quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Venezuela


                     Guaidó assume como presidente do Parlamento
Bissau, 08 jan 20 (ANG) - O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, foi empossado para outro mandato como presidente do Parlamento na terça-feira (7), depois de um tenso impasse com as forças armadas que inicialmente o impediram de entrar no Congresso.
Guaidó lidera a oposição ao presidente Nicolas Maduro, que é considerado culpado por uma crise econômica aguda e acusado de agir como um ditador de esquerda severo, e é reconhecido por mais de 50 países como presidente em exercício legítimo da Venezuela.
A Assembleia Nacional é o único ramo do governo venezuelano nas mãos da oposição.
Enquanto Guaidó foi impedido de entrar no prédio pela Guarda Nacional por cerca de meia hora em cenas dramáticas e caóticas, seu concorrente ao cargo no Parlamento, Luís Parra, ocupou a cadeira.
Quando Guaidó foi autorizado a entrar, ao lado de deputados aliados, Parra já havia saído. "Aqui estamos, mostrando nosso rosto", disse Guaidó, sentando-se.
Os legisladores cantaram o hino nacional, mas a eletricidade da Câmara foi cortada, fazendo com que os deputados usassem as lanternas de seus telefones celulares para fornecer luz.
Guaidó, então, levantou a mão direita e prestou juramento por mais um mandato como líder da assembleia.
Antes, dezenas de soldados da Guarda Nacional, usando capacete e carregando escudos antimotim, impediram Guaidó de entrar no prédio.
"Aqui não é um quartel”, Guaidó gritou com as tropas, que haviam estabelecido um posto de controle na entrada do prédio antes da chegada do líder da oposição. Alguns de seus aliados e membros da imprensa também foram impedidos de entrar.
A oposição disse no Twitter que quatro parlamentares foram feridos por "servos do regime".
O sindicato dos trabalhadores da imprensa escreveu no Twitter que dois jornalistas foram atacados e tiveram seus equipamentos roubados  por milícias armadas ligadas ao governo.


Dentro do Parlamento, Parra, um parlamentar da oposição acusado de corrupção, já estava instalado no assento que Guaidó ocupou no último ano.
Parra causou uma tempestade no domingo (5), quando se declarou presidente do Parlamento depois que as forças armadas impediram Guaidó de entrar no prédio. Parra foi empossado por seus apoiadores.
A Venezuela, atingida por uma grave crise, está em turbulência política desde janeiro do ano passado, quando Guaidó usou sua posição na Assembleia para se declarar presidente interino em um desafio direto à autoridade de Maduro.
Ele declarou no domingo que foi reeleito para o cargo depois de realizar uma sessão legislativa ao lado de deputados leais nos escritórios de um jornal de oposição.
Os Estados Unidos alertaram nesta terça-feira que punirão a Venezuela se a crise política aumentar e Guaidó for preso. Os EUA já impuseram diversas sanções contra a Venezuela, numa tentativa de sufocar sua receita advinda do petróleo, tão necessária, e forçar a retirada de Maduro.
"Acho que você verá ainda mais ações além do que lançamos até o momento", disse Carrie Filipetti, vice-secretária adjunta de Cuba e Venezuela.

No prédio do parlamento, Parra estava sentada no assento do orador, enquanto homens corpulentos pareciam vigiar os degraus que levavam ao pódio.
Parra foi expulso de seu partido de oposição no mês passado, depois que um site de notícias o acusou de corrupção ligada ao excesso de preços de alimentos importados para o governo Maduro.
Mas ele continua sendo deputado e Maduro reconheceu a eleição de Parra em um discurso na televisão no domingo.
A medida foi denunciada por muitos países, incluindo os Estados Unidos e até os aliados de esquerda de Maduro, Argentina e Uruguai.


Guaidó prometeu na segunda-feira realizar a sessão parlamentar desta terça-feira e classificou Parra "um cúmplice da ditadura".
Parra disse que Guaidó teria o direito de participar de sua sessão, mas apenas como "outro deputado".
Ambos afirmaram no domingo que tinham o apoio de deputados suficientes para serem eleitos presidente da legislatura. Antes da votação de domingo, Guaidó disse que o governo Maduro havia subornado alguns deputados da oposição para votar contra ele.
O apoio de Parra vem principalmente de deputados leais a Maduro, enquanto a oposição detém 112 dos 167 assentos na Assembleia. Guaidó disse que 100 deputados votaram nele e Parra reivindicou o apoio de 81 parlamentares.
O deputado da oposição Henry Ramos Allup, ex-presidente do Parlamento, disse que será realizada uma verificação das atas para ver "quantos votaram neles e em nós". "Para aqueles que compraram votos, tenha em mente os riscos", disse Ramos Allup.
Embora Guaidó seja reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, a verdadeira autoridade presidencial cabe a Maduro, que mantém o apoio das forças armadas.
Além de dois reclamantes da presidência e do presidente do parlamento, a Venezuela tem dois parlamentos.
A Assembleia Nacional tem sido efetivamente marginalizada desde 2017, quando a Suprema Corte, composta por partidários de Maduro, a vê com desprezo. Desde então, o tribunal anulou todas as suas decisões.
Maduro, então, controvertidamente criou uma Assembleia Constituinte - composta exclusivamente por partidários - com poder de legislar em seu lugar. ANG/RFI/AFP



Presidenciais 2019/2ª volta


PAIGC apresenta queixa-crime contra Presidente da Comissão Nacional de Eleições   

Bissau,08 Jan 20(ANG) - O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) apresentou terça-feira na Procuradoria-Geral da Guiné-Bissau uma queixa-crime contra o Presidente da Comissão Nacional de Eleições, acusando-o de “crimes cometidos durante o processo eleitoral”.

“O PAIGC apresentou uma queixa-crime contra o presidente da CNE por causa de crimes cometidos durante o processo eleitoral” pelo líder da CNE, José Pedro Sambú, afirmou à Lusa Carlos Pinto Pereira, advogado do partido.
Questionado pela Lusa sobre os alegados crimes em causa, Carlos Pinto Pereira remeteu mais esclarecimentos para quarta-feira.
O candidato às presidenciais apoiado pelo PAIGC e também presidente do partido, Domingos Simões Pereira, pediu no final da semana passada a impugnação dos resultados da segunda volta das presidenciais do país, realizadas a 29 de dezembro, que deram a vitória ao candidato Umaro Sissoco Embaló.
No sábado, numa conferência de imprensa, Domingos Simões Pereira explicou que impugnou no Supremo Tribunal de Justiça os resultados eleitorais, alegando que a transparência e a justiça não estão comprovadas no registo de voto expressos nas atas das assembleias de voto e “muito menos na transposição das atas síntese para os quadros informáticos em tratamento”.
“Por isso [foi interposto] o recurso judiciário esperando que as instâncias competentes deem a conhecer ao povo e à nação guineense a garantia de quem de facto mereceu a preferência dos guineenses para decidir o seu destino nos próximos cinco anos”, disse Domingos Simões Pereira.
O Supremo Tribunal de Justiça notificou segunda-feira a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e Umaro Sissoco Embaló na sequência das alegadas irregularidades denunciadas por Domingos Simões Pereira.
Segundo a lei eleitoral, a CNE e Umaro Sissoco Embaló têm até quarta-feira para se pronunciarem.
O Supremo Tribunal de Justiça deverá anunciar a sua decisão até sexta-feira.
Segundo os resultados provisórios apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o general Umaro Sissoco Embaló venceu o escrutínio com 53,55% dos votos, enquanto o candidato Domingos Simões Pereira, apoiado pelo PAIGC, conseguiu 46,45%.ANG/Lusa


Golfo


 Queda de Boeing ucraniano  e represália do Irã contra EUA levam a suspenção de  voos
Bissau, 08 jan 20 (ANG) - Um Boeing 737 da Ukraine International Airlines caiu na manhã desta quarta-feira (8) logo após decolar do Aeroporto Internacional de Teerã com destino a Kiev, matando ao menos 170 pessoas a bordo.
 Horas mais cedo, o Irã bombardeou duas bases militares iraquianas usadas por soldados americanos.
A Ucrânia investiga as causas do desastre, enquanto o presidente Volodymyr Zelensky pede "cautela contra especulações". Várias companhias aéreas anunciaram a suspensão de seus voos no espaço aéreo do Golfo.
As caixas-pretas do avião já foram recuperadas. A ONG humanitária Crescente Vermelho declarou que, "diante das evidências", não havia a menor possibilidade de se encontrar sobreviventes entre os ocupantes do voo PS-752, que fazia a ligação entre Teerã e Kiev, capital da Ucrânia. O aparelho foi completamente destroçado.
A agência ISNA citou 170 passageiros e tripulantes a bordo, enquanto a agência oficial IRNA revelou que havia 176 pessoas no avião.
Citando um porta-voz do Aeroporto Internacional Imã Khomeiny de Teerã, a Irna precisou que a bordo estavam 167 passageiros e 9 membros da tripulação.
Já um alto funcionário do ministério ucraniano das Relações Exteriores, Vassyl Kyrylytch, disse à AFP que "segundo informações preliminares havia 168 pessoas a bordo" do avião da Ukraine International Airlines que decolou de Teerã.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou que todos a bordo do Boeing 737, "passageiros e tripulantes", morreram no acidente com o Boeing 737.
 "Segundo as informações preliminares, todos os passageiros e membros da tripulação estão mortos", escreveu o presidente Zelensky no Facebook. "Nossa embaixada está a procura de informações sobre as circunstâncias desta tragédia e a lista de mortos", acrescentou Zelensky.
A imprensa iraniana revelou que o avião caiu nos arredores de Chahriar, a oeste de Teerã, e foi devorado pelas chamas. A Isna comunicou que 10 ambulâncias foram enviadas ao local do acidente.
A embaixada ucraniana no Irã evocou uma eventual "falha técnica" no aparelho e excluiu, momentaneamente, "a tese de um ataque terrorista". Até o momento, a Ukraine International Airlines não emitiu qualquer comunicado sobre o acidente.
O presidente ucraniano pediu cautela em relação a "especulações" que podem surgir neste momento sobre as causas do desastre, que acontece em meio a uma escalada entre o Irã e os Estados Unidos.
Durante a madrugada, Teerã bombardeou duas bases iraquianas que abrigam soldados da coalizão liderada pelos Estados Unidos, em represália ao assassinato do general Qassem Soleimani, na semana passada, em Bagdá.
 O Pentágono confirmou os disparos e está avaliando os estragos e as eventuais vítimas.
O presidente americano, Donald Trump, tuitou que "até agora tudo está bem" e anunciou que fará uma declaração durante o dia. A televisão iraniana fala em 80 mortos nos bombardeios. O Reino Unido, que tem soldados nas bases atingidas, condenou o ataque e informa que há feridos. A França informou não ter militares do país feridos nesses ataques.
Em  sinal de preocupação com a escalada militar na região, várias companhias aéreas suspenderam seus voos no espaço aéreo iraquiano, iraniano e no Golfo. A agência civil americana, Lufthansa, Air France, Singapore Airlines, Malaysia Airlines, China Airlines, Korean Airlines e Thai Airways estão entre as aéreas que tomaram essa decisão em caráter preventivo. ANG/RFI



terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Função pública





Bissau,07 Jan 20(ANG) - O porta-voz da comissão de greve da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), José Alves Té, disse esta terça-feira que a adesão à greve da função pública guineense ronda os 85%.

“Recebemos informações dos nossos pontos focais nas regiões e com os nossos cálculos aqui, situamos a adesão em 85%”, afirmou, aos jornalistas, José Alves Té.

Os funcionários públicos  iniciaram esta terça-feira uma greve que vai durar até quinta-feira,  e exigem o cumprimento de um memorando de entendimento assinado com o Governo e que prevê um reajuste salarial.

 Segundo o porta-voz, a maior central sindical guineense apenas está a exigir o cumprimento do memorando de entendimento, que prevê um reajuste salarial.

“Nunca a central sindical exigiu um aumento salarial. O que queremos é que na massa salarial existente se faça um reajuste”, salientou.

José Alves Té disse que já houve cinco encontros com as autoridades guineenses, que estão a pedir um período de 90 dias para criar uma comissão de seguimento para implementar o reajuste salarial.

O porta-voz disse que a UNTG pretende a aplicação imediata do reajuste salarial e um compromisso por parte do Ministério das Finanças.

O ordenado mínimo pago na Função Pública guineense é de 50.000 francos CFA (cerca de 33 euros). ANG/Lusa 


Função Pública


       Inicia greve de três dias decretada pelas Centrais sindicais do país

Bissau, 07 Jan 20 (ANG) – A função pública guineense se encontra paralizada  por motivo de uma greve de três dias, iniciada esta terça-feira, e decretada pelas duas Centrais Sindicais do país, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI).

Vista da sede da UNTG em Bissau
Em declarações exclusivas à ANG, o porta-voz da Comissão da  greve Domingos da Silva disse que as duas centrais sindicais vão paralisar a função pública por não terem recebido nenhuma resposta do Governo desde a entrega do pré-aviso de greve no dia 23 de dezembro.

O porta-voz explicou que vão iniciar a greve de três dias com início no dia 07 do corrente mês com o objectivo de reivindicar, entre outras, a conclusão do processo de aprovação do novo Código de Trabalho na Guiné-Bissau, atualização e implementação de Abono da Família e redefinição dos critérios de atribuição de valores inerentes à assistência médica e medicamentosa aos funcionários públicos.

Acrescentou que a paralisação tem igualmente como finalidade, exigir a adopção de uma política de proteccionismo laboral no país, aprovação do Estatuto de Conselho Permanente de Concertação Social e a criação da sua sede, harmonização da tabela salarial na administração directa/indirecta e institucionalização do salário mínimo no valor de 100.000 francos CFA aos servidores de Estado.

Domingos da Silva disse ainda que pretendem exigir a abolição de cobrança e venda ilícita de medicamentos  nos hospitais, pagamento dos todos os meses de salário em atraso de jornalistas e técnicos da Comunicação Social ainda sem vinculo efectivo na Função Pública, pagamento de 12 meses de salário em atraso ao pessoal contratado do Ministério de Saúde, pagamento de 20 meses de subsídios em atraso de funcionários de Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicação entre outras.

Por outro lado, no pré-aviso de greve entregue ao governo no dia 23 do Dezembro último, consta que, a decisão de ir à greve se enquadra no memorando de entendimento firmado entre o governo da Guiné-Bissau e as centrais sindicais do país no passado dia 28 de Agosto de 2019.

Disse que, no referido memorando, o executivo acordou assumir as suas obrigações face aos direitos e interesses legalmente consagrados aos servidores públicos e trabalhadores em geral dentro dos limites temporais registados no mesmo documento.

No mesmo pré-aviso consta ainda que depois do referido acordo, o governo criaria uma Comissão Técnica de seguimento do memorando de entendimento, comissão essa que acabou por não poder fazer os seus trabalhos devido a falta de meios. ANG//ÂC//SG  

EUA


   Trump destruirá 52 alvos no Irão se Teerão atacar interesses americanos
Bissau, 07 jan 20 (ANG) - O Presidente americano, Donald Trump, nas vestes de comandante em chefe das forças armadas, ameaça o Irão com ataques devastadores, se Teerão insistir em querer atacar interesses americanos em represália ao assassínio do general iraniano Soleimani por forças americanas.
Trump, escreveu no Twitter que os Estados Unidos já têm identificados 52 alvos que serão atacados "muito rapidamente e muito duramente" se o Irão atacar objectivos americanos.
Certos desses alvos iranianos "são de alto nível e muito importantes para o Irão e para a cultura iraniana", escreveu numa série de tuítes, o chefe da Casa Branca. "Os Estados Unidos já não estão dispostos a mais ameaças", advertiu, Donald Trump.
O Presidente americano, escreve na sua conta Twitter que os 52 alvos selecionados para serem atacados, têm uma carga simbólica representando "os 52 reféns americanos retidos durante mais de um ano em fins de 1979 na embaixada americana em Teerão pelas autoridades iranianas".
O Irão que já tinha prometido vingar o assassínio do general Soleimani, reagiu, desafiando Trump a ter "coragem" de atacar os alvos escolhidos, maneira de reafirmar também que não recuará nas ameaças já feitas de retaliação.
O embaixador iraniano na ONU, Majid Takht Ravanchi, denunciou um "acto de guerra" que deve ter uma resposta "militar".
Nesse sentido aumenta a tensão e as facções pró-iranianas no Iraque e duma maneira geral no Irão e Médio oriente apelam a ataques contra bases e tropas americanas ou diplomatas americanos.
No Iraque, o Parlamento pediu ao governo iraquiano para expulsar a coligação internacional do país, liderados pelos Estados Unidos.
Em matéria de reacções diplomáticas, Paris e Moscovo, apelam à retenção e ao respeito do acordo de Viena sobre o nuclear iraniano pelo Irão.
A China reuniu-se com a Rússia e a França, países membros do conselho de segurança, para fustigarem o "aventureirismo militar" americano, prometendo manter-se em contacto na perspectiva dalguma iniciativa comum.
"O comportamento americano é ilegal e tem de ser condenado", disse o ministro russo dos Negócios estrangeiros, Sergueï Lavrov.
Dito isto, vozes diplomáticas sem anúncio duma acção concreta, contra os Estados Unidos e as ameaças de Trump de ataques devastadores de 52 alvos nomeadamente culturais no Irão.
Não será a primeira vez que o Presidente dos Estados Unidos, enquanto comandante em chefe das forças armadas, levará a cabo ataques, escudado nas suas prerrogativas constitucionais, informando apenas o Congresso, sem necessidade de autorização prévia.
E o chefe da diplomacia americana Mike Pompeo, reforça o discurso de Trump, dizendo que os ataques serão feitos "no quadro da lei".
Pompeo já  tinha criticado os europeus, que não foram solidários, no ataque americano com drone que matou o general iraniano, Soleimani. ANG/RFI

Justiça/Operação Navarra


Início do julgamento de 12 arguidos implicados na maior apreensão de cocaína feita no país
Bissau,07 Jan 20(ANG) - O julgamento do processo relativo à maior apreensão de cocaína feita na Guiné-Bissau, cerca de duas toneladas,  iniciou esta terça-feira no Tribunal Regional de Bissau.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, no âmbito do processo foram constituídos arguidos 12 pessoas, nomeadamente sete guineenses, três colombianos, um mexicano e um de nacionalidade maliana.
Em setembro, a PJ guineense anunciou a apreensão de 1.869 quilogramas de cocaína no norte da Guiné-Bissau no âmbito de uma operação, que ficou conhecida como “Navarra”.
“Esta é a maior apreensão de sempre de cocaína na história da Guiné-Bissau”, disse em setembro o diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária guineense, Domingos Correia.
As 12 pessoas são suspeitas de indícios da prática de crime de tráfico de droga, associação criminosa e branqueamento de capitais.
Em novembro, o Tribunal Regional de Bissau condenou a penas entre os 14 e 15 anos de prisão três pessoas detidas no âmbito da operação “Carapau”, que culminou com a apreensão de 789 quilogramas de cocaína, apreendidas em 8 de março. ANG//Lusa
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Crise Washington/Teerã


       Otan pede que Irã “evite provocações” diante das ameaças dos EUA
Bissau, 07 jan 20 (ANG) - O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu  segunda-feira (6) para o Irã evitar "mais violência e provocações".
A declaração foi feita após a conclusão de uma reunião de embaixadores sobre a crise entre Washington e Teerã, desencadeada pela morte do general Qasem Soleimani, vítima de um ataque americano no Iraque.
"Em nossa reunião, os aliados pediram moderação e distensão. Um novo conflito não beneficiaria ninguém, por isso o Irã deve se abster de mais violência e provocações", declarou Stoltenberg à imprensa, após a reunião extraordinária com representantes dos 29 países membros da Otan.
Stoltenberg aproveitou a ocasião para ressaltar que o ataque que resultou na morte de Soleimani foi “uma decisão dos Estados Unidos, e não da coalisão (internacional) ou da Otan”. No entanto, “todos os aliados estão preocupados com as atividades desestabilizadoras do Irã na região”, lembrou o chefe da instituição.
O chefe da aliança se referia aos ataque iranianos visando uma instalação petrolífera saudita e um drone americano, em resposta à morte do general e às  ameaças feitas por Donald Trump visando Teerã.

Além da Otan, a União Europeia tem se mostrado apreensiva diante do aumento de tensão na região. Por meio de um comunicado, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pediu “o fim do ciclo de violência”.
Os europeus temem que o Irã abandone totalmente o acordo nuclear firmado em 2015 com a comunidade internacional, quanto Teerã se comprometeu a restringir sua atividade atômica ao uso civil.
As autoridades iranianas anunciaram no domingo (5) que iriam reduzir seus compromissos em matéria nuclear, uma decisão que havia sido tomada antes da nova fase de tensões desencadeada pela morte de Soleimani, mas Teerã avisou que, “dada a situação”, a posição do país sobre o assunto pode mudar.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse nesta segunda-feira que "lamenta profundamente" o anúncio do Irã sobre sua decisão de elevar os limites do enriquecimento de urânio.
Os ministros das Relações Exteriores do bloco se reunirão em Bruxelas na sexta-feira (10) para discutir a crise iraniana.
"A aplicação completa do acordo nuclear por todos agora é mais importante do que nunca, para a estabilidade regional e a segurança global", escreveu Borrell no Twitter.ANG/RFI/AFP

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Função Pública


     Centrais sindicais confirmam greve de três dias com início na terça-feira

Bissau, 06 Jan 20 (ANG) - A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI) confirmaram  segunda-feira que vai haver  greve na Função Pública guineense  nos dias 07 à 09 de corrente mês.

Secretário geral da UNTG
Em declarações exclusivas à ANG, o porta-voz da Comissão da  greve Domingos da Silva disse que as duas centrais sindicais vão paralisar a função pública por não terem recebido nenhuma resposta do Governo desde a entrega do pré-aviso de greve no dia 23 de dezembro.

O porta-voz explicou que vão iniciar a greve de três dias com início no dia 07 do corrente mês com o objectivo de reivindicar entre outros a conclusão do processo de aprovação do novo Código de Trabalho na Guiné-Bissau, atualização e implementação de Abono da Família e redefinição dos critérios de atribuição de valores inerentes à assistência médica e medicamentosa aos funcionários públicos.

Acrescentou que a paralisação tem igualmente como finalidade, reforçar a política de proteccionismo laboral no país, aprovação do Estatuto de Conselho Permanente de Concertação Social e a criação da sua sede, harmonização da tabela salarial na administração directa/indirecta e institucionalização do salário mínimo no valor de 100.000 francos CFA aos servidores de Estado.

Domingos da Silva disse ainda que pretendem exigir a abolição de cobrança e venda ilícita de medicamentos  nos hospitais, pagamento dos todos meses de salário em atraso de jornalistas e técnicos da Comunicação Social ainda sem vinculo efectivo na Função Pública, pagamento de 12 meses de salário em atraso ao pessoal contratado do Ministério de Saúde, pagamento de 20 meses de subsídios em atraso de funcionários de Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicação entre outras.

Por outro lado, no pré-aviso de greve entregue ao governo no dia 23 do Dezembro último, consta que, a decisão de ir à greve se enquadra no memorando de entendimento firmado entre o governo da Guiné-Bissau e as centrais sindicais do país no passado dia 28 de Agosto de 2019.

Disse que, no referido memorando, o executivo acordou assumir as suas obrigações face aos direitos e interesses legalmente consagrados aos servidores públicos e trabalhadores em geral dentro dos limites temporais registados no mesmo documento.

No mesmo pré-aviso consta ainda que depois do referido acordo, o governo criaria uma Comissão Técnica de seguimento do memorando de entendimento, comissão essa que acabou por não poder fazer os seus trabalhos devido a falta de meios. ANG/AALS/ÂC//SG 

Homenagem


 Painel de historiadores coloca Amílcar Cabral entre os 20 maiores líderes mundiais

Bissau, 06 jan 20 (ANG) – O ideólogo das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, integra a lista dos 20 maiores líderes mundiais de todos os tempos elaborada para a BBC por um painel de historiadores.
Amílcar Cabral surge na lista elaborada para a HistoryExtra, o site oficial do BBC History Magazine, BBC History Revealed e BBC World Histories Magazine, ao lado de nomes como o faraó Amenhotep III, do Egito, a rainha Isabel de Castela, a imperatriz Catarina, a Grande da Rússia, a líder militar francesa Joana D’Arc, o primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill ou o Presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln.
A HistoryExtra desafiou vários historiadores a nomearem aquele que consideram o maior líder da História, alguém que tenha exercido o poder e provocado um impacto positivo na humanidade, bem como a explorarem o seu legado e as características distintivas da sua liderança.
Das escolhas dos historiadores resultou uma lista de 20 personalidades que será agora submetida a votação pelos leitores até 26 de Fevereiro para a escolha do grande líder histórico mundial.
Entre os historiadores convidados contam-se o professor de História e cientista político especializado em história da China da Universidade de Oxford, Rana Mitter, a professora e historiadora da Universidade de Toronto, Margaret MacMillan, ou o historiador e director do Smithsonian’s National Museum of African Art em Washington, Gus Casely-Hayford.
Amílcar Cabral foi nomeado pelo historiador britânico especializado em estudos africanos da Universidade de Chichester, Hakim Adi, e aparece em 14º na lista.
Na fundamentação, Hakim Adi sublinha a grandeza do líder africano cuja “luta pela independência em África também transformou Portugal”.
“Cabral encontrou forma de unir cerca de um milhão de pessoas na Guiné-Bissau, incluindo mulheres, a maioria agricultores analfabetos que falavam línguas diferentes”, adiantou o historiador.
Apontando o “limitado apoio externo”, Hakim Adi sublinhou a capacidade de luta do povo da então Guiné portuguesa para se libertar e começar a construir uma nova sociedade em que eram eles próprios a decidir.
“Fizeram isto enquanto partes do país continuavam ocupadas por Portugal”, acrescentou, adiantando que muitos africanos continuam a ser inspirados pela liderança de Cabral.
“A sua vida e obra mostra que, quaisquer que sejam os obstáculos, os povos conseguem ser os seus próprios libertadores”, reforçou.
Nascido na Guiné-Bissau em 12 de Setembro de 1924, filho de cabo-verdianos, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAICV), lançando as bases do movimento que levaria à independência das duas antigas colónias portuguesas.
O fundador do PAICV foi assassinado em 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, em circunstâncias ainda hoje não totalmente claras, antes de ver os dois países tornarem-se independentes. ANG/Inforpress/Lusa


Política






Bissau,06 Jan 20(ANG) - O Primeiro-ministro, Aristides Gomes, reiterou no fim de semana, que vai colocar o seu cargo à disposição do partido no poder (PAIGC), se Umaro Sissoco Embaló for confirmado como vencedor da segunda volta das presidenciais decorridas no passado 29 de dezembro.

O chefe do executivo fez estas declarações aos jornalistas à margem da conferência de imprensa promovida por Domingos Simões Pereira na qual fez uma longa exposição sobre os factos que a candidatura entende constituírem elementos de  “irregularidades” considerados suficientes para se falar de uma fraude eleitoral, e que sustentaram a impugnação dos resultados eleitorais junto do Supremo Tribunal de Justiça.

“Vou pedir a demissão em caso da perda eleitoral do meu candidato. Porém, a demissão tem que ser junto dos órgãos que me indigitaram, ou seja, do PAIGC”, precisou o Primeiro-ministro, Aristides Gomes.

Questionado se o seu partido renovar a confiança na sua pessoa se iria conseguir trabalhar com o presidente declarado vencedor do escrutínio, Gomes respondeu: “aí eu teria que trabalhar como sempre trabalhei, em representação do partido [PAIGC]”.

O gabinete jurídico do PAIGC impugnou os resultados das presidenciais de 29 de dezembro, divulgados no dia 01 de janeiro pela Comissão nacional de eleições, segundo os quais Umaro Sissoco Embaló venceu o escrutínio com 53,55 votos válidos contra os 46 por cento de  Domingos Simões Pereira. ANG/ O democrata



Presidenciais 2019/2ª volta


Sinjotecs considera de positiva a cobertura mediática da segunda volta das presidenciais

Bissau, 6 Jan 20 (ANG) – O Sindicato Nacional de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social(Sinjotecs),  considera de positiva a cobertura mediática durante a segunda volta das presidenciais de 29 de Dezembro 2019.

Segundo o Secretário-geral do Sinjotecs, Diamantino Domingos Lopes em entrevista exclusiva à ANG, o balanço das coberturas são positivas tendo em conta o essencial que é levar a informação junto à população.

"O essencial é levar junto ao público a informação sobre atividades de campanha dos candidatos, partidos e movimentos que apoiaram os candidatos", frisou Domingos Lopes.

Acrescentou ainda que, na perspectiva formal e do ponto de vista do Sinjotecs, a cobertura foi muito bom porque houve uma ampla divulgação das atividades politicas, o que permitiu   a  sociedade em geral e os eleitores posicionarem.

Para aquele responsável é notório que todos os órgãos de comunicação social fizeram o possível para poder passar as informações e atividades dos candidatos e partidos,o  que Diamantino considerou de “boa contribuição”  dos autores da comunicação no processo.

Questionado sobre o cumprimento de Código de Conduta por parte dos órgãos de comunicação social, disse que foi criada uma Comissão de Monitorização de atividades da imprensa na campanha eleitoral  em que o Sinjotecs faz parte pelo que não quer antecipar o relatório da referida Comissão.

"Na primeira volta foi feito um relatório no qual a Comissão trouxe algumas considerações indicando duas Rádios que nas suas perspectivas não cumpriram devidamente o Código, caso de Rádio Capital e África Fm, em que deram uma réplica ao Conselho Nacional de Comunicação Social através da Célula de Monitorização", explicou Diamantino Lopes. ANG/MI/ÂC//SG

Presidenciais 2019/2ª volta





Bissau,06 Jan 20(ANG) - O candidato derrotado na segunda volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, reclama a sua eleição na segunda volta das eleições presidenciais do passado domingo com 53%, embora os resultados provisórios anunciados pela Comissão Nacional de Eleições(CNE), confirmassem que foi o seu adversário Umaro Sissoco Embalo.
 
"Nós recebemos um conjunto de elementos que foram tratados pela nossa diretoria da campanha e que mereceu análise bastante aturada e a projeção na altura apontava exatamente para os números que agora foram conferidos ao nosso adversário, que é 53%",afirmou Domingos Simões Pereira.


Em conferência de imprensa no sábado, 04 janeiro, num dos hotéis da capital Bissau, Simões Pereira fez lembrar aos guineenses e à CNE que a sua candidatura somente está a exigir que a verdade seja dita em relação ao processo eleitoral no país.

O candidato que foi suportado pelo Partido Africana da Independência de Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) revela ainda que não sente complexidade de aceitar o veredicto das urnas, mas decidiu avançar para o Supremo Tribunal de Justiça no sentido deste órgão apreciar anomalias que decorreram no dia da votação a nível do território nacional.

Segundo Pereira, após o fecho das urnas a nível nacional, duas horas depois, o seu adversário já tinha à sua deposição os dados do processo eleitoral, antes do fim da recolha pela entidade competente, o que demonstra claramente uma estranheza.

Para além deste aspecto, a diretoria da campanha de DSP alega ainda outras anomalias que se verificou no processo, como a verificação de atas sem carimbos e outras com carimbos diferentes nos mesmos distritos e regiões; rasuras sobre os números de apuramento; alterações sucessivas dos números do apuramento; atas com números imprecisos, arbitrários e inscritos e entre outros.

Igualmente líder do PAIGC, Simões Pereira diz que apesar deste imbróglio eleitoral que está agora no Supremo Tribunal de Justiça, mantém confiança nos seus pares da direção do partido e restantes dirigentes da formação política que governa a Guiné-Bissau.

Questionado pela imprensa sobre a sua continuidade à frente da liderança do partido, o antigo primeiro-ministro guineense diz que esta decisão é da exclusiva competência dos dirigentes e militantes do PAIGC.

Durante a sua intervenção, o candidato que foi anunciado como derrotado, promete continuar a sua luta para repor a verdade, utilizando as vias democráticas, contudo pediu calma e serenidade aos militantes do PAIGC.

Segundo os resultados provisórios da Comissão Nacional de Eleições guineense, Umaro Sissoco Embaló venceu as presidenciais com 53,55% dos votos, enquanto Domingos Simões Pereira obteve 46,45%.

Simões Pereira pede a impugnação dos resultados provisórios anunciados na quarta-feira passada pela entidade, alegando ter provas que visam demonstrar que os resultados finais foram adulterados.
ANG/Rádio Jovem

EUA


               Presidente Trump ameaça Irão com “enormes represálias”

Bissau, 06 jan 20(ANG) – O Presidente dos Estados Unidos ameaçou, no domingo, o Irão com “enormes represálias” caso ocorram ataques iranianos contra instalações norte-americanas no Médio Oriente.
“Se eles fizerem alguma coisa, haverá enormes represálias”, declarou Donald Trump a bordo do avião presidencial Air Force One, no regresso a Washingnton após duas semanas de férias na Florida (sudeste dos Estados Unidos).
Trump deixou também a ameaça de atacar locais culturais iranianos.
“Eles têm o direito de matar os nossos cidadãos (…) e não temos o direito de atingir os seus locais culturais? Isso não funciona assim”, declarou.
O Irão prometeu responder ao ataque aéreo norte-americano que na semana passada matou o general iraniano Qassem Soleimani, no aeroporto de Bagdade.
O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pro-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O Irão anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em Maio de 2018.
No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano. ANG/Inforpress/Lusa