EUA/Trump fala em "caça às bruxas" a "amigo" Bolsonaro e Lula responde à letra
Bissau, 08 Jul 25 (ANG) -Donald Trump decidiu interferir, esta segunda-feira, na atualidade política e judicial do Brasil, causando um reboliço de reações no seu país vizinho.
"O Brasil está a fazer uma coisa terrível no
tratamento dado ao antigo presidente Jair Bolsonaro. Eu assisti, tal como o
mundo, ao facto de não terem feito outra coisa senão persegui-lo, dia após dia,
noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto
de ter lutado pelo povo", escreveu o republicano numa publicação na
sua plataforma, a Truth Social, sem mencionar diretamente os processos
judiciais nos quais o antigo presidente do Brasil está envolvido.
O norte-americano prossegue ainda,
considerando que Bolsonaro está a ser alvo de uma "caça às bruxas”,
garantindo que acompanhará “de perto” a situação que envolve o ex-governante.
As reações à publicação de Trump não se
fizeram esperar, com Lula da Silva a remeter um comunicado curto, para avisar o
norte-americano para não se meter onde não é chamado.
Para isso, lembrou que "a
defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros”.
“Somos um país soberano. Não aceitamos interferência
ou tutela de quem quer que seja", atirou, considerando
que “ninguém está acima da lei”.
Também a ministra das Relações Institucionais
do Brasil, Gleisi Hoffmann, aconselhou Donald Trump a "cuidar dos seus
próprios problemas".
"Donald Trump está muito equivocado se
pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o
Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência
para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde
pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no
Brasil", começou por escrever numa publicação na rede social X (antigo
Twitter).
O responsável pela troca 'azeda' entre Trump
e Lula também viria a público para mostrar a sua posição, aproveitando para
salientar que a relação com Trump sempre se destacou por ambos defenderem
"os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos".
"Convivi por dois anos com o presidente Trump,
onde sempre defendemos os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos.
Este processo ao qual respondo é uma aberração jurídica (Lawfare),
clara perseguição política, já percebida por todos de bom senso", escreveu
na sua conta de Twitter.
Jair Bolsonaro, recorde-se, é acusado de
estar envolvido num golpe de Estado no país, após a vitória de Luiz Inácio Lula
da Silva, nas eleições de outubro de 2022.
Além de Bolsonaro, são réus neste processo o
deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha brasileira Almir Garnier Santos,
o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI) Augusto Heleno, o ex-assessor da Presidência e delator
do processo Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o
ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto.
Todos os réus foram pronunciados por
tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de
golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado
e deterioração de património.
Bolsonaro tentava a reeleição e não aceitou a derrota nas urnas. Segundo a acusação, foi então elaborado um plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.ANG/Lusa

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