segunda-feira, 25 de novembro de 2024

 Saúde Pública/ Reino de Marrocos inaugura Academia  Africana de Ciências de Saúde


Bissau, 25 Nov 24 (ANG) -
  O Reino de Marrocos acaba de inaugurar, na cidade costeira de Dakla, uma Academia Africana de Ciências da Saúde(AACS)  com a ambição de o continente conquistar uma soberania sanitária.

A iniciativa apresentada pela Fundação Mohamed VI de Ciências e da Saúde traça como imperativos maiores, a formação de líderes  africanos ,  a inovação e transformação e a federação de energias.

O ministro marroquino da Saúde  e Proteção Social, Amine Tahraoui ,que presidiu a cerimónia de lançamento, diz ser um “projeto estruturante que escreve  nova página  na história da saúde em África”.

“Esta academia não é apenas um projeto, é uma visão de África que queremos construir, uma África soberana que mobiliza seus talentos e  saberes para responder aos seus próprios desafios”, disse.

Acrescenta que a academia representa uma ambição de gerações que recusam a fatalidade, e que se engajam  a transformar o potencial do continente em realidade tangível.

“É uma responsabilidade partilhada por todos- responsáveis  públicos, instituições académicas profissionais e cidadãos, para inscrever  a saúde no coração do desenvolvimento humano e na resiliência coletiva”, disse.

O governante sublinhou que  Marrocos , sob liderança do Rei Mohamev VI sempre defendeu um crescimento inclusivo que não deixa fora nenhum território.

“Ao acolher esta academia, Dakla  encarna  um simbolismo vivo  de equidade territorial e de integração africana. Testemunha  a nossa vontade de fazer  da saúde uma prioridade partilhada, onde as inovações científicas e as soluções locais se reencontram para servir as populações”, salientou.

Disse saber que os progressos na saúde devem passar pela garantia de formação de qualidade para homens e mulheres., capazes de pensar e agir para responder às necessidades reais  das populações.

“A academia assegurará  uma formação de ponta, adaptada as realidade africanas e orientada para fazer face aos desafios do futuro”, explicou ao justificar o imperativo de se formar líderes africanos para o futuro.

Tahraoui defendeu que a África não deve  seguir as tendências mas que deve sim  criá-las , investindo nas investigações e inovações, e assegura que  academia vai tornar possível  a exploração de soluções tecnológicas  medicais, adaptadas ao ambiente sociocultural e económica africana.

Sobre a perspetiva de federar energias, Taharaoui  disse que a academia é convidada a se tornar um polo de excelência que reúne talentos, mutualiza especialistas e reforça  a cooperação sul-sul. “É um espaço para  solidariedade africana tomar uma  forma concreta, onde cada parceiro,  público ou privado, nacional ou internacional encontra o seu espaço para contribuir  para o desenvolvimento da saúde em África”, referiu.

O ministro reconhece que os desafios são enormes no domínio da saúde no mundo e aponta  a desigualdade de acesso a tratamentos, as pressões ligadas as doenças emergentes e os impactos das alterações climáticas, como alguns desses desafios, mas diz que está convencido de que a academia  vai tornar possível que esses desafios sejam ultrapassados.

Para a cerimónia de inauguração da Academia Africana de Ciências da Saúde as autoridades marroquinas convidaram  várias personalidades do mundos de investigação científica relacionada a saúde,  professores universitários, antigos ministros da saúde da Guiné-Bissau, Senegal ,Gâmbia, de Comores, que em dois painéis, nomeadamente,” Oportunidades e Intercâmbio para desenvolvimento de novas vacinas” e “Cooperação Sul-Sul para Soberania sanitária”, debaterem desafios, experiências adquiridas com a vigência da epidemia da Covid-19 , as necessidades: de inovações, investimentos e formação, entre outros aspetos.

A Academia Africana de Ciências da Saúde, cuja sede está instalada na cidade de Dakla, Sul de Marrocos,  ocupa um espaço de 47 hectares e deverá acolher 3.000 estudantes. Três acordos  de cooperação e de parcerias  sobre ciências da saúde em África foram assinados à margem da cerimónia de seu lançamento.

Os acordos  envolveram  a AACS, Fundação Mohamed VI de Ciências e da Saúde, o Ministério do Ensino Superior, da Investigação Científica e da Inovação de Marrocos e a Agência Marroquina de Cooperação Internacional, e visam a promoção de investigação científica e inovação, o reforço da cooperação sul-sul, o desenvolvimento de parcerias  estratégicas e disponibilização de bolsas de estudos. ANG//SG

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