Médio Oriente/Hamas e Jihad Islâmica aprovam acordo de cessar-fogo com Israel
Bissau, 15 Jan 25 (ANG) - O movimento islamista
Hamas e o grupo Jihad Islâmica aprovaram o acordo para um cessar-fogo com
Israel e a libertação de reféns israelitas na Faixa de Gaza, disseram à agência
France-Presse duas fontes palestinianas próximas das negociações.
Os grupos da resistência chegaram a um acordo entre si e informaram os mediadores sobre a sua aprovação do acordo de troca [de reféns na Faixa de Gaza por prisioneiros palestinianos] e sobre o cessar-fogo", declarou uma das fontes por telefone a partir do Cairo.
Outra fonte palestiniana próxima das negociações confirmou à
France-Presse estas declarações, também sob condição de anonimato.
Poucos dias antes do regresso do Presidente eleito dos Estados
Unidos, Donald Trump, à Casa Branca, intensificaram-se discussões indiretas com
vista a uma trégua associada à libertação de reféns mantidos em território
palestiniano desde o ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023.
O Qatar, principal mediador com os Estados Unidos e o Egito,
disse na terça-feira que as negociações estavam "na fase final" e que
os "principais problemas" haviam sido resolvidos, esperando um acordo
"muito em breve".
Segundo duas fontes próximas do Hamas, deverão ser libertados 33
reféns durante a primeira fase, em troca de mil palestinianos detidos por
Israel. Os reféns seriam libertados "em grupos, começando pelas crianças e
mulheres".
O Governo israelita confirmou na terça-feira a libertação desse
número de reféns e estava preparado para libertar "centenas" de
prisioneiros palestinianos.
Uma autoridade israelita disse na terça-feira que as negociações
para a segunda fase do acordo começariam no 16º dia após o início da primeira
fase.
Esta segunda fase diria respeito à libertação dos últimos
reféns, "que são soldados e homens em idade de serem mobilizados",
bem como ao regresso dos corpos dos raptados que morreram, segundo o jornal
Times of Israel.
Entretanto, uma autoridade israelita disse na terça-feira que
Israel não deixaria "Gaza até que todas as vítimas regressassem, os vivos
e os mortos".
Segundo os meios de comunicação israelitas, Israel poderá manter
uma "zona tampão" de norte a sul da Faixa de Gaza durante a primeira
fase.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, propôs
na terça-feira o envio de uma força de segurança internacional para Gaza e a
transferência do território sob a responsabilidade da ONU. Referiu ainda que a
Autoridade Palestiniana, que tem autoridade administrativa parcial na
Cisjordânia ocupada, deverá no futuro retomar o controlo de Gaza.
O primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Mustafa, afirmou que
a comunidade internacional deve manter a pressão sobre Israel para que aceite a
criação de um Estado palestiniano após uma trégua.
Israel "deve compreender o que é justo e o que é injusto, e
que o poder de vetar a paz e o Estado palestiniano deixará de ser aceite ou
tolerado", afirmou Mustafa.
Das 251 pessoas raptadas pelo Hamas e aliados no ataque de 07 de
outubro de 2023 a Israel, 94 continuam reféns em Gaza, 34 das quais estão
mortas, segundo o exército israelita.
O ataque resultou na morte de 1.210 pessoas do lado israelita, a
maioria civis, de acordo com um levantamento da France Presse baseada em dados
oficiais.
Pelo menos 46.707 pessoas, a maioria civis, foram mortas na
campanha militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza, de acordo com dados
do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pelas Nações Unidas.ANG/Lusa
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