Assassínio de jornalista búlgara gera onda de indignação na Europa
Bissau,08 out 18(ANG) - Uma
jornalista búlgara de uma cadeia de televisão local, que investigava casos
relacionados com corrupção, foi morta na sequência de uma brutal agressão que
está a suscitar reações de indignação na Europa.
O corpo de Viktoria Marinova, 30 anos, responsável
administrativa e apresentadora na TVN, uma cadeia televisiva local de Ruse (no
norte da Bulgária), foi descoberto no sábado num parque da cidade,
anunciou domingo o procurador regional,
Georgy Georgiev.
A jovem mulher foi agredida na cabeça e
estrangulada, referiu o Ministério do Interior, acrescentando que também foi
violada.
O inquérito está a examinar todas as pistas,
relacionadas com a sua vida pessoal e profissional. A vítima animava uma
emissão dedicada às questões da sociedade difundida localmente em Ruse, um
grande porto nas margens do Danúbio, junto à fronteira com a Roménia.
No programa de 30 de setembro, difundiu uma
entrevista com dois reputados jornalistas de investigação, o búlgaro Dimitar
Stoyanov, do site Bivol.bg, e o romeno Attila Biro, que investigavam suspeitas
de fraudes nos fundos europeus e que envolveriam empresários e responsáveis
políticos.
O cofundador do Bivil.bg, Assen Yordanov, disse à
agência noticiosa AFP ter recebido informações credíveis de que os jornalistas
do seu site estavam em perigo devido a esta investigação.
"A morte de Viktoria, a forma brutal como foi
morta, é uma execução feita para servir de exemplo", acusou.
A última classificação mundial sobre liberdade de
imprensa estabelecida pelos Repórteres sem fronteiras (RSF) colocou a Bulgária
no 111º lugar entre 180, de longe o pior da União Europeia, e o país é
regularmente questionado pela situação de vasta corrupção nos media, que impede
a liberdade de informar.
Esta alarmante situação conduziu numerosos observadores
a relacionarem a morte da jornalista à sua profissão.
Numerosos profissionais dos médias partilharam a
sua emoção e cólera nas redes sociais, ao recordarem que foi a terceira
jornalista assassinada no espaço de um ano na Europa, após o repórter Jan
Kuciak na Eslováquia, em fevereiro, e a jornalista de Malta Daphné Caruana
Galizia em outubro de 2017.
A OSCE, os RSF, o Comité para a proteção dos
jornalistas (CPJ), sediado em Nova Iorque, ou a Associação dos jornalistas
europeus, com sede na Bulgária, foram algumas das organizações que denunciaram
com veemência mais este assassinato.
O primeiro-ministro búlgaro, de centro-direita,
Boiko Borissov, assegurou entretanto que devido às provas reunidas, o
esclarecimento do crime "é apenas uma questão de tempo". ANG/Jornal de Notícias
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