terça-feira, 2 de outubro de 2018

UNTG


                         Secretário-geral ameaça promover nova greve

Bissau, 02 Oct 18 (ANG) – A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), ameaçou segunda-feira entregar novo pré-aviso de greve, caso o governo não pagar salário do mês em curso aos funcionários, até o final do dia.  

Em conferência de imprensa, o Secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça referiu que  completou segunda-feira dois meses que a UNTG e o governo assinaram acordo de reajuste salarial na Função Pública, cujo cumprimento ainda aguarda dia da efectivação.

“Depois de assinatura de acordo, o governo levou mais de 40 dias para aprovar a nova grelha salarial no Concelho de Ministros, e depois da sua aprovação, já passaram dias e até a data presente o governo não é capaz de pagar salários aos funcionários”, exclamou Julio Mendonça.

De acordo com o sindicalista, o governo se comprometeu a pagar salário na base da nova grelha o mais tardar até o dia 28 do mês transacto, com a garantia do Primeiro-ministro ao mesmo tempo titular da pasta das Finanças Aristides Gomes, promessa que a UNTG considera sem sucesso.

Aquele responsável sustentou  que o pré-aviso de greve será entregue ainda hoje ao patronato, e se o governo não tomar medidas imediatas, o início de greve será logo na próxima sexta-feira, dia 05 de corrente mês, com duração de 30 dias.

“Com essa demora, mesmo se o governo vier a pagar salário, a greve não será suspensa porque no caderno reivindicativo não consta somente o cumprimento da nova grelha salarial. Exigiremos ao governo o cumprimento de outros  pontos ainda por cumprir”, declarou o secretário geral da UNTG.

Mendonça apela a colaboração de todos os funcionários públicos neste sentido, caso o governo não cumprir com o pagamento da nova grelha e outros pontos pendentes no caderno reivindicativo.

Acrescentou por outro lado que a má gestão de recursos do Estado, condicionou a actual situação com que se depara o governo, realçando por outro lado, que tudo tem a ver com a falta de aplicação das leis no país.   
ANG/LLA/ÂC//SG 

Ensino


              Professores das escolas públicas observam greve  de 21 dias

Bissau,02 Out 18(ANG) - Os professores das escolas públicas iniciariam segunda-feira uma greve geral de 21 dias, para exigir, entre outros, a implementação do Estatuto da Carreira Docente (ECD).

Laureano Pereira, líder do sindicato democrático dos professores (Sindeprof), um dos três sindicatos dos professores guineenses que se juntaram na greve, indicou que a paralisação visa "exigir respeito e a afirmação definitiva do professorado" na Guiné-Bissau, função que disse ser considerada "de marginal na sociedade, há muito tempo".

"O professor é um elemento estruturante de qualquer sociedade, por isso deve ser respeitado", afirmou Laureano Pereira, que pede paciência aos pais e encarregados de educação dos alunos perante mais uma greve nas escolas públicas.

O ano letivo foi oficialmente aberto pelo ministro da Educação, Camilo Simões Pereira, há três semanas, mas as aulas não estavam a decorrer com normalidade. Algumas escolas apontavam o dia 01 de outubro para a retoma normal das aulas.

Os três sindicatos apresentaram ao primeiro-ministro um caderno reivindicativo de 17 pontos, com destaque para implementação do ECD, um instrumento criado pelo Governo, em 2011, mas que nunca foi aplicado na realidade, segundo os líderes sindicais que agora exigem o seu cumprimento e ainda o pagamento, em retroativo, de todos os direitos inerentes.

Os sindicatos ainda exigem do Governo o pagamento de largos meses de salários em atraso aos professores contratados e aqueles que entraram recentemente nos quadros do ministério da Educação, os chamados novos ingressos, sob pena de a greve ir até ao final do mês com possibilidade de novas paralisações.

O líder do Sindeprof considerou que "se for o caso" a Guiné-Bissau "até pode vir a parar a docência pública, durante um ano, como aconteceu em vários países africanos", para que se resolva "de uma vez por todas os problemas do setor do ensino", disse.

Aquando da abertura do ano letivo, há três semanas, o ministro da Educação guineense, Camilo Simões Pereira, afirmou estar disponível para assinar um pacto de estabilidade com os sindicatos "para devolver a paz" ao setor do ensino no país.

Os sindicatos afirmam estar cansados de assinar acordos com o Governo, e que, desta vez, assinalam, só vão levantar a greve com o cumprimento, de pelo menos, 50% das reivindicações. ANG/Lusa