Professores das escolas públicas observam
greve de 21 dias
Bissau,02
Out 18(ANG) - Os professores das escolas públicas iniciariam segunda-feira uma
greve geral de 21 dias, para exigir, entre outros, a implementação do Estatuto
da Carreira Docente (ECD).
Laureano
Pereira, líder do sindicato democrático dos professores (Sindeprof), um dos
três sindicatos dos professores guineenses que se juntaram na greve, indicou
que a paralisação visa
"exigir respeito e a afirmação definitiva do professorado" na
Guiné-Bissau, função que disse ser considerada "de marginal na sociedade,
há muito tempo".
"O
professor é um elemento estruturante de qualquer sociedade, por isso deve ser
respeitado", afirmou Laureano Pereira, que pede paciência aos pais e
encarregados de educação dos alunos perante mais uma greve nas escolas
públicas.
O
ano letivo foi oficialmente aberto pelo ministro da Educação, Camilo Simões
Pereira, há três semanas, mas as aulas não estavam a decorrer com normalidade.
Algumas escolas apontavam o dia 01 de outubro para a retoma normal das aulas.
Os
três sindicatos apresentaram ao primeiro-ministro um caderno reivindicativo de
17 pontos, com destaque para implementação do ECD, um instrumento criado pelo
Governo, em 2011, mas que nunca foi aplicado na realidade, segundo os líderes
sindicais que agora exigem o seu cumprimento e ainda o pagamento, em
retroativo, de todos os direitos inerentes.
Os
sindicatos ainda exigem do Governo o pagamento de largos meses de salários em
atraso aos professores contratados e aqueles que entraram recentemente nos
quadros do ministério da Educação, os chamados novos ingressos, sob pena de a
greve ir até ao final do mês com possibilidade de novas paralisações.
O
líder do Sindeprof considerou que "se for o caso" a Guiné-Bissau
"até pode vir a parar a docência pública, durante um ano, como aconteceu
em vários países africanos", para que se resolva "de uma vez por
todas os problemas do setor do ensino", disse.
Aquando
da abertura do ano letivo, há três semanas, o ministro da Educação guineense,
Camilo Simões Pereira, afirmou estar disponível para assinar um pacto de
estabilidade com os sindicatos "para devolver a paz" ao setor do ensino
no país.
Os
sindicatos afirmam estar cansados de assinar acordos com o Governo, e que, desta
vez, assinalam, só vão levantar a greve com o cumprimento, de pelo menos, 50%
das reivindicações. ANG/Lusa
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