GTAPE denuncia ataques à brigadas de recenseamento eleitoral
Bissau,08 Out 18(ANG) - O diretor-geral do Gabinete
Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) na Guiné-Bissau, Alain Sanka,
disse hoje que pediu o reforço da segurança junto das mesas de recenseamento
eleitoral, depois de registados dois ataques.
"Queremos que a segurança seja reforçada.
Estamos preocupados com a segurança e já pedimos ao Ministério da Administração
Interna para colocar mais pessoas no terreno a garantir a segurança dos
brigadistas", afirmou Alain Sanka, em conferência de imprensa na sede do
GTAPE, em Bissau.
Segundo o diretor-geral do GTAPE, no domingo foi
registado um ataque em Fulacunda, no sul do país, e hoje um em Canchungo, no
centro.
Alain Sanka explicou que as duas mesas onde estava
a ser feito o recenseamento foram atacadas, num dos casos chegaram mesmo a
danificar o material, nomeadamente o acumulador de energia e o aparelho das
impressões digitais.
O diretor-geral do GTAPE considerou que aqueles
ataques, que impediram as pessoas de se recensearem, foram feitos para
defenderem interesses de partidos políticos.
"O material que se estragou vai ser pago por
quem o danificou", disse.
Na conferência de imprensa, Alain Sanka denunciou
também que os fiscais dos partidos políticos estão a reter o cartão de eleitor
das pessoas que se acabaram de recensear para tirar dados pessoais e sublinhou
que isso é proibido.
"Os partidos políticos podem pedir aos
brigadistas o número de recenseados, mas não podem pedir o cartão de eleitor e
tirar os dados pessoais das pessoas recenseadas. As pessoas estão a
reclamar", disse.
O Presidente José Mário Vaz marcou as eleições
legislativas para 18 de novembro em abril, na sequência de uma cimeira
extraordinária de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO para ultrapassar o
impasse político que se vivia no país desde 2015 e que incluiu também a
nomeação de Aristides Gomes primeiro-ministro do país, bem como a reabertura do
parlamento.
O processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau tem
provocado fortes críticas dos partidos sem assento parlamentar e da sociedade
civil, que têm pedido que as legislativas sejam adiadas.
Em causa está, essencialmente, o recenseamento
eleitoral que não decorreu entre 23 de agosto e 23 de setembro, como previsto,
devido a atrasos na chegada dos equipamentos para recenseamento biométrico.
A Nigéria acabou por se disponibilizar para doar 350
'kits' de registo biométrico, mas apenas 150 chegaram ao país, devendo os
restantes ser recebidos nos próximos dias.
O recenseamento começou a 20 de setembro e deve
terminar a 20 de outubro.
O Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral
está a fazer o registo de eleitores em todo o território nacional com apenas
150 'kits'. ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário