Otan pede que Irã
“evite provocações” diante das ameaças dos EUA
Bissau, 07 jan
20 (ANG) - O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu segunda-feira (6) para o Irã evitar "mais
violência e provocações".
A declaração foi
feita após a conclusão de uma reunião de embaixadores sobre a crise entre
Washington e Teerã, desencadeada pela morte do general Qasem Soleimani, vítima
de um ataque americano no Iraque.
"Em nossa reunião, os aliados pediram
moderação e distensão. Um novo conflito não beneficiaria ninguém, por isso o
Irã deve se abster de mais violência e provocações", declarou Stoltenberg
à imprensa, após a reunião extraordinária com representantes dos 29 países
membros da Otan.
Stoltenberg aproveitou a ocasião para
ressaltar que o ataque que resultou na morte de Soleimani foi “uma decisão dos
Estados Unidos, e não da coalisão (internacional) ou da Otan”. No entanto,
“todos os aliados estão preocupados com as atividades desestabilizadoras do Irã
na região”, lembrou o chefe da instituição.
O chefe da aliança se referia aos ataque
iranianos visando uma instalação petrolífera saudita e um drone americano, em
resposta à morte do general e às ameaças feitas por Donald Trump visando
Teerã.
Além da Otan, a União Europeia tem se
mostrado apreensiva diante do aumento de tensão na região. Por meio de um
comunicado, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pediu “o fim do
ciclo de violência”.
Os europeus temem que o Irã abandone
totalmente o acordo nuclear firmado em 2015 com a comunidade internacional,
quanto Teerã se comprometeu a restringir sua atividade atômica ao uso civil.
As autoridades iranianas anunciaram no
domingo (5) que iriam reduzir seus compromissos em matéria nuclear, uma decisão
que havia sido tomada antes da nova fase de tensões desencadeada pela morte
de Soleimani, mas Teerã avisou que, “dada a situação”, a posição do país sobre
o assunto pode mudar.
O chefe da diplomacia europeia, Josep
Borrell, disse nesta segunda-feira que "lamenta profundamente" o
anúncio do Irã sobre sua decisão de elevar os limites do enriquecimento de
urânio.
Os ministros das Relações Exteriores do
bloco se reunirão em Bruxelas na sexta-feira (10) para discutir a crise
iraniana.
"A aplicação completa do acordo
nuclear por todos agora é mais importante do que nunca, para a estabilidade
regional e a segurança global", escreveu Borrell no Twitter.ANG/RFI/AFP
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