Queda de Boeing ucraniano e represália do Irã contra EUA levam a suspenção
de voos
Bissau, 08 jan 20 (ANG) - Um
Boeing 737 da Ukraine International Airlines caiu na manhã desta quarta-feira
(8) logo após decolar do Aeroporto Internacional de Teerã com destino a Kiev,
matando ao menos 170 pessoas a bordo.
A Ucrânia investiga as
causas do desastre, enquanto o presidente Volodymyr Zelensky pede "cautela
contra especulações". Várias companhias aéreas anunciaram a suspensão de
seus voos no espaço aéreo do Golfo.
As caixas-pretas do avião já foram recuperadas. A ONG
humanitária Crescente Vermelho declarou que, "diante das evidências",
não havia a menor possibilidade de se encontrar sobreviventes entre os
ocupantes do voo PS-752, que fazia a ligação entre Teerã e Kiev, capital da
Ucrânia. O aparelho foi completamente destroçado.
A agência ISNA citou 170 passageiros e tripulantes a
bordo, enquanto a agência oficial IRNA revelou que havia 176 pessoas no avião.
Citando um porta-voz do Aeroporto Internacional Imã
Khomeiny de Teerã, a Irna precisou que a bordo estavam 167 passageiros e 9
membros da tripulação.
Já um alto funcionário do ministério ucraniano das
Relações Exteriores, Vassyl Kyrylytch, disse à AFP que "segundo
informações preliminares havia 168 pessoas a bordo" do avião da Ukraine
International Airlines que decolou de Teerã.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou
que todos a bordo do Boeing 737, "passageiros e tripulantes",
morreram no acidente com o Boeing 737.
"Segundo
as informações preliminares, todos os passageiros e membros da tripulação estão
mortos", escreveu o presidente Zelensky no Facebook. "Nossa embaixada
está a procura de informações sobre as circunstâncias desta tragédia e a lista
de mortos", acrescentou Zelensky.
A imprensa iraniana revelou que o avião caiu nos
arredores de Chahriar, a oeste de Teerã, e foi devorado pelas chamas. A Isna
comunicou que 10 ambulâncias foram enviadas ao local do acidente.
A embaixada ucraniana no Irã evocou uma eventual
"falha técnica" no aparelho e excluiu, momentaneamente, "a tese
de um ataque terrorista". Até o momento, a Ukraine International Airlines
não emitiu qualquer comunicado sobre o acidente.
O presidente ucraniano pediu cautela em relação a
"especulações" que podem surgir neste momento sobre as causas do
desastre, que acontece em meio a uma escalada entre o Irã e os Estados Unidos.
Durante a madrugada, Teerã bombardeou duas bases
iraquianas que abrigam soldados da coalizão liderada pelos Estados Unidos, em
represália ao assassinato do general Qassem Soleimani, na semana passada, em
Bagdá.
O Pentágono
confirmou os disparos e está avaliando os estragos e as eventuais vítimas.
O presidente americano, Donald Trump, tuitou que
"até agora tudo está bem" e anunciou que fará uma declaração durante
o dia. A televisão iraniana fala em 80 mortos nos bombardeios. O Reino Unido,
que tem soldados nas bases atingidas, condenou o ataque e informa que há
feridos. A França informou não ter militares do país feridos nesses ataques.
Em sinal de
preocupação com a escalada militar na região, várias companhias aéreas suspenderam
seus voos no espaço aéreo iraquiano, iraniano e no Golfo. A agência civil
americana, Lufthansa, Air France, Singapore Airlines, Malaysia Airlines, China
Airlines, Korean Airlines e Thai Airways estão entre as aéreas que tomaram essa
decisão em caráter preventivo. ANG/RFI
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