Moçambique/Daniel Chapo criticou
manifestações pós-eleitorais
Bissau, 07 Jan 25 (ANG) – O novo Presidente de Daniel Chapo criticou a onda de manifestações
pós-eleitorais que resultaram em cerca de 300 mortos e na vandalização e saque
de estabelecimentos comerciais.
O Presidente eleito, de acordo com o Conselho
Constitucional, não comentou o anúncio do regresso de Venâncio Mondlane ao país
esta quinta-feira, nem disse se ele iria participar na sua cerimónia de tomada
de posse.
“Estas manifestações provocaram
danos incalculáveis, são milhares dos nossos irmãos que perderam
empregos e também no sector privado há pessoas que gastaram toda a vida a
construir um determinado bem que num único dia se perdeu”, criticou o candidato proclamado vencedor das eleições
presidenciais pelo Conselho Constitucional.
“Afinal de contas, estávamos a destruir bens que são nossos, portanto,
as pessoas acordaram de manhã, depois de terem queimado bombas, descobriram que
têm uma viatura e têm dinheiro, mas não têm combustível; que precisavam de
comer, tinham dinheiro, mas não conseguiam porque a mercearia ou a banca já não
existia no bairro”, acrescentou.
Daniel Chapo disse que os recentes encontros entre partidos
com representação parlamentar visam produzir “consensos” a serem transformados
em leis. Quanto à inclusão de Venâncio Mondlane no diálogo, afirmou: “Neste momento, ele não está cá, não temos
como o incluir, por isso é que nós estamos a dizer que o encontro está
relacionado com os partidos políticos com assento parlamentar e as suas
lideranças.”
“Achamos que é extremamente importante perceber que estes encontros vão
levar a consensos e estes consensos depois vão ser debatidos pela sociedade
moçambicana e depois vão desaguar na Assembleia da República porque estes
consensos depois têm que ser transformados em leis”, afirmou Daniel Chapo, candidato proclamado vencedor pelo
Conselho Constitucional, que já fixou a sua tomada de posse para 15 de Janeiro.
Quatro partidos da oposição moçambicana (Podemos, MDM, Renamo e
Nova Democracia) manifestaram-se abertos, após um novo encontro com o ainda
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, a prosseguir um diálogo para um
pacto social que conduza a reformas no país, face à tensão pós-eleitoral.
Porém, nos últimos dias Venâncio Mondlane, que concorreu às presidenciais
apoiado pelo Podemos, demarcou-se do partido até então extraparlamentar. O
presidente do partido, Albino Forquilha, defendeu a tomada de posse dos
deputados do Podemos tendo em conta os resultados proclamados pelo Conselho
Constitucional, mas Venâncio Mondlane rejeita esses resultados, considera que o
número de eleitos do Podemos é muito superior e é contra essa tomada de posse.
Venâncio Mondlane anunciou que chegava esta quinta-feira a Maputo, dias antes da cerimónia de tomada de posse presidencial de 15 de Janeiro. Questionado sobre a participação de Mondlane na sua investidura, Daniel Chapo remeteu para as "instituições do Estado" que estão a tratar do assunto: “Não sou eu que estou a tratar da cerimónia da tomada de posse . A cerimónia de tomada de posse é tratada pelas instituições do Estado, mais concretamente o protocolo do Estado. Por isso, quando nós temos um evento desta dimensão é muito importante deixar as instituições que estão a tratar do assunto e não tratar assuntos pessoalmente.”ANG/RFI
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