Médio Oriente/ONU contou 613 mortes em pontos de distribuição ajuda alimentar em Gaza
Bissau, 04 Jul 25 (ANG) - Mais de 600 pessoas morreram em Gaza perto de comboios humanitários e em pontos de distribuição de ajuda administrados por uma organização norte-americana apoiada por Israel
Segundo Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), a organização não tem sido
capaz de atribuir a responsabilidade pelo que considera ser assassínios no
conflito que opõe Israel ao movimento de resistência islâmico Hamas.
No entanto, Shamdasani considerou que grande parte das 613
mortes registadas são da responsabilidade do exército israelita, "que
bombardeia e dispara sobre palestinianos que tentam chegar aos pontos de
distribuição" operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF).
Em declarações aos jornalistas numa conferência de imprensa, a
porta-voz acrescentou também desconhecer quantas dessas mortes ocorreram nos
pontos de distribuição ou junto dos comboios humanitários.
Shamdasani sublinhou que os números abrangiam o período de 27 de
maio a 27 de junho e que "houve mais incidentes" desde então, ainda
por contabilizar e salientou que as informações são asseadas num relatório
interno da situação elaborado pelo gabinete do Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Direitos Humanos.
A porta-voz ressalvou que os números, compilados através dos
processos de verificação padrão da organização, "não mostram provavelmente
um quadro completo".
"Talvez nunca sejamos capazes de compreender a dimensão
total do que está a acontecer aqui devido à falta de acesso" das equipas
da ONU às áreas afetadas, sublinhou.
Praticamente desde o início do conflito, a 07 de outubro de
2023, que Israel tem sitiado a Faixa de Gaza, privando os palestinianos de
ajuda humanitária e alimentar.
A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do
movimento islamista palestiniano Hamas ao sul de Israel.
O ataque causou a morte de 1.219 pessoas do lado israelita, na
sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP realizada a partir de
dados oficiais, e 49 das 251 pessoas sequestradas nesse dia continuam reféns em
Gaza, das quais 27 foram declaradas mortas pelo exército israelita.
Mais de 57.000 palestinianos, na maioria civis, foram mortos na
campanha de retaliação militar israelita na Faixa de Gaza, de acordo com dados
do Ministério da Saúde do Governo do Hamas para Gaza, considerados confiáveis
pela ONU.ANG/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário