Ministro
dos Negócios Estrangeiros considera que não há razões para nova crise na Guiné-Bissau
Bissau,
17 jan 20 (ANG) - O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal defendeu que
"não há nenhuma razão para qualquer espécie de crise na
Guiné-Bissau", mesmo que o poder esteja repartido, apontando Portugal com
exemplo.
"Não é uma condição necessária de estabilidade que a maioria parlamentar coincida ponto por ponto com a maioria de onde saiu o Presidente", disse Santos Silva
Santos Silva falava à Lusa em Maputo, onde assistiu esta quarta-feira à tomada de posse do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para um segundo mandato.
“Fechado esse ciclo, logo que o Supremo Tribunal tome a sua decisão e os resultados sejam definitivos, teremos um novo Presidente na Guiné-Bissau, temos um governo em funções e temos uma Assembleia Nacional”, referiu o chefe da diplomacia portuguesa, interessado na estabilidade para que a cooperação progrida.
Com todos os órgãos eleitos, “não há nenhuma razão para qualquer espécie de crise na Guiné-Bissau”, sublinhou, mesmo que o poder esteja repartido, apontando o entendimento em Portugal, entre Governo e Presidente de diferentes bases partidárias, como um exemplo.
Em Bissau, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) venceu as eleições legislativas de março e formou um governo de coligação com maioria parlamentar.
Em dezembro, Umaro Sissoco Embaló venceu a segunda volta das eleições presidenciais, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), conquistando mais votos que o candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Não é uma condição necessária de estabilidade que a maioria parlamentar coincida ponto por ponto com a maioria de onde saiu o Presidente”, disse Santos Silva.
“Sistemas como o português, com o qual o guineense tem afinidades, são construídos para forçar esse tipo de equilíbrio: Portugal vive muito bem com ele, como se prova no atual ciclo político, e não há razão para que outros países não vivam assim”, acrescentou, ilustrando com o que se passa também em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Santos Silva destacou o facto de Portugal ser “o principal parceiro internacional de cooperação na Guiné-Bissau”, mas no âmbito da qual a atividade “está muito aquém do potencial, exatamente por causa da instabilidade”, vivida nos últimos anos, com vários governos falhados na mesma legislatura.
“Só quero estabilidade para isso”, ou seja, reforçar a cooperação, referiu.
Não tenho candidatos, nem favoritos, nem vaticínios. Respeito, como é minha obrigação, as decisões tomadas soberanamente pelo povo guineense e o que quero é ter os interlocutores para que a cooperação progrida”, concluiu.
Vários dirigentes do Madem G-15 exortaram esta quarta-feira Domingos Simões Pereira a reconhecer a sua derrota.
A declaração surgiu depois de o PAIGC ter entregado no Supremo Tribunal de Justiça mais um recurso de contencioso eleitoral, depois de um primeiro a pedir recontagem dos votos, alegando irregularidades eleitorais. ANG/Lusa
"Não é uma condição necessária de estabilidade que a maioria parlamentar coincida ponto por ponto com a maioria de onde saiu o Presidente", disse Santos Silva
Santos Silva falava à Lusa em Maputo, onde assistiu esta quarta-feira à tomada de posse do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para um segundo mandato.
“Fechado esse ciclo, logo que o Supremo Tribunal tome a sua decisão e os resultados sejam definitivos, teremos um novo Presidente na Guiné-Bissau, temos um governo em funções e temos uma Assembleia Nacional”, referiu o chefe da diplomacia portuguesa, interessado na estabilidade para que a cooperação progrida.
Com todos os órgãos eleitos, “não há nenhuma razão para qualquer espécie de crise na Guiné-Bissau”, sublinhou, mesmo que o poder esteja repartido, apontando o entendimento em Portugal, entre Governo e Presidente de diferentes bases partidárias, como um exemplo.
Em Bissau, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) venceu as eleições legislativas de março e formou um governo de coligação com maioria parlamentar.
Em dezembro, Umaro Sissoco Embaló venceu a segunda volta das eleições presidenciais, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), conquistando mais votos que o candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Não é uma condição necessária de estabilidade que a maioria parlamentar coincida ponto por ponto com a maioria de onde saiu o Presidente”, disse Santos Silva.
“Sistemas como o português, com o qual o guineense tem afinidades, são construídos para forçar esse tipo de equilíbrio: Portugal vive muito bem com ele, como se prova no atual ciclo político, e não há razão para que outros países não vivam assim”, acrescentou, ilustrando com o que se passa também em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Santos Silva destacou o facto de Portugal ser “o principal parceiro internacional de cooperação na Guiné-Bissau”, mas no âmbito da qual a atividade “está muito aquém do potencial, exatamente por causa da instabilidade”, vivida nos últimos anos, com vários governos falhados na mesma legislatura.
“Só quero estabilidade para isso”, ou seja, reforçar a cooperação, referiu.
Não tenho candidatos, nem favoritos, nem vaticínios. Respeito, como é minha obrigação, as decisões tomadas soberanamente pelo povo guineense e o que quero é ter os interlocutores para que a cooperação progrida”, concluiu.
Vários dirigentes do Madem G-15 exortaram esta quarta-feira Domingos Simões Pereira a reconhecer a sua derrota.
A declaração surgiu depois de o PAIGC ter entregado no Supremo Tribunal de Justiça mais um recurso de contencioso eleitoral, depois de um primeiro a pedir recontagem dos votos, alegando irregularidades eleitorais. ANG/Lusa
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