Fecho de rádios/ LGDH exige revogação
da ordem de encerramento de 79 estações emissoras
Bissau, 14 Abr 22 (ANG) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) exige do governo a revogação imediata da ordem que considera de “imponderada” de encerramento compulsivo de 79 estações de radios sonora entre comerciais e comunitárias, por incumprimento das obrigações de renovação das suas respectivas licenças de emissão.
A exegência da organização que defende os direitos humanos no país foi
feita em conferência de imprensa pelo seu Presidente Augusto Mário da Silva, em
jeito de reação à decisão do executivo que ordenou, em Conselho de Ministros passado,
o fecho de 79 estações de rádios entre comerciais e comunitários.
Augusto Mário sustenta que ao ordenar o encerramento compulsivo de estações
de radiodifusão, sem qualquer pressuposto legal, o governo da Guiné-Bissau “inicia a sua investida final conducente ao
pretendido desmantelamento total do Estado de Direito Democrático para dar
lugar ao Estado autocrático e ditatorial”, e que, por isso, condena a
decisão.
O presidente da Liga considerou de
“ilegal e abusiva” a medida do executivo, “porque não teve por base nenhuma
motivação de ordem legal, científica ou moral” mas sim, apenas e só, “o
interesse político de eliminar o pluralismo, silênciar as vozes criticas e
defraudar ou desvirtuar a democracia na Guiné-Bissau”.
De acordo com Augusto Mário da Silva a medida serve apenas e só para colocar
em quarentena o pluralismo democrático e condicionar o exercício das liberdades
fundamentais constitucionalmente asseguradas aos cidadãos.
O Presidente da LGDH manifestou a sua estranheza pelo conteúdo do comunicado
da Inspeção-Geral da Comunicação Social, datado de 12 de Abril de 2022, que
entre outros assuntos abordados, condiciona e limita o funcionamento das rádios
comunitárias à conexão em cadeia com a Rádio Nacional, nos seus blocos
noticiosos das 13h e 20h, numa “clara e grosseira” interferência na linha
editorial das mesmas.
Mário da Silva acusou o governo de ignorar o papel estratégico
desempenhado pelas estações emissoras, sobretudo as rádios comunitárias, no
esforço de educação ambiental, participação cidadã, promoção da cultura de paz
e desenvolvimento inclusivo.
Manifestou a sua solidariedade
para com todos os órgãos de comunicação social vítimas deste “regime alérgico”
ao livre exercício dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
Augusto Mário da Silva ainda instou os parceiros internacionais que
ainda acreditam nos valores da liberdade, a interpelarem o governo no sentido
da cessação imediata de todos os “atos arbitrários” que visam aniquilar o
Estado de Direito Democrático na Guiné-Bissau.ANG/LPG/ÂC//SG
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