Procurador-geral da República nega que esteja a fazer perseguição
aos membros do Sindicato de Magistrados do Ministério Publico
Bissau,03 Out 18
(ANG) – O Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau negou alegada perseguição aos membros do Sindicato de
Magistrados do Ministério Publico.
O Sindicato dos magistrados do Ministério Público
considerou recentemente de “ilegais e injustas” as movimentações que o
Procurador-geral está proceder na instituição.
O magistrado, Domingos Martins, líder do sindicato
figura no cabecilha nas operações de transferências processadas por Bacar Biai.
Também, o nome do secretário-geral da organização sindical, Jorge João Pedro
Gomes consta da lista.
Em conferência de imprensa para reagir às acusações proferidas por elementos do
referido sindicato, na sequência do despacho número 3/GPGR/ 2018, relativamente
a movimentação dos magistrados, da Procuradoria-geral nas diferentes
estruturas do Ministério Público, Bacar Biai justificou a decisão como forma de imprimir maior
dinâmica nos serviços daquela Instituição.
O PGR informa que as constatações
reveladas por relatórios trimestrais
apresentados nos últimos tempos e que deram conta de uma fraca produtividade de
alguns serviços do Ministério Público, nomeadamente, o Gabinete de Luta Contra
Corrupção e Delitos Económicos, que nos últimos trimestres não registou a
conclusão de um único processo.
Para além disso,
conforme Procurador-geral, durante oito meses, os magistrados transferidos não
acusaram e nem arquivaram nenhum processo, enquanto os cidadãos questionam o
papel do Ministério Público no sistema judicial guineense.
“Os magistrados têm a
função de investigar as denúncias e no final acusar os processos por ter
reunido elementos comprovativos ou arquivá-los por falta de provas. Mas durante
o ano 2017/2018 nenhum dos magistrados conseguiu acusar pelo menos cinco processos”,
criticou Bacar Biai.
Para mostrar a fraca
produtividade dos magistrados transferidos, o Procurador exibiu o relatório de
segundo semestre de 2018, que indica que nenhum processo deu entrada e nem foram arquivados
ou pendentes.
Sustentou que o povo
está insatisfeito com essa situação, porque várias denúncias foram feitas e não
há resposta do Ministério Publico.
“Em matéria penal, um
Juiz não pode proferir uma sentença se o Ministério Público não faz acusação,
mesmo em caso de ocorrências de crimes.
Isso não compete aos juízes por iniciativa do próprio, jugar. Cabe ao
Ministério Público investigar e entregar as provas ao juiz e de seguida
proceder com julgamento do caso”, disse.
Em relação ao
Gabinete de Luta Contra Corrupção e Delitos Económicos e Vara Crime, Bacar Biai
considera estes departamentos de estratégicos para a sua instituição,
acrescentando que se encontram actualmente com vários processos a espera de
eventual acusação ou arquivação.
Instado a falar da acusação segundo a qual a
medida não é de conhecimento do Conselho
Superior da Magistratura do Ministério Público, Biai disse que numa reunião
ordinária realizada em Janeiro do ano em curso, o referido órgão conferiu ao Procurador-geral
as competências para realizar movimentações dos magistrados e Oficiais de
Justiça.
A movimentação em
causa, segundo Bacar Biai , atingiu cerca de 50 por cento do pessoal do Ministério Público. ANG/LPG/ÂC//SG
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