Isabel dos Santos
constituída arguida pela PGR
Bissau, 24 jan
20 (ANG) - O procurador-geral da República de Angola, Hélder Pitta Grós
constituiu na quarta-feira como arguida a empresária Isabel dos Santos, por
"má gestão e desvio de fundos" enquanto PCA da Sonangol, depois de
ter recebido a auditoria da KPMG.
O inquérito à gestão de Isabel dos Santos como PCA da Sonangol entre
junho de 2016 e novembro de 2017, foi aberto depois de o seu sucessor Carlos Saturnino, ter levantado
suspeitas sobre alegadas " transferências
monetárias irregulares e outros procedimentos incorrectos",
ordenados pela anterior gestão da petrolífera estatal angolana.
A consultora KPMG foi contratada em fevereiro de 2018 para verificar as
contas da Sonangol, depois de afastada por "conflito de interesses" a
consultora PriceWaterhouseCoopers -
PwC - escolhida por Isabel dos Santos, que já tinha auditado as contas da Sonangol
em 2016 e é citada nos Luanda Leaks.
A PwC confirmou esta semana ter cessado os
contratos com serviços e empresas controladas por Isabel dos Santos, tal como o
fez o banco EuroBic, controlado por Isabel dos Santos a 42,5%.
Helder Pitta
Grós tomou a decisão de constituir
arguidos Isabel dos Santos e
quatro outras pessoas - todos eles se encontram fora de Angola - por alegada
"má gestão e desvio de fundos"
esta quarta-feira (22/01) depois de ter consultado a auditoria da KPMG.
As acusações proferidas pelo Procurador
Geral da República de Angola visam "crimes de peculato, falsificação de documentos, abuso de poder,
participação económica em negócioq, tráfico de influências e branqueamento de
capitais".
Pitta Grós refere ainda que "à
partida são esses os crimes sobre os quais já temos matéria suficiente para
termos em vista que de facto podem ser constituídos como arguidos".
"Neste momento a nossa preocupação
é que eles sejam notificados do
despacho...fazer com que eles venham voluntariamente à justiça, para poderem defender-se da
melhor forma possível...se não conseguirmos que isso seja feito, então
vamos recorrer a esses
instrumentos legais que existem, para fazê-los vir à justiça",
disse Pitta Grós.
Os outros arguidos são Sarju Raikundalia ex-administrador
financeiro da Sonangol durante a gestão de Isabel dos Santos, Mário Leite da Silva antigo PCA
do Banco de Fomento de Angola (cargo do qual se demitiu a 20 de janeiro) e PCA
da empresa de Isabel dos Santos com sede em Lisboa Fidequity - alvo de uma
providência cautelar de arresto pela justiça angolana, tal como o seu esposo
Sindika Dokolo.
Mas também Paula Oliveira amiga de Isabel dos Santos e administradora da
NOS e Nuno Ribeiro da Cunha,
director do "private banking" do EuroBic, encontrado morto
na quarta-feira (22/01) na sua residência em Lisboa,
provavelmente de suicídio.
Hélder Pitta Grós esteve quinta-feira
(23/01) em Lisboa onde se encontrou com a sua homóloga Lucília Gago.ANG/RFI
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