terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Níger/CNSP suspende a sua cooperação com a Organização Internacional da Francofonia

Bissau,26 Dez 23(ANG) - O Níger anunciou este fim de semana a suspensão de toda a sua cooperação com a Organização Internacional da Francofonia (OIF), numa altura em que as suas autoridades estão a romper gradualmente as suas relações com a França.

A organização, que tem 88 membros, "foi sempre utilizada pela França como um instrumento para defender os interesses franceses", disse ontem um porta-voz da junta militar na televisão nacional ao indicar que "o governo do Níger apela os povos africanos a uma descolonização dos espíritos e à promoção das suas próprias línguas nacionais de acordo com os ideais dos pais fundadores do pan-africanismo".

A OIF cuja missão declarada é promover a língua francesa, apoiar a paz e a democracia, e promover a educação nos países francófonos, tinha já abandonado a maior parte da sua cooperação com o Níger na semana passada na sequência do golpe de Estado, mas tinha declarado que iria manter os programas "que beneficiam directamente as populações civis".

O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria do Níger (CNSP) declarou ainda noutra comunicação que ainda não tinha tomado uma decisão quanto à duração da sua permanência no poder, mas que as modalidades da transição seriam determinadas através de um diálogo nacional inclusivo, sem especificar quando é que poderia acontecer.

Estas declarações surgem num contexto de crescente mal-estar entre Niamey e Paris, depois do golpe de Estado de 26 de Julho que conduziu os militares ao poder no Níger, derrubando o Presidente Mohamed Bazoum.

Pouco depois de assumir as rédeas do poder, a junta militar exigiu a saída das tropas francesas destacadas no país há cerca de dez anos no âmbito do combate ao terrorismo no Sahel. Os últimos dos 1.500 militares franceses que se encontravam no Níger deixaram o país no fim da semana passada. Esta retirada coincidiu com o anúncio do encerramento da embaixada francesa em Niamey, as autoridades francesas considerando não ter a possibilidade de preencher a sua missão em "condições normais".ANG/RFI

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