Confirmada
detenção do presidente da Interpol
Bissau, 08 out 18 (ANG)
– A China confirmou segunda-feira (hora local) a detenção do presidente da
Interpol, Meng Hongwei, por alegada e “grave violação da legislação estatal”,
informou o diário South China Morning Post.
Meng era considerado desaparecido desde 25 de
Setembro, quando viajou para a China. Após vários dias de silêncio, a Comissão
nacional de supervisão (o órgão anti-corrupção chinês) informou num breve
comunicado a detenção de Meng, que anteriormente ocupava a pasta de
ex-ministro-adjunto para a Segurança Pública do governo chinês antes de ser
nomeado como dirigente máximo da Interpol em Novembro de 2016, assinala o
jornal de Hong Kong.
No comunicado oficial não são indicados os motivos da
detenção de Meng, nem se teria infringido algumas das normas do Partido
Comunista, a forma de a Comissão nacional de supervisão indicar os supostos
casos de corrupção que submete a investigação.
Segundo o periódico, em 30 de Setembro decorreu uma
reunião de altos dirigentes do Partido Comunista chinês na qual o ministro da
Segurança Pública, Zhao Kezhi, forneceu detalhes de uma conversa que manteve
com Ding Xuexiang, chefe de gabinete do Presidente chinês Xi Jinping, e onde
manifestou a urgência em reforçar a vigilância contra a corrupção.
Por sua vez, a mulher do presidente da Interpol disse
hoje acreditar que o seu marido está em perigo e pediu à comunidade
internacional que intervenha para clarificar o seu paradeiro.
Grace Meng promoveu uma conferência de imprensa num hotel de Lyon, em França, onde se encontra a sede da organização internacional de polícia, para explicar que recebeu duas inquietantes mensagens ‘sms’ do seu marido em 25 de Setembro, e desde então não tem notícias suas.
Grace Meng promoveu uma conferência de imprensa num hotel de Lyon, em França, onde se encontra a sede da organização internacional de polícia, para explicar que recebeu duas inquietantes mensagens ‘sms’ do seu marido em 25 de Setembro, e desde então não tem notícias suas.
Na primeira mensagem, Meng pedia que “aguardasse a sua
chamada”, e mais tarde chegou outro ‘sms’ com um ‘emoticon’ que representa uma
situação de perigo, segundo o diário local Le Progrès.
A mulher leu uma declaração em chinês e inglês onde
também exorta a comunidade internacional a intervir no caso, para que seja
desvendado o que aconteceu ao seu marido.
O secretário-geral da Interpol, o alemão Jürgen Stock,
pediu no domingo à China que clarifique o paradeiro de Meng, que desapareceu
pouco após chegar ao seu país.
Stock aguarda “uma resposta oficial das autoridades
chinesas” que esclareça as preocupações que suscitou o desaparecimento de Meng,
que segundo a imprensa do seu país estaria detido e sob investigação, uma
informação que acabou por ser confirmada.
A procuradoria de Lyon abriu na sexta-feira uma
investigação sobre o desaparecimento de Meng, que segundo diversos media de
Hong Konh estaria a ser investigado como antigo responsável do governo chinês e
poderá ter sido vítima de uma purga interna do regime.
Apesar de ser um cargo essencialmente honorífico, a
designação de Meng foi muito criticada por organizações de defesa dos direitos
humanos. ANG/Inforpress/Lusa
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