África subsaariana/BM prevê desaceleração do crescimento económico
Bissau, 14 Abr 22(ANG) - O Banco Mundial (BM) prevê uma desaceleração do crescimento económico na África subsaariana para 2022, onde muitos países ainda estão a recuperar do choque da covid-19 e enfrentam agora as consequências da guerra na Ucrânia.
Num relatório semestral
sobre as perspectivas macroeconómicas do continente publicado hoje, quarta-feira,
a instituição prevê um “crescimento de 3,6% para 2022, abaixo dos 4% registados
em 2021”.
“Esta desaceleração faz
parte de um contexto regional marcado pela persistência de novas variantes de
covid-19, inflação global, ruptura das cadeias de suprimentos e choques
climáticos. A alta dos preços mundiais das ‘commodities’ (bens essenciais), que
acelerou desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, soma-se aos
demais desafios económicos da região”, explica-se no documento.
“Os maiores exportadores
de alimentos do mundo, a Rússia – que também é o maior exportador mundial de
fertilizantes – e a Ucrânia, respondem por uma parcela significativa das
importações de trigo, milho e óleo de semente, e o fornecimento destes poderá
ser interrompido no caso de o conflito continuar”, especifica o Banco Mundial.
O aumento dos preços do
petróleo, gás e alimentos básicos provavelmente afectará particularmente as
populações mais pobres das áreas urbanas, alerta.
Segundo a instituição, o
impacto mais importante do conflito “poderia ser uma maior probabilidade de
agitação civil que resultaria do aumento dos preços dos alimentos e da energia,
num contexto de crescente instabilidade política”.
À medida que enfrentam
“margens fiscais limitadas, os formuladores de políticas devem procurar opções
inovadoras, como reduzir ou remover temporariamente as taxas de importação
sobre alimentos básicos, para ajudar os seus concidadãos”, defendeu Albert
Zeufack, economista-chefe do Banco Mundial para África.
No relatório também se
sublinha que a recuperação económica pós-pandemia é desigual naquela região
africana.
Assim, a recuperação
permanecerá “lenta” nas três maiores economias do continente, Angola, Nigéria e
África do Sul.
Se os dois primeiros
mencionados poderão beneficiar do aumento dos preços do petróleo, a África do
Sul ainda enfrenta problemas estruturais, em particular a falta de energia
eléctrica.
“Países ricos em
recursos, especialmente no sector extractivo, terão melhor desempenho económico
em função da guerra na Ucrânia, enquanto países sem recursos naturais
abundantes sofrerão uma desaceleração”, conclui o Banco Mundial. ANG/Angop
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