Antigos combatentes reivindicam aumento das pensões
Bissau,04 Out 18(ANG) - Um grupo de antigos combatentes
realizou quarta-feira um protesto de cerca de uma hora em frente à Presidência
da República, reivindicando o aumento das suas pensões.
Num protesto pacífico e que obrigou os militares da
guarda presidencial a garantir a segurança até às forças policiais chegarem,
cerca de uma centena de antigos combatentes, entre homens e mulheres, gritavam:
"Estamos fartos de 29.000".
O valor de 29.000 francos cfa (cerca de 45 euros) é
quanto recebem mensalmente de pensão os antigos combatentes guineenses, que
esperavam que as suas reformas tivessem sido aumentadas para 50.000 francos cfa
(cerca de 76 euros) à semelhança do que aconteceu com o ordenado mínimo pago na
Função Pública.
"Os antigos combatentes estão cansados com
29.000, não dá para comprar um saco de arroz, pagar renda e a escola das
crianças", afirmou Albino Mendes Pereira, 72 anos, antigo chefe do arquivo
do PAIGC em Conacri.
Albino Mendes Pereira pediu aos dirigentes para
"trabalharem e respeitarem os antigos combatentes" e ao Presidente
José Mário Vaz, para "abrir os olhos e disciplinar o país".
"Que controle os seus ministros, porque o que
queremos agora é só a verdade", afirmou.
Revoltado, o capitão Aliu Djaló afirmou que os
antigos combatentes acabaram com Luís Cabral, que, disse, foi o único
Presidente do país que respeitou as pessoas que lutaram pela independência.
"Nós é que trouxemos a independência, temos
gente sem pernas, sem braços, sem olhos, também com balas no corpo, mas desde a
Presidência da República, primeiro-ministro, parlamento ninguém respeita os
antigos combatentes", afirmou, sublinhando que quer a pensão a que tem
direito.
Martinho Sabá, um capitão com 60 anos, explicou que
o protesto é pacífico e que ninguém está em guerra, mas que é preciso os
governantes resolverem os problemas dos antigos combatentes.
"Esta reivindicação não vai parar por aqui
vamos até ao fim", disse.
Cinco elementos do protesto foram recebidos pela
Presidência da República guineense.
O chefe de Estado guineense prometeu receber os
representantes dos antigos combatentes na quinta-feira. ANG/Lusa
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