Davos assiste
choque entre Greta Thunberg e Trump sobre o clima
Bissau, 22 jan
20 (ANG) - A 50ª edição do Fórum Econômico Mundial de Davos começou nesta
terça-feira (21) na Suíça dominada pelos debates sobre as mudanças climáticas.
Pelo segundo ano
consecutivo, a jovem ativista sueca Greta Thunberg foi convidada a participar
do encontro.
Logo no início do evento, ela criticou a elite
econômica mundial que não fez praticamente nada contra as mudanças climáticas.
O presidente Donald Trump não tardou a reagir
e fustigou “os profetas do apocalipse”.
A declaração da jovem ativista soou como
uma ducha de água fria para os líderes mundiais reunidos na estação de esqui
suíça e suas promessas a favor do meio ambiente.
Greta Thunberg disse que “nada foi feito
pelo clima”, apesar da mobilização de jovens do mundo inteiro durante meses.
"Precisamos de muito mais do que isso", afirmou a jovem, lamentando
que as "emissões de dióxido de carbono não diminuíram".
A grande expectativa do dia era saber se a
jovem ativista, de 17 anos, fundadora
do movimento Fridays for Future, e que
se transformou na líder mundial da mobilização dos jovens pelo clima, iria se
encontrar com Trump, a outra vedete deste primeiro dia do Fórum.
Trump, que menospreza as consequências das
mudanças climáticas, foi fiel a sua reputação durante sua fala em Davos. Diante
de Greta Thunberg, que estava na plateia, o presidente americano disse ser
necessário “rejeitar os eternos profetas da desgraça e suas previsões
apocalípticas”.
Em campanha por sua reeleição em novembro,
e a poucas horas do início de seu julgamento de impeachment, Trump chegou esta manhã a Davos. Durante o encontro,
ele espera promover os benefícios de sua política junto aos líderes econômicos
mundiais e “conseguir bilhões de dólares em investimentos para os Estados
Unidos”.
“Somos de longe o número 1 do Universo”,
tuítou o presidente antes de desembarcar na Suíça.
Depois de Trump, Grete volta a falar esta
tarde em um painel intitulado “Evitar o apocalipse climático”. Quem levará a
melhor nesse choque?
Segundo uma sondagem da empresa de
consultoria PwC, que entrevistou 1.600 empresários, as mudanças climáticas não
integram a lista das dez principais ameaças à economia mundial em 2020. O
aquecimento global aparece apenas na 11ª posição.
ONGs presentes em Davos notam, no entanto,
uma conscientização maior dos dirigentes. O desafio é traduzir essa preocupação
para cadeias produtivas complexas. Um relatório do Greenpeace publicado hoje
mostra que dez bancos presentes regularmente em Davos deram US$ 1 trilhão de
financiamento para o setor de combustíveis fósseis, que alimenta o aquecimento
global, entre 2015 e 2018.
A 50ª edição do evento, que acontece até a
próxima sexta-feira (25), terá a participação de 53 chefes de Estado e 1.680
empresários, a maioria esmagadora deles de homens (76%). Ao todo, 3.000
pessoas, representando 117 países, participam do Fórum.
Além de Trump, a lista de personalidades
políticas presentes inclui a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro espanhol, Pedro
Sánchez, e o vice-presidente chinês, Han Zheng.
O Brasil vai ser representado pelo
ministro da Economia, Paulo Guedes. No centro das discussões a questão
climática, mas também as tensões comerciais. ANG/RFI
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