Diplomacia/Governo do Senegal e MFDC ala Frente Sul assinam acordo de paz em Bissau
Bissau, 24 Fev 25 (ANG) - O governo senegalês, representado
pelo Primeiro-ministro Oussumane Sonko e uma delegação do Comité Provisório da
ala Política dos Combatentes Unificados do Movimento das Forças Democráticas de
Casamance (MFDC)ala Frente Sul, liderado por General César Atoute Badiane
assinaram, no domingo, em Bissau, um acordo de paz que prevê o cessar-fogo, o
agrupamento dos rebeldes, a entrega de armas e munições, bem como a
reintegração social dos combatentes rebeldes.
A mediação ainda contou com
a participação de uma organização
humanitária suíça, denominada “HD”, que se comprometeu a reunir a delegação
senegalesa e os rebeldes com o intuito de alcançar a paz definitiva em
Casamance, uma região do sul de Senegal que leva já mais de 40 anos de
conflito, entre os rebeldes do MFDC e as Forças Armadas senegalesas.
O governo senegalês e o
grupo rebelde do MFDC da frente sul, baseado em Kassolol, já haviam assinado, à
4 de Agosto de 2022, em Bissau, uma declaração de engajamento mútuo que define
os termos sobre as condições para a entrega das armas e as medidas que serão
tomadas para o efeito.
A delegação do comité
provisório da ala política dos combatentes unificados do MFDC assinou um
documento intitulado “Propostas de pontos para a discussão”, no qual se
ressalta quatro importantes pontos, designadamente, a questão de segurança,
política, justiça e o engajamento da ala política dos combatentes
unificados do MFDC.
A delegação de grupo de
rebeldes reafirma no documento assinado domingo, a validação do acordo de Bissau, de 4
de Agosto de 2022, no qual as partes demonstram a vontade de alcançar um acordo
de paz definitivo em Casamance, que contempla a deposição das armas.
Na ocasião, o
Primeiro-ministro senegalês Ousmane Sonko, agradeceu o chefe de Estado
guineense, Umaro Sissoco Embaló, pelo seu engajamento para a promoção
da paz definitiva em Casamance.
“O Presidente Bassirou
Diomaye Faye tem um ambicioso plano denominado “Plano Diomaye para o
Casamance”, um plano do desenvolvimento económico e social que não pode
ser implementado sem a paz definitiva”, disse o chefe do governo senegalês, na
sua declaração aos jornalistas no final da reunião com o Presidente Sissocó.
O governante senegalês disse
que tudo o que impacta o Senegal, impacta também a
Guiné-Bissau e vice-versa, sublinhando que têm todo o interesse de
pacificar o referido espaço para colocar, definitivamente, o seu país no caminho
do desenvolvimento, por isso vão concentrar no essencial que significa tomar em
conta as preocupações legítimas das populações.
O Presidente Umaro Sissoco
Embaló revelou que as duas delegações começaram
a negociar em Bissau desde o dia 19 do mês em curso, para alcançar o acordo
rubricado no domingo, e realçou que viu
muito interesse do Presidente Bassirou Diomaye Faye, em alcançar a paz na
região de Casamance.
“Não podemos brincar com a
estabilidade do Senegal e
independentemente de quem seja o Presidente da República, assim também o
Senegal não pode brincar com a estabilidade da Guiné-Bissau, independentemente
de quem seja o Presidente da Guiné, sublinhou o chefe de Estado
guineense.
Referiu que no conflito político e militar de 1998, um grande número de população se refugiou no Senegal, acrescentando que ele e o seu homólogo senegalês têm que concentrar sempre sobre a situação da sub-região e também do continente africano.ANG/MI/ÂC//SG
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