segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Moçambique/Posse dos novos deputados  marcada por boicote da Renamo e MDM

Bissau, 13 Jan 25 (ANG) - Os deputados da Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique boicotaram a cerimónia de investidura dos membros do Parlamento para a X legislatura. 


Apenas a Frelimo, declarado vitorioso pela CNE e o Conselho constitucional, assim como o Podemos tomaram posse, apesar do seu candidato presidencial, Venâncio Mondlane, rejeitar os resultados eleitorais e ter apelado novamente a três dias de manifestações a partir de hoje. 

Apenas 210 dos 250 deputados tomaram posse na Assembleia da República em representação do partido Frelimo que suporta o governo e do estreante Podemos. 

Conforme já tinham anunciado, a Renamo e o MDM, na oposição, não participaram na cerimónia de tomada de posse dos parlamentares eleitos a 9 de Outubro.

“Os dados apurados indicam que estão presentes nesta sala 210 deputados eleitos, sendo 171 da bancada parlamentar da Frelimo e 39 do partido Podemos, zero da Renamo e zero do MDM”, confirmou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que dirigiu esta manhã a investidura da nova Assembleia da República.

Ao pedir "responsabilidade", o chefe de Estado preconizou que se “adoptem reformas legislativas que reforcem a credibilidade das instituições do Estado democrático e não permitam a manipulação política que muitas vezes degenera em violência e no descrédito dos nossos processos eleitorais”.

Filipe Nyusi considerou ainda que “a Assembleia da República como órgão e os senhores deputados como mandatários do povo moçambicano devem assumir o papel crucial para desencorajar a desordem que provoca mortes e destruição no tecido económico e social”.

No âmbito da cerimónia de investidura dos novos parlamentares, também foi eleita a nova Presidente da Assembleia da República. Margarida Talapa, antiga ministra do trabalho e segurança social, prometeu trabalhar para acabar com a crise pós-eleitoral.

“Vamos ter de optar por um sistema de inclusão participativa, onde todos os deputados, independentemente das suas cores políticas, estejam unidos em torno daquilo que são as aspirações dos moçambicanos”, disse Margarida Talapa em declarações à imprensa, momentos antes da oficialização da sua eleição como Presidente do parlamento.

Pela primeira vez, Moçambique deveria contar com quatro partidos representados no parlamento, Frelimo, Podemos, Renamo e MDM. Essa diversificação de partidos na Assembleia da República dá-se contudo em pleno contexto de violência pós-eleitoral, com um balanço que se eleva segundo a sociedade civil a quase 300 mortos e mais de 600 feridos a tiro.ANG/RFI

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