segunda-feira, 9 de junho de 2025

UNOC3/ Líderes mundiais discutem oceano em Nice, Estados Unidos boicotam

Bissau, 09 Jun 25 (ANG) - Arrancou esta segunda-feira,  em Nice, França, a 3.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC3), evento que  reúne cerca de 50 chefes de Estado e de Governo.

 Em cima da mesa o reforço da mobilização global para a preservação e uso sustentável dos oceanos. A UNOC3 é co-presidida pela França e pela Costa Rica. Os Estados Unidos são os grandes ausentes da cimeira.

Sob o mote “Acelerar a acção e mobilizar todos os intervenientes para conservar e utilizar o oceano de forma sustentável”, a terceira edição da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas assume especial importância num contexto em que as questões climáticas enfrentam múltiplas barreiras políticas. O Presidente francês Emmanuel Macron sublinha o carácter de “mobilização” da cimeira, que pretende acelerar acções concretas em áreas como a pesca ilegal, a poluição plástica ou a mineração dos fundos marítimos.

Os grandes ausentes desta cimeira são os Estados Unidos da América. Uma decisão da administração norte-americana particularmente controversa após o anúncio do Presidente Donald Trump, no final de Abril, de autorizar a extracção mineira em águas internacionais do Pacífico, à margem da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, da qual os EUA não fazem parte.

Até 13 de Junho, na Côte d'Azur, a exploração mineira dos fundos marinhos, o tratado internacional sobre a poluição plástica e a regulamentação da sobrepesca e da pesca ilegal vão estar na agenda das discussões.

Em entrevista à RFI, o presidente da associação ambientalista portuguesa ZERO, Francisco Ferreira defende que esta conferência “é uma oportunidade de acção” para “dar prioridade àquilo que o oceano representa”. 

O ambientalista espera, ainda, que Nice sirva de estímulo ao aumento das ratificações para conseguirmos a entrada em vigor do Tratado do Alto Mar. Estamos com 29 países que já ratificaram e precisamos de 60. Estamos a falar de um território que representa mais de 70% dos oceanos e que é fundamental ser reconhecido como bem comum da humanidade e gerido com base na ciência”.

Um dos objectivos da UNOC3 é a ratificação do Tratado do Alto Mar, documento que pretende proteger a biodiversidade dos oceanos que não estão sob jurisdições nacionais e assegurar a utilização sustentável dos recursos marinhos. Contudo, as expectativas foram revistas em baixa, uma vez que são necessárias 60 ratificações para a entrada em vigor do tratado.

França também espera alargar a coligação de 33 países favoráveis a uma moratória sobre a exploração mineira dos fundos marinhos. A protecção dos oceanos, que cobrem 70,8% do planeta, é o objectivo de desenvolvimento sustentável menos financiado da ONU.

Embora não se trate oficialmente de uma conferência de financiamento, a Costa Rica expressou a esperança de angariar até 100 mil milhões de dólares em novos financiamentos para o desenvolvimento sustentável dos oceanos.

As ong's de protecção dos oceanos sublinham que o problema não é a falta de dinheiro, mas a falta da vontade política”, No final, a conferência adoptará o “Plano de Acção para os Oceanos de Nice” (“Nice Ocean Action Plan”), e a “Declaração de Nice para a Acção no Oceano” (“Nice Ocean Action Declaration”), um documento político não vinculativo, adoptado por consenso.ANG/RFI

 

Cimeira dos Oceanos/ "O fundo do mar não pode tornar-se um Velho Oeste", diz Guterres

Bissau, 09 Jun 25 (ANG) - O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse hoje na abertura da terceira Cimeira dos Oceanos da ONU em Nice, em França, que o fundo do mar não pode tornar-se num "Velho Oeste".

 

 O fundo do mar não pode tornar-se um Velho Oeste (...). Espero que possamos inverter esta situação. Que possamos substituir a pilhagem pela proteção", alertou na abertura da Cimeira dos Oceanos da ONU em Nice.

António Guterres, apelou também a uma mudança de rumo em relação à biodiversidade marinha, uma vez que "os 'stocks' de peixe estão em colapso".

O secretário-geral da ONU pediu igualmente uma ação global urgente durante a cimeira para salvar os ecossistemas marinhos, pois "sem um oceano saudável, não pode haver um planeta saudável".

Guterres referiu a adoção do Acordo sobre a Diversidade Biológica Marinha em Áreas para Além da Jurisdição Nacional como um avanço histórico, depois de instar todos os países a ratificarem o texto para garantir a sua rápida entrada em vigor.

No discursos de abertura alertou também para a poluição causada pelos plásticos, que "está a sufocar os ecossistemas" e ameaça sobrecarregar os mares com um volume de resíduos que pode eventualmente sobrecarregar as populações de peixes.

Lamentou ainda as emissões de carbono que impulsionam a acidificação e o aquecimento dos oceanos e pediu um compromisso firme com um tratado global e juridicamente vinculativo para conter a poluição por plástico.

"Os pequenos Estados insulares, particularmente vulneráveis às alterações climáticas e à subida do nível do mar, precisam de apoio para reforçar a sua resiliência e garantir o acesso a alimentos sustentáveis: muitos ainda lutam para ter acesso a produtos saudáveis e acessíveis", afirmou.

António Guterres apelou ainda a um acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a pesca sustentável e chamou a atenção para o baixo nível de financiamento para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 14), que considera ser um dos objetivos mais negligenciados.

Para inverter esta situação, Guterres pediu mais fundos públicos, apoios dos bancos de desenvolvimento e novas formas de mobilizar capital privado.

Apesar de tudo, o líder da ONU manifestou confiança em possíveis mudanças e recordou que, quando foi estabelecida uma moratória global sobre a caça comercial de baleias, as populações recuperaram.

A cimeira que arrancou hoje e decorre até 13 de junho e é organizada pela França e pela Costa Rica, procura travar a rápida degradação dos oceanos, essenciais para a produção de oxigénio e para a regulação do clima.

Os chefes de Estado e de Governo vão discutir temas em 10 painéis que vão decorrer durante toda a semana e que abordarão assuntos relacionados com o oceano, desde a poluição por plásticos à conservação e gestão sustentável dos ecossistemas marinhos e costeiros.

A conferência reúne governos, organizações intergovernamentais, instituições financeiras internacionais, organizações não governamentais, organizações da sociedade civil, universidades, a comunidade científica, povos indígenas e comunidades locais.

A presença portuguesa está assegurada pelo primeiro-ministro, a ministra do Ambiente e Energia, o ministro da Agricultura e Mar e o secretário de Estado das Pescas e do Mar, "refletindo o compromisso do Governo com a agenda da conservação marinha e da economia azul sustentável", segundo o gabinete da ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho.

Durante a conferência é esperada a apresentação do Pacto Europeu para os Oceanos, pela presidente da Comissão Europeia.ANG/RFI

 

Cimeira dos Oceanos/ “Não se pode seguir o mesmo caminho do comércio internacional", diz Lula da Silva

Bissau, 09 Jun 25 (ANG) - O presidente do Brasil defendeu hoje, no arranque da cimeira de Nice, que os oceanos não podem ser vítimas da "erosão" produzida pela guerra comercial internacional motivada pela presidência norte-americana.


"Não podemos permitir que aconteça com o oceano o que aconteceu com as regras do comércio internacional, que foram tão erodidas que a Organização Mundial do Comércio (OMC) se tornou praticamente inoperante", criticou Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente brasileiro foi um dos principais oradores na sessão plenária de abertura da terceira Cimeira da ONU sobre os Oceanos, que se realiza em Nice, França, até 13 de junho, e que antecede a COP 30, que será realizada na cidade amazónica de Belém, no Brasil, em novembro.

Aludindo aos planos da administração Trump, pediu, de acordo com a agência espanhola de notícias, a EFE, que se impeça "a corrida predatória aos minerais" nos oceanos e adiantou que o Brasil "está comprometido" em ratificar este ano o acordo para regular e proteger as águas internacionais, que visa precisamente evitar a mineração no fundo do mar.

"O multilateralismo serve para superar diferenças", insistiu Lula, que disse ter orgulho do grande espaço marítimo do seu país, comparável à superfície das áreas verdes da Amazónia.

A cimeira, que arrancou hoje e decorre até 13 de junho e é organizada pela França e Costa Rica, procura travar a rápida degradação dos oceanos, essenciais para a produção de oxigénio e para a regulação do clima.

Os chefes de Estado e de Governo vão discutir temas em 10 painéis que vão decorrer durante toda a semana e que abordarão assuntos relacionados com o oceano, desde a poluição por plásticos à conservação e gestão sustentável dos ecossistemas marinhos e costeiros.

A conferência reúne governos, organizações intergovernamentais, instituições financeiras internacionais, organizações não governamentais, organizações da sociedade civil, universidades, a comunidade científica, povos indígenas e comunidades locais.

A presença portuguesa está assegurada pelo primeiro-ministro, a ministra do Ambiente e Energia, o ministro da Agricultura e Mar e o secretário de Estado das Pescas e do Mar, "refletindo o compromisso do Governo com a agenda da conservação marinha e da economia azul sustentável", segundo o gabinete da ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho.

Durante a conferência é esperada a apresentação do Pacto Europeu para os Oceanos, pela presidente da Comissão Europeia.ANG/Lusa

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Dia Mundial do Ambiente/”Cada cidadão tem um papel insubstituível na luta contra poluição plástica no país”, diz Ministro Viriato Cassama 

Bissau, 05 Jun 25 (ANG) - O ministro de Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática defendeu, esta quinta-feira, que é fundamental que cada cidadão tenha a consciência de que tem um papel insubstituível no combate à poluição plástica no país,  que  não depende exclusivamente do Estado.

Viriato Luís Soares Cassamá dirigia uma mensagem alusiva  ao Dia Internacional  de Meio Ambiente, que hoje se  celebra sob o lema “Lutar Contra Poluição Plástica e Dirigir uma Nação com Sentido de Urgência e de Responsabilidade Partilhada”.

Soares Cassamá disse que os consumidores devem recusar o plástico e optar por alternativas reutilizáveis e exigir responsabilidade ambiental aos produtores.

“Os mídias e comunicadores sociais desempenham um papel crucial na educação, informação, sensibilização das populações sobre a problemática do poluição dos sacos plásticos, de modo a fomentar a mudança de comportamentos e  atitudes”, disse o governante.

Cassamá lançou um apelo à comunidade guineense, em geral, no sentido de reduzir a pegada plástica no país e de proteger a biodiversidade e valorizar os patrimónios naturais, com a finalidade de  construir uma Guiné-Bissau mais limpa, mais resiliente e mais sustentável.

Segundo Viriato Cassamá, a poluição plástica representa hoje uma das maiores ameaças para planeta e  estima-se que mais de 400 milhões de toneladas de plásticos sejam produzidos anualmente, das quais uma parte significativa acaba nos rios, mangais e terras agrícolas afetando, de forma dramática, a saúde, biodiversidade, ecossistemas e segurança alimentar.

“Esta realidade exige ações firmes e coordenadas, concertadas e imediatas, tanto a nível nacional como internacional, de forma a  proteger o planeta e garantir um futuro digno à geração vindouras”, salientou Viriato Cassamá.

“O Governo da Guiné-Bissau através do Ministério do Ambiente, tem dado passos firmes para enfrentar ameaças da poluição plástica no país. Como por exemplo a aprovação na legislação nacional que proíbe a produção, importação, comercialização e uso dos sacos plásticos”, referiu o ministro do Ambiente.

Acrescentou  que o Executivo está  igualmente envolvidos em iniciativas regionais e globais, nomeadamente, a Convenção de Abidjam e as  negociações para um tratado internacional juridicamente vinculativo sobre poluição plástica.

O Ministério de Ambiente, diz Viriato Cassamá, está a intensificar os seus esforços junto de parceiros no sentido de mobilizar  recursos financeiros que permitam fortalecer a gestão de resíduos, fiscalização ambiental e apoio as comunidades vulneráveis, principalmente nas zonas costeiras e nas ilhas.ANG/AALS/ÂC//SG


 

Religião/ Alto Comissariado para Peregrinação 2025 anuncia cancelamento da viagem de cerca de 30 fiéis muçulmanos

Bissau, 05 Jun 25(ANG) – O Alto Comissariado para Peregrinação 2025 à Meca,  anuncia  que a viagem de cerca de 30 fiéis muçulmanos que ainda se encontravam  no país,  estão cancelados, devido ao atraso de pagamento das suas contribuições, através das agências de viagens com as quais acordaram a organização das suas viagens.

Segundo o  comunicado à imprensa, através do qual se fez o anúncio do cancelamento da ida à Meca, à que a ANG teve acesso hoje, o Alto Comissariado para Peregrinação diz que   o  atraso se deve a não  validação atempada  dos vistos pelo Reino da Arábia Saudita.

“O Alto-Comissariado lamenta profundamente este fato e informa que, devido às razões mencionadas, e que os valores  monetários pagos pelos candidatos serão reembolsados através das respetivas agências, de acordo com o procedimento bancário seguido no ato do pagamento”, refere o comunicado.

Na edição de 2025, correspondente ao ano 1448 do calendário islâmico da Peregrinação aos lugares Sagrados do Islão, no Reino da Arábia Saudita, a República da Guiné-Bissau dispõe de uma quota de 751 lugares, sendo que uma parte  deste número já se encontra na cidade  Santa de Meca. ANG/JD/ÂC//SG

Regiões/Parque dos Tarrafes do Rio Cacheu inicia Repouso Biológico de três meses

Cacheu, 05 Jun 25(ANG) – O Responsável de Fiscalização do Parque dos Tarrafes do Rio Cacheu confirmou  , quarta-feira, estarem em curso desde 01 de Junho  o período de Repouso Biológico, durante o qual são suspensas todas as atividades pesqueiras .

Padjalo de Carvalho Djata que falava ao  Correspondente da ANG na região de Cacheu explicou que esta proibição irá vigorar três meses e permitir que os peixes entrassem e reproduzissem  no Rio Cacheu  de uma forma tranquila.

Carvalho Djata assegurou  que já foram criadas as condições de transporte marítima para a sensibilização e fiscalização das comunidades piscatórias para que possam respeitar as regras de implementação do Período de Repouso Biológico.

Djata pede a colaboração das comunidades da zona, com  denúncias de práticas de pescas por estrangeiros que procuram não respeitar a proibição imposta para esse período de repouso.

O fecho do Rio Cacheu neste período foi iniciado em 2014, por recomendação de um estudo realizado pelo Centro de Investigação de Pesca Aplicada (CIPA) em 2013.ANG/AG/MSC/ÂC//SG

Agricultura/”Conflitos entre agricultores e pastores ainda persistem nas Regiões Bafatá e Gabu”, diz Consultor da  FAO  

Bissau, 05 Jun 25 (ANG) – Os conflitos entre agricultores e criadores de gado ainda se registam nas  regiões de Bafatá e Gabu, volvidos três anos de implementação do projeto da ONU destinado a atenuar as tensões comunitárias originadas por disputas entre praticantes das duas atividades.

Segundo a Rádio Sol Mansi(RSM)a constatação é do Consultor para a Mobilização Social do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) Naiel Seiti Cassamá, e foi revelada aos jornalistas à margem da abertura da reunião do Comité Nacional de Pilotagem(CNP) do Projeto “Prevenção de Conflitos Relacionados com Recursos Naturais e Transumância , nas Regiões de Bafatá e Gabu.~

As regiões leste do país abrigam a maior população bovina, e os pastores seguem um sistema de transumância sazonais, deslocando os seus rebanhos em busca de água e pasto.

O Fundo para a Consolidação da Paz lançou  a iniciativa, em 2022, nas regiões de Bafatá e Gabu, para atenuar as crescentes tensões comunitárias entre os criadores de gado e agricultores, implementada pela FAO, ONU Habitat, UNFPA e parceiros locais.

“No entanto, nas últimas décadas, a
prática tradicional tem sido posta em xeque e que a rápida expansão das terras agrícolas, em particular das plantações de caju, tem provocado conflitos crescentes por terras, água e outros recursos” salientou Cassamá.

Aquele responsável disse que de momento, o projeto está a trabalhar no reforço das capacidades dos criadores de gado e autoridades regionais, para evitar  conflitos entre criadores de gado e agricultores.

Acrescentou  que o projeto também está a trabalhar junto dos criadores de gado para garantir a cobertura sanitária aos pastores, devido às suas constantes deslocações que geram preconceito étnico e acesso limitado à serviços básicos, como saúde e justiça.

O projeto “Prevenção de Conflitos Relacionados com os Recursos Naturais e a Transumância nas Regiões de Bafatá e Gabu” termina dentro de sete meses..ANG/ Sol Mansi

 

    ONU/EUA vetam resolução  que exigia cessar-fogo imediato em Gaza

Bissau, 05 Jun 25 (ANG) - Os Estados Unidos exerceram, quarta-feira, o seu direito de veto no Conselho de Segurança da ONU, bloqueando uma resolução que exigia um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente na Faixa de Gaza.

A proposta foi apresentada pelos dez membros não permanentes do Conselho e contou com o apoio de 14 dos 15 membros, mas foi impedida de avançar pelo veto norte-americano, o primeiro sob a nova administração Trump.

A resolução solicitava também a libertação incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas e a suspensão imediata de todas as restrições à entrada e distribuição segura de ajuda humanitária em Gaza, incluindo operações coordenadas pelas Nações Unidas.

Segundo diplomatas citados pela agência britânica Reuters, os Estados Unidos justificaram o veto afirmando que o texto não estabelecia uma ligação clara entre o cessar-fogo e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas, uma condição considerada essencial por Washington. Este é o quarto veto dos EUA desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023, e ocorre num momento em que continuam negociações para alcançar uma trégua duradoura, com mediação do Qatar, Egipto e os próprios Estados Unidos.

A situação humanitária em Gaza permanece crítica, com a população civil a sofrer severas carências de acesso a alimentos, água, eletricidade e cuidados médicos, após quase dois anos de conflito contínuo. Apesar de Israel ter autorizado uma entrada limitada de ajuda desde 19 de maio, a resposta é considerada insuficiente pelas agências internacionais.ANG/RFI


EUA/Donald Trump proíbe entrada de cidadãos de 12 países nos Estados Unidos

Bissau, 05 Jun 25 (ANG) - O Presidente norte-americano decidiu proibir a entrada no território dos Estados Unidos a 12 países, isto para “proteger” o país dos “terroristas estrangeiros”. Esta medida de Donald Trump surge após o ataque no Estado do Colorado.

A proibição arranca a 09 de Junho para os cidadãos provenientes dos doze seguintes países: Afeganistão, Myanmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.

O anúncio de Donald Trump contemplava também restrições para sete países, inclusive para três africanos: Burundi, Serra Leoa e Togo.

Haverá, no entanto, excepções se as viagens das pessoas provenientes desses países servem o interesse nacional” dos Estados Unidos.

De notar ainda que os futebolistas que vão participar no Mundial de 2026 ou ainda nos Jogos Olímpicos de 2028 serão também isentos dessas proibições.

Donald Trump justificou essas medidas após o ataque no Estado do Colorado a 1 de Junho. Nesse dia, na cidade de Boulder, um homem de 45 anos lançou engenhos incendiários contra participantes numa marcha semanal em apoio aos reféns israelitas detidos na Faixa de Gaza.

No entanto é de referir que esse homem, que, segundo as autoridades, permaneceu ilegalmente nos Estados Unidos após o fim do seu visto turístico, é originário do Egipto, país que não figura na lista divulgada por Donald Trump, que no total tem 19 países, entre proibições e restrições. ANG/RFI

São Tomé e Príncipe / BAD anuncia investimento 7,5 milhões de dólares

Bissau, 05 Jun 25 (ANG) -  O Banco Africano de Desenvolvimento anunciou u
m investimento inicial para este ano de 7,5  milhões de dólares para apoiar, entre outros, a transição energética em São Tomé e Príncipe.

Esse projecto visa proporcionar autonomia energética ao arquipélago e promover uma matriz energética 100% limpa.

Durante a visita o  Banco Africano de Desenvolvimento, confirmou o apoio de 7,5 milhões de dólares ao Governo são-tomense. O montante, previamente anunciado em março, vai ser canalizado através do Fundo Fiduciário da Nigéria,  via BAD   e visa ajudar São Tomé e Príncipe a enfrentar os desafios económicos e climáticos.

O BAD reiterou o seu firme compromisso com o progresso económico e o desenvolvimento sustentável de São Tomé e Príncipe. A visita visou reforçar a parceria estratégica com o governo são-tomense e alinhar os próximos passos no horizonte 2030 .

Energia Sustentável, agricultura e pesca, modernização digital e financeira, educação e Turismo Sustentável, são  algumas  das áreas  de  intervenção do  BAD.

O governo   são-tomense  expressou o seu reconhecimento ao Banco Africano de Desenvolvimento pelo apoio contínuo, reafirmando o compromisso de manter um diálogo construtivo e transparente, visando resultados concretos para a população.ANG/RFI

Arábia Saudita/Dois milhões de muçulmanos iniciam peregrinação do Hajj sob calor extremo

Bissau, 05 Jun 25 (ANG)Cerca de dois milhões de muçulmanos começaram, na quarta-feira, 4 de junho, a peregrinação do Hajj, nos arredores de Meca, na Arábia Saudita, um ano depois de 1.300 pessoas terem morrido, principalmente, devido ao calor extremo.

Segundo a BBC, as autoridades sauditas garantem que, este ano, "intensificaram as medidas de segurança" para evitar insolações e desidratação.

Foram plantadas milhares de árvores e instalados centenas de elementos de refrigeração para ajudar a aliviar as temperaturas previstas, que podem chegar aos 44°C.

Foram ainda proibidas crianças menores de 12 anos no evento religioso e os peregrinos que tentarem fazer a peregrinação sem uma autorização oficial ficam sujeitos a um multa superior a 5 mil euros e proibidos de voltarem ao Hajj durante 10 anos.

Segundo a BBC, até agora, mais de 269 mil pessoas já foram impedidas de entrar em Meca.

Recorde-se que o Hajj é uma das maiores peregrinações anuais do mundo e um dos cinco pilares do islamismo, as práticas essenciais que definem a fé de um muçulmano, assim como a oração diária, a caridade, o jejum durante o mês do Ramadão e a declaração de fé no Profeta Muhammad como mensageiro de Deus.

Os muçulmanos devem fazer esta peregrinação pelo menos uma vez na vida, se for saudável e tiver meios económicos para isso.

O Hajj acontece uma vez por ano, durante um período específico no último mês do calendário islâmico. A maioria dos peregrinos viaja para a Arábia Saudita com bastante antecedência, aproveitando o tempo para visitar a cidade sagrada de Medina, rezar na grande mesquita de Meca e realizar uma peregrinação menor chamada Umrah. ANG/Lusa

 

Meio Ambiente/Recursos do planeta disponíveis para este ano esgotam-se a 24 de julho

Bissau, 05 Jun 25 (ANG) - A humanidade esgota os recursos disponíveis para este ano no próximo dia 24 de julho, uma semana antes da data do ano passado, indicam os cálculos da organização internacional "Global Footprint Network".


No ano passado o Dia da Sobrecarga do Planeta foi a 01 de agosto. Este ano os recursos esgotaram-se uma semana mais cedo, nos cálculos da organização internacional de sustentabilidade, pioneira da pegada ecológica, que os divulgou hoje, Dia Mundial do Ambiente.

Tal significa que dia 24 de julho é a data em que a humanidade terá esgotado todo o orçamento anual de recursos e serviços ecológicos da natureza, nas contas da organização, que tiveram em conta uma revisão de dados.

A "Global Footprint Network" destaca num comunicado divulgado hoje que a humanidade está a utilizar a natureza 80% mais rapidamente do que os ecossistemas da Terra se podem regenerar, o que significa que esta ultrapassagem é equivalente à utilização de 1,8 Terras.

"Este nível de utilização excessiva só é possível através do esgotamento do capital natural, o que compromete a segurança dos recursos a longo prazo", referem no comunicado.

Para a organização, as consequências são visíveis na desflorestação, erosão dos solos, perda de biodiversidade e acumulação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o que contribui para o aumento da frequência de fenómenos meteorológicos extremos e para o declínio da produção alimentar.

É por tudo isto que a "Global Footprint Network" diz que, neste século, a segunda maior ameaça para a humanidade é a ultrapassagem ecológica, a utilização excessiva e implacável dos recursos do planeta. A maior ameaça é "não reagir".

Todos os anos a "Global Footprint Network" anuncia no Dia Mundial do Ambiente a data do "Earth Overshoot Day" que assinala o momento em que o consumo de recursos ultrapassa a capacidade de regeneração da natureza e os humanos passam a consumir a crédito.

Na página da organização fazem-se os cálculos também país a país, segundo os quais Portugal esgotou os recursos que tinha disponíveis logo a 05 de maio passado.

O Dia da Sobrecarga do Planeta é determinado utilizando a última edição das Contas Nacionais da Pegada Ecológica e da Biocapacidade (edição de 2025).

No comunicado de imprensa explica-se que as agências da ONU e organismos afiliados fornecem os dados mas por vezes fazem atualizações, tendo este ano ajustado em baixa a capacidade de sequestro de carbono dos oceanos.

Esse facto foi um dos que fez com que o Dia da Sobrecarga do Planeta descesse uma semana em relação a 2024. Sete desses oito dias, destaca, devem -se à revisão dos dados.

Numa leitura dos dados a organização diz que o Dia da Sobrecarga do Planeta se tem mantido estável na última década e que continua a ser demasiado cedo no ano.

E mesmo que a data se mantenha inalterada "a pressão sobre o planeta continua a aumentar" à medida que os danos causados pela ultrapassagem do limite ecológico se acumulam ao longo do tempo.

Ao longo dos anos, segundo o documento, acumulou-se uma dívida ecológica que vai agora em 22 anos. Se a ultrapassagem ecológica terminasse agora, se os recursos chegassem para todo o ano, seriam precisos 22 anos de capacidade regenerativa total do planeta para restaurar o equilíbrio perdido.

"No entanto é pouco provável que toda a dívida ecológica seja reversível", avisam os autores do documento.

Segundo Mathis Wackernagel, da direção da Global Footprint Network, a ultrapassagem não pode durar e ou acaba porque a população assim o decide ou acaba com uma catástrofe.

O indicador da pegada ecológica começou a ser feito em 1971, quando os recursos davam para praticamente o ano inteiro. A partir de 1984 os recursos já só chegavam a novembro e em 1993 apenas até outubro.

Desde esse ano a humanidade consumiu cada vez mais recursos, com apenas uma ligeira quebra de consumo em 2020, explicada pela pandemia. ANG/Lusa

 

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Cultura/Ministra Maria da Conceição Évora entrega prémios aos cineastas guineenses Sana Na Nhada e Binete Undonque

Bissau, 04 Jun 25 (ANG) – A ministra da Cultura, Juventude e Desportos, precedeu, terça-feira, a entrega de prémios de estatuetas aos cineastas  Sana Na Nhada e Binete Undonque, que ambos conquistaram no 9º Festival Internacional de Cinema, realizado, em Dezembro de 2024, em Bruxelas(Bélgica).

Maria da Conceição Évora disse que o gesto justifica-se por serem os que contribuíram para a valorização da identidade cultural do país no panorama cinematográfico internacional.  

Salientou que o veterano Sana Na Nhada é um Combatente da Liberdade da Pátria, que muito cedo terminou a sua licenciatura em Artes  Cinematográficas na República Comunista de Cuba.

 “ Sana Na Nhada já lançou vários filmes de     curta e longa metragem no mercado, como “Bissau de Isabel, “A Nossa Guiné” e vários outras obras, conhecidas e criadas por ele”, explicou a ministra.

Conceição Évora lamentou, na ocasião,  as dificuldades que o Ministério que dirige enfrenta, razão pela qual, não consegue prestar apoio necessário ao setor, desde cinema, à música, passando por artes gráficas e plásticas.

“Há algum tempo, efetuei uma visita ao Instituto Nacional de Cinema (INC),  e fiquei triste por ter constatado o estado avanço de degradação que o edifício apresenta ”, referiu a governante.

Acrescentou  que o Ministério que dirige e os parceiros já estão a analisar as possibilidades de reabilitação da INC, para permitir que os técnicos de setor possam continuar a desenvolver os seus trabalhos, em prol do avanço do setor.

Segundo aquela responsável, para impulsionar o setor, deve-se começar a pensar na  atribuição de  bolsas de formações à nova geração de cineastas guineenses.

“Porque só com a capacitação dos jovens nesta área, é que o país pode dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelos mestres Sana Na Nhada, Binete Unhoque, Flora Gomes e  outros nomes”, disse a governante.

A ministra disse que é  necessário criar intercâmbios culturais com os países da sub-região, e assim como de outra parte do mundo evoluído
no setor de cinema, para permitir que os cineastas locais possam, futuramente, produzir documentários e filmes, que podem ser consumidos mundialmente. ANG/LLA/ÂC//SG

Religião/  “Tabasky, a festa de carneiro será na sexta-feira, 6 de Junho”, diz Comissão Lunar

Bissau, 04 Jun 25(ANG) – O Coordenador e Imame da Mesquita Central Attadamum da Comissão Lunar da Guiné-Bissau confirmou, esta quarta-feira, que  a  reza de Tabasky (Festa de Carneiro) vai ter lugar  na sexta-feira, 6 de Junho.

Aladje Aly Ibrahim Bodjam, que falava em conferência de imprensa , disse  que quinta-feira é o dia de Arafath, em que  todos os fiéis muçulmanos que estão em peregrinação, na cidade Santa de   Meca devem se  encontrar, obrigatoriamente, no ARAFATH, e diz que quem  não conseguir estar ali até o dia seguinte a pessoa é considerada turista.

Questionado sobre fiéis que  pretendem rezar no sábado, respondeu que o que está escrito no Corão, não  no calendário, indica que o dia da reza de Tabasky depende  do nascimento da lua.

“O 10 º dia após nascimento da lua é o dia da reza de Tabasky”, contou Bodjam acrescentando que, os que não conseguiram ir a peregrinação devem jejuar, para que sejam perdoados todos os pecados cometidos durante dois anos.

Bodjam disse ainda que  sacrificar  animais tem regras, e que se for  Camelo tem de ter cinco anos de vida, Carneiro, seis meses, Cabra um ano e  Vaca dois anos, conforme possibilidades de cada fiel.

 “Mas se a pessoa tiver possibilidades de sacrificar um destes e não o fizer , automaticamente a pessoa não deve estar presente no local da reza,” advirtiu.ANG/JD//SG


Economia
/”Dívida pública da Guiné-Bissau sobe para 82,3 por cento do PIB”, refere relatório do Banco Mundial  

Bissau, 04 Jun 25 (ANG) - O Banco Mundial revelou, terça-feira que a dívida pública da Guiné-Bissau subiu para 82,3% do Produto Interno Bruto (PIB) na última década, refletindo as elevadas necessidades de financiamento e de agravamento das condições financeiras no mercado regional.

A revelação foi feita através do relatório de atualização económica e análise de desafios fiscais na Guiné-Bissau, publicado terça-feira (03), segundo o qual a  economia do país permaneceu resiliente em 2024 com o crescimento real do PIB a atingir ligeiramente acima da taxa de 4,4% de 2023 e que a inflação moderou para uma média de 3,8% em 2024 contra 7,7% de 2023.

De acordo com a edição do relatório que examina as tendências económicas recentes e as questões de desenvolvimento no país, o défice orçamental melhorou para 7,3% do PIB em 2024 impulsionado pelo controlo das despesas e pelo aumento das subvenções dos doadores, apesar das cobranças de receitas terem sido inferiores ao previsto.

O referido documento destaca que a pressão fiscal na Guiné-Bissau é muito baixa ao nível do crédito de convergência da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) de 20% do PIB e indica  que é necessário a racionalização das múltiplas despesas fiscais do país, incluindo o alargamento da base do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA).

O mesmo documento, refere  que  é preciso reforçar o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e coletivas, ajustamento das taxas do imposto sobre combustível e álcool e a melhoria de mecanismos de transparência e supervisão.

Ao implementar estas reformas, segundo o relatório, a Guiné-Bissau pode criar espaço fiscal para fazer face à crescente necessidade de serviços públicos de qualidade, especialmente nas áreas prioritárias da saúde, educação e infraestruturas.

Para 2025-2028, o relatório aponta que as perspetivas são favoráveis mas sujeitas a riscos, prevendo que o crescimento seja em média de 5,1%, pressupondo uma produção de caju favorável , uma forte atividade no setor dos serviços e a continuação do investimento em projetos de infraestruturas fundamentais.

A representante do Banco Mundial, Rosa Brito é citada no relatório como tendo dito  que a criação de mais espaços fiscais nas reformas em curso permitirão ao Governo investir mais e melhor nos setores prioritários, como, a educação e saúde.

Ao criar mais espaço fiscal, estas reformas permitirão ao governo investir mais e melhor nos setores prioritários como saúde e educação, proteção social e infraestrutura sem comprometer o equilíbrio das finanças públicas”, concluiu Brito, segundo o relatório.

A edição do relatório divulgado analisa a evolução económica de 2024, apresenta as perspectivas até 2028 e dedica um capítulo especial à análise das receitas fiscais a sua composição, desempenho e potencial de crescimento.ANG/AALS/ÂC//SG

 

 


Regiões
/ Movimento Bissorã Rumo à Mudança apela intervenção das autoridades para acabar com roubo de motorizadas no sector

Oio, 04 jun 25 (ANG) – O “Movimento Bissorã Rumo à Mudança” apelou  intervenção urgente das autoridades para acabar com roubo  de motorizadas que se registam no sector.

O apelo foi feito, em entrevista ao  Correspondente regional da ANG de Oio,  pelo presidente do referido Movimento,  Ussumane Djaló, que condenou a prática de roubo de motos que se registam, cada vez mais, no setor.

“Não é possível, que no sector de Bissorã, num espaço de quatro semanas, quatro motorizadas foram roubadas”, disse.

Ussumane Djaló disse que o mais recente aso de roubo de motorizada, aconteceu no domingo(01) na sessão de Encheia, onde um comerciante ambulante de medicamentos tradicionais, de nacionalidade nigeriana sofreu o roubo de sua moto e dinheiro, no valor de  milhão de francos CFA, quando regressava para a sessão de Encheia.

Ussumane Djaló promete  convocar uma reunião com sindicatos de motoristas, administração local, e comités de diferentes tabancas que compõem o sector de Bissorã, para, juntos, analisarem o fenómeno e tomar medidas que possam reduzir ou até acabar com roubos de motorizadas, que acontecem as vezes, à luz do dia, nos caminhos entre tabancas do sector de Bissorã.

As motos são meios de transporte mais utilizados pela população nas diferentes regiões do país.

“Os motoristas e proprietários das motas, ameaçam suspender as suas actividades e isto pode criar ainda mais dificuldades em termos de deslocação para as pessoas que vivem nas tabancas e que querem, por exemplo, vir para o centro do sector para fazer compras”, disse Djaló que defende tomada de medidas, tanto pela administração local, assim como pela comunidade, em colaboração  com as autoridades policiais para a localização e identificação dos ladrões.ANG/AD/ÂC//SG