PRS e outras formações políticas convocam
manifestação de protestos contra recenseamento eleitoral em curso
Bissau,16 Out 18 (ANG) – O Partido da Renovação Social e outras formações políticas no país, convocaram
para quarta-feira, dia 18 , uma manifestação junto do palácio de governo contra
o processo de recenseamento em curso, com alegações de haver várias irregularidades constatadas nas diferentes
brigadas de censo.
De acordo com um
documento desta formação política, assinado pelo seu Presidente Alberto
Nambeia, à que Agência de Notícias da Guiné(ANG) teve acesso, o PRS e outras
formações políticas referidos como partidos legalistas acusam o Primeiro-ministro
Aristides Gomes e o PAIGC de estarem a arruinar o
objetivo do recenseamento.
“O processo de recenseamento regista falhas que vão
da incompetência à ilegalidade, passando por suspeitas de manipulação”, dizem
em comunicado.
Os renovadores ainda acusam o primeiro-ministro de
prática de ilegalidade e
usurpação de funções das entidades eleitorais: Comissão Nacional de
Eleições e Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral.
“O Primeiro-ministro nomeou ilegalmente duas outras
entidades (Comissão Multisectorial e Comissão Interministerial), que vieram
usurpar às funções legalmente existentes. Até os tribunais foram usurpados, na
validação de candidaturas e no contencioso”, refere o comunicado.
No documento, o PRS
destaca que mais de metade dos 900 mil eleitores não poderá votar, avisando que
não vai aceitar um caderno eleitoral com menos de 90 por cento de inscritos.
“Há pessoas que se recensearam mais que uma vez (tendo mais que um cartão
de eleitor) e vários cidadãos com o mesmo número de eleitor. Isso permite a
algumas pessoas votarem mais que uma vez e impedirá outras de votar, pois basta
que a primeira pessoa vote para que as outras (com o mesmo número) sejam
impedidas de votar”, refere o comunicado através do qual o PRS defende que os fiscais devem ter acesso aos dados dos
inscritos para evitar eventuais problemas.
O maior partido da
oposição, à luz das últimas eleições, acusa que se trata de um recenseamento politizado e sem fiscalização,
alegando que os técnicos de recenseamento (credenciados) estão a
ser substituídos por pessoas do PAIGC (sem formação) e que a fiscalização dos
delegados partidários está a ser vedada por ordem de governantes desta mesma
formação política.
Dificuldades técnicas no
recenseamento, segundo o comunicado do PRS, têm a ver com a insuficiência dos kits (computador e impressora),que aquecem e ficam muito
tempo sem funcionar ou por falta de formação dos recenseadores.
O Partido de Renovação Social refere ainda em
comunicado que um dos compromissos deste governo era a realização de uma campanha
de educação cívica de incentivo ao recenseamento, “o que não aconteceu”.
Defende a integração dos partidos sem representação
parlamentar no processo eleitoral e acusa o Primeiro-ministro de continuar a
excluí-los, ignorando a lei e a recomendação presidencial.
ANG/LPG//SG
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