Papa canoniza
mártir salvadorenho Romero e papa Paulo VI
imagem ilustrativo |
Bissau, 15 out 18 (ANG) - O papa Francisco canonizou domingo o arcebispo
salvadorenho assassinado em 1980 Oscar Romero e o papa italiano Paulo VI, numa
cerimónia na praça de São Pedro no Vaticano.
Francisco pronunciou a tradicional fórmula em latim para
proclamar a santidade diante de dezenas de milhares de fiéis, entre os quais
numerosos salvadorenhos.
“Declaramos santos os beatos Paulo VI, Oscar Arnulfo Romero
Galdámez (…)”, disse o papa, que decretou que “eles devem ser venerados como
tais por toda a igreja”.
Foram igualmente canonizadas as freiras Nazaria de Santa Teresa
de Jesus March, espanhola, e Maria Catalina Kasper, alemã, os padres italianos
Francesco Spinelli e Vincenzo Romano e o laico italiano Nunzio Sulprizio.
Descrito como um homem simples e próximo do povo, Oscar Romero,
nascido em 1917, foi defensor dos camponeses sem terra, provocando a cólera dos
sectores mais conservadores de El Salvador.
Apelidado ‘a voz dos sem voz’, era, mesmo não sendo teólogo,
adepto da teologia da libertação, uma corrente nascida na América Latina. Foi
assassinado durante uma missa por um comando da extrema-direita a 24 de Março
de 1980, no início de uma guerra civil (1980-1992) que fez cerca de 75 mil
mortos e sete mil desaparecidos.
Paulo VI, nascido Giovanni Battista Montini em 1897, foi papa
entre 1963 e 1978 e concluiu o Concílio Vaticano II, iniciado pelo seu
predecessor João XXIII, considerada uma importante adaptação da igreja católica
ao mundo moderno.
Foi beatificado em Outubro de 2014 e é lembrado como o papa que
disse “não” à pílula contracetiva em 1968, suscitando reacções muito negativas,
até no seio da igreja.
O papa cita frequentemente os escritos de Paulo VI e os dois têm
em comum uma vontade de reformar a cúria romana.
ANG/Lusa/Inforpress
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