guerra.
Smotrich, também oposto ao
cessar-fogo, exigiu a Netanyahu que prometesse que retomaria as ações militares
depois da primeira fase do acordo como condição para o seu partido permanecer
na coligação.
Por esclarecer estão todas
as questões relativas ao futuro da Faixa de Gaza, desde logo a sua governação
em um eventual período de pós-guerra, mas também o financiamento e controlo da
monumental obra de reconstrução.
E quanto ao Hamas, mesmo com a morte dos seus principais dirigentes, coloca-se a perspetiva de uma insurgência prolongada no caso de prolongamento da ofensiva israelita, dada a dimensão do recrutamento, que compensou parte importante das perdas sofridas.ANG/Lusa
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