Painel de historiadores coloca Amílcar Cabral entre os 20 maiores líderes
mundiais
Bissau,
06 jan 20 (ANG) – O ideólogo das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde,
Amílcar Cabral, integra a lista dos 20 maiores líderes mundiais de todos os
tempos elaborada para a BBC por um painel de historiadores.
Amílcar
Cabral surge na lista elaborada para a HistoryExtra, o site oficial do BBC
History Magazine, BBC History Revealed e BBC World Histories Magazine, ao lado
de nomes como o faraó Amenhotep III, do Egito, a rainha Isabel de Castela, a
imperatriz Catarina, a Grande da Rússia, a líder militar francesa Joana D’Arc,
o primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill ou o Presidente dos
Estados Unidos Abraham Lincoln.
A
HistoryExtra desafiou vários historiadores a nomearem aquele que consideram o
maior líder da História, alguém que tenha exercido o poder e provocado um
impacto positivo na humanidade, bem como a explorarem o seu legado e as
características distintivas da sua liderança.
Das
escolhas dos historiadores resultou uma lista de 20 personalidades que será
agora submetida a votação pelos leitores até 26 de Fevereiro para a escolha do
grande líder histórico mundial.
Entre
os historiadores convidados contam-se o professor de História e cientista
político especializado em história da China da Universidade de Oxford, Rana
Mitter, a professora e historiadora da Universidade de Toronto, Margaret
MacMillan, ou o historiador e director do Smithsonian’s National Museum of
African Art em Washington, Gus Casely-Hayford.
Amílcar
Cabral foi nomeado pelo historiador britânico especializado em estudos
africanos da Universidade de Chichester, Hakim Adi, e aparece em 14º na lista.
Na
fundamentação, Hakim Adi sublinha a grandeza do líder africano cuja “luta pela
independência em África também transformou Portugal”.
“Cabral
encontrou forma de unir cerca de um milhão de pessoas na Guiné-Bissau,
incluindo mulheres, a maioria agricultores analfabetos que falavam línguas
diferentes”, adiantou o historiador.
Apontando
o “limitado apoio externo”, Hakim Adi sublinhou a capacidade de luta do povo da
então Guiné portuguesa para se libertar e começar a construir uma nova sociedade
em que eram eles próprios a decidir.
“Fizeram
isto enquanto partes do país continuavam ocupadas por Portugal”, acrescentou,
adiantando que muitos africanos continuam a ser inspirados pela liderança de
Cabral.
“A sua
vida e obra mostra que, quaisquer que sejam os obstáculos, os povos conseguem
ser os seus próprios libertadores”, reforçou.
Nascido na Guiné-Bissau em 12 de Setembro de 1924, filho de cabo-verdianos, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAICV), lançando as bases do movimento que levaria à independência das duas antigas colónias portuguesas.
Nascido na Guiné-Bissau em 12 de Setembro de 1924, filho de cabo-verdianos, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAICV), lançando as bases do movimento que levaria à independência das duas antigas colónias portuguesas.
O
fundador do PAICV foi assassinado em 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, em
circunstâncias ainda hoje não totalmente claras, antes de ver os dois países tornarem-se
independentes. ANG/Inforpress/Lusa
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