Diplomacia/Três países africanos decidem romper parcial ou definitivamente relações militares com a França
Bissau, 02 Dez 25 (ANG( - Os chefes de Estados africanos, do Tchad, Costa do Marfim e do Senegal durante as mensagens de fim de ano às respetivas nações decidiram pôr, parcial ou definitivamente, um termo à colaboração militar com a França.
O ano de 2025
começou sob a tonalidade do fim de certas colaborações militares entre países
africanos e a França.
No Chade, o
Presidente Mahamat Idriss Déby falou à nação na televisão estatal. Uma alocução após o país ter saído de três anos e meio
de transição após a morte do pai, o então Presidente Idriss Déby.
O Chade tem
uma nova Constituição e vai ter, em breve, uma nova Assembleia Nacional quando
os resultados das eleições do passado domingo forem anunciados.
Foi o momento
escolhido para o actual Presidente
eleito Mahamat Idriss Déby abordar
o futuro que passa pelo fim da colaboração militar com a França:
«No domínio da diplomacia, colocamos
em primeiro lugar os interesses do Chade, mantendo-nos apegados à soberania do
nosso país. Foi nesta perspectiva que decidi, após uma análise atenta da
situação, romper definitivamente os acordos militares com a França. Esta
decisão soberana vai trazer grandes desafios que teremos de enfrentar. Sei que
seremos combatidos. Tenho plena consciência das consequências securitárias,
económicas, diplomáticas e mediáticas que podem resultar desta decisão
histórica», frisou o Presidente do Chade.
Recorde-se que após a transição, Mahamat
Idriss Déby acabou por ser eleito Presidente do país a 23 de Maio de 2024.
Na Costa do
Marfim, o Presidente Alassane Ouattara anunciou, no seu discurso à nação, que a base militar francesa de Abidjan ia ser devolvida aos marfinenses.
Num plano mais geral, o Presidente da Costa do Marfim admitiu que vai
haver uma saída das forças francesas do território marfinense.
A base militar de Port-Bouët será agora
renomeada de base Général Ouattara Thomas d'Aquin, o nome do primeiro Chefe do
Estado-Maior das forças marfinenses.
De referir que, no entanto, a Costa do
Marfim não vai romper as ligações que tem com a França, contrariamente aos três
países do Sahel, Mali, Burkina Faso e Níger.
Cerca de 1 000 soldados chegaram a
estar presentes na base militar de Abidjan, na capital da Costa do Marfim, para
ajudar na luta contra o jihadismo na Região do Sahel.
No Senegal, o
Presidente Bassirou Diomaye Faye afirmou que em 2025 será o “fim de todas as presenças militares estrangeiras” no território
senegalês.
A 28 de Novembro, o Presidente do Senegal tinha anunciado que
todas as bases militares francesas tinham de fechar em território nacional.
Desta vez, a 31 de Dezembro de 2024, Bassirou Diomaye Faye
assegurou que essa transição será efectuada já em 2025.
O Presidente senegalês admitiu, no entanto, que “todos os amigos do Senegal serão
tratados como parceiros estratégicos, enquadrados numa cooperação aberta,
diversificada e descomplexada”, acrescentou o chefe de Estado.
Recorde-se que Bassirou Diomaye Faye foi eleito
em Abril de 2024 com a promessa de dar novamente ao Senegal a sua soberania e
acabar com a dependência aos países estrangeiros.ANG/RFI
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