Mpox/ África CDC defende contenção de surto “a partir da
fonte” no continente
Bissau, 06 Set 24(ANG) -
O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) defendeu hoje
a contenção da mpox “a partir da fonte” no continente, considerando, no
entanto, que as restrições à mobilidade não devem ser opção.
“É nosso entendimento
que, se contermos a doença a partir da fonte, vamos reduzir a sua
propagação e poupar recursos (...). Se controlarmos os casos, reduz-se
significativamente o alastramento da doença para outros países”, disse à Lusa o
presidente do comité consultivo do África CDC para a região austral
do continente, o moçambicano Eduardo Samo Gundo, no balanço da 7.ª sessão
ordinária do organismo que terminou na noite de quinta-feira na capital
moçambicana.
Na região austral de
África, atualmente, a África do Sul, que faz fronteira com Moçambique, e a
República Democrática do Congo (RDCongo), que faz fronteira com Angola e está
classificada como um epicentro da doença, são os únicos países com casos
positivos.
No caso da RDCongo,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país regista cerca de 90% dos
casos de mpox no mundo, já com o registo de mais de 600 mortes.
Na quinta-feira, as
primeiras 100.000 doses da vacina contra o vírus mpox disponibilizadas pela
União Europeia (UE) chegaram à RDCongo, com mais 100.000 previstas para os
próximos dias, tornando o país africano o segundo a possuir as vacinas, depois
da Nigéria.
“A África Central é o
epicentro da mpox e a preocupação do Centro Africano de Controlo e Prevenção de
Doenças (Africa CDC) é que ela seja contida na fonte para evitar que se alastre
mais em outros países”, declarou o presidente do Comité Consultivo Técnico
Regional do CDC África, Eduardo Samo Gundo.
Embora o órgão sugira o
reforço da vigilância fronteiriça, sobretudo entre os países ainda sem casos
registados, o Comité Consultivo Técnico Regional do Centro Africano de Controlo
e Prevenção de Doenças reitera que restrições à mobilidade não devem ser
opção.
“Não se deve restringir
viagens e nenhum país está a fazer isso”, lembrou o responsável, que é
também diretor do Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique.
Desde janeiro e até
finais de agosto, mais de 22.800 casos tinham sido registados em 13 países
africanos, com destaque para a República Democrática do Congo (RDCongo), que,
segundo a OMS, é o epicentro.
A monkeypox (mpox) é uma
doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas que também
pode ser transmitida entre seres humanos através do contacto físico, provocando
febre, dores musculares e lesões cutâneas.
Esta é a segunda vez em
dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde
internacional, tendo o primeiro alerta sido levantado em maio, depois de a
propagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo.
A 7.ª sessão ordinária do África CDC juntou, em Maputo, por dois dias, peritos de diversos países que compõem a entidade, num encontro que, entre outros aspetos, visava alinhar estratégias face ao mpox. ANG/Inforpress/Lusa
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