Partes em conflito aceitam cessar-fogo
Bissau, 13 jan
20 (ANG) - As
duas partes em conflito na Líbia aceitaram um cessar-fogo,após nove meses de
combates entre as forças do Governo do Consenso Nacional (GNA), lidera do Fayze
al-Sarraj e as de Khalifa Haftar.
A trégua é o resultado dos esforços
diplomátcios por parte da Russia e da Turquia. O cessar-fogo entrou em vigor a
partir da meia-noite, mas o governo de Fayez al-Sarraj sublinhou que as suas
forças têm legitimidade para reagir no caso de qualquer ataque.
O líder do Governo do Consenso Nacional,
Fayez al-Sarraj, realçou que o cessar-fogo foi aceite, em resposta à um apelo
dos Presidentes Recep Tayyip Erdogan da Turquia e Vladimir Putin da Rússia, que
emergiram como actores-chaves na procura de uma solução política para o
conflito, que assola o país norte-africano.
Khalida Haftar, que controla regiões do
leste da Líbia e tem como objectivo derrubar o Governo do Consenso Nacional,
reconhecido pela ONU, anunciou na noite de sábado o cessar-fogo, na sua
ofensiva visando tomar o poder em Tripoli. No entanto Haftar afirmou que, as
suas forças reagirão a qualquer violação da trégua, em vigor desde a
meia-noite.
Por intermédio de um comunicado, o GNA
(Governo do Consenso Nacional) de Fayez al-Sarraj informou que, as suas forças
reservam-se o direito de responder a qualquer ataque ou agressão.
A missão das Nações Unidas na Líbia
congratulou-se pelo anúncio da trégua e exortou ambas as partes a respeitar o
cessar-fogo, bem como a apoiar as iniciativas destinadas à criar as condições
para um diálogo inter-líbio.
Desde que as forças de Khalifa Haftar,
ex-militar do Exército Líbio no tempo de Muhammar Kadafi que em seguida se
refugiara nos Estados Unidos, encetaram a sua ofensiva contra Tripoli, em Abril
de 2019, mais de 280 civis morreram, 2000 combatentes perderam a vida, e
146.000 líbios foram deslocados.
Estes números foram comunicados pela ONU.
Estes números foram comunicados pela ONU.
A Turquia à pedido do GNA enviou militares
para Tripoli, no início do corrente mês de Janeiro.
Na passada quarta-feira em Istanbul, Recep
Tayyip Erdogan e Vladimir Putin tinham lançado um apelo ao cessar-fogo e no
sábado, a Turquia pediu à Rússia para convencer Khalifa Haftar a respeitar a
trégua.
As autoridades russas têm sido acusadas de
apoiar as forças pró-Haftar, que por sua vez beneficiam do apoio dos Emirados
Árabes Unidos.
Também no capítulo diplomático, prosseguem
as diligências entre países do norte de África e da Europa, para impedir que
não se venha a repetir na Líbia uma situação idêntica à da Síria, devido ao
número crescente de protagonistas estrangeiros envolvidos no conflito líbio. ANG/RFI
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