segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Diplomacia/Governo do Senegal e MFDC ala Frente Sul assinam  acordo de paz em Bissau

Bissau, 24 Fev 25 (ANG) - O governo senegalês, representado pelo Primeiro-ministro Oussumane Sonko e uma delegação do Comité Provisório da ala Política dos Combatentes Unificados do Movimento das Forças Democráticas de Casamance (MFDC)ala Frente Sul, liderado por General César Atoute Badiane assinaram, no domingo, em Bissau, um acordo de paz que prevê o cessar-fogo, o agrupamento dos rebeldes, a entrega de armas e munições, bem como a reintegração social dos combatentes rebeldes.

O acordo de paz foi rubricado  sob a mediação do chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, e na presença do Primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko e do grupo rebelde do MFDC da frente sul, baseado em Kassolol, liderado pelo General César Atoute Badiane e do chefe de Contrainteligência militar da Guiné-Bissau, Major-General, Samuel Fernandes

A mediação ainda contou com a participação de  uma organização humanitária suíça, denominada “HD”, que se comprometeu a reunir a delegação senegalesa e os rebeldes com o intuito de alcançar a paz definitiva em Casamance, uma região do sul de Senegal que leva já mais de 40 anos de conflito, entre os rebeldes do MFDC e as Forças Armadas senegalesas.

O governo senegalês e o grupo rebelde do MFDC da frente sul, baseado em Kassolol, já haviam assinado, à
4 de Agosto de 2022, em Bissau, uma declaração de engajamento mútuo que define os termos sobre as condições para a entrega das armas e as medidas que serão tomadas para o efeito.

A delegação do comité provisório da ala política dos combatentes unificados do MFDC assinou um documento intitulado “Propostas de pontos para a discussão”, no qual se ressalta quatro importantes pontos, designadamente, a questão de segurança, política, justiça e o engajamento da ala política dos combatentes unificados do MFDC.   

A delegação de grupo de rebeldes reafirma no documento assinado  domingo, a validação do acordo de Bissau, de 4 de Agosto de 2022, no qual as partes demonstram a vontade de alcançar um acordo de paz definitivo em Casamance, que contempla a deposição das armas. 

Na ocasião, o Primeiro-ministro senegalês Ousmane Sonko, agradeceu o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, pelo seu engajamento para a promoção da paz definitiva em Casamance.

“O Presidente Bassirou Diomaye Faye tem um ambicioso plano denominado “Plano Diomaye para o Casamance”, um plano do desenvolvimento económico e social que não pode ser implementado sem a paz definitiva”, disse o chefe do governo senegalês, na sua declaração aos jornalistas no final da reunião com o Presidente Sissocó.

O governante senegalês disse que tudo o que impacta o Senegal, impacta também a Guiné-Bissau e vice-versa, sublinhando que têm todo o interesse de pacificar o referido espaço para colocar, definitivamente, o seu país no caminho do desenvolvimento, por isso vão concentrar no essencial que significa tomar em conta as preocupações legítimas das populações.

O Presidente Umaro Sissoco Embaló revelou que as duas delegações começaram a negociar em Bissau desde o dia 19 do mês em curso, para alcançar o acordo rubricado no domingo, e realçou  que viu muito interesse do Presidente Bassirou Diomaye Faye, em alcançar a paz na região de Casamance.

“Não podemos brincar com a estabilidade do Senegal  e independentemente de quem seja o Presidente da República, assim também o Senegal não pode brincar com a estabilidade da Guiné-Bissau, independentemente de quem seja o Presidente da Guiné, sublinhou o chefe de Estado guineense.

Referiu que no conflito político e militar de 1998, um grande número de população se refugiou no Senegal, acrescentando que ele e o seu homólogo senegalês têm que concentrar sempre  sobre a situação da sub-região e também do continente africano.ANG/MI/ÂC//SG

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