Moçambique/Daniel Chapo promete combater "terrorismo
e manifestações"
Bissau, 25 Fev 25 (ANG) - O
Presidente de Moçambique promete lutar sem tréguas contra todos os actos que
ameaçam a ordem e a segurança públicas no país.
Daniel Chapo falava em comício
popular na cidade de Pemba, em Cabo Delgado, a braços com o terrorismo desde
2017.
O estadista moçambicano falou segunda-feira
num comício na cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, no norte do país,
onde efetua uma visita de trabalho até 26 de Fevereiro e prometeu
um combate cerrado contra as manifestações que se seguiram à divulgação
dos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro.
"Tal
como estamos a combater o terrorismo e há jovens que estão a derramar o seu
sangue, para a integridade territorial de Moçambique, para a soberania de
Mocambique, para manter a nossa independência, aqui em Cabo Delgado mesmo se
for para jorrarmos sangue para defender essa pátria contra as manifestações,
vamos jorrar sangue”,
disse o Presidente.
Ainda neste comício popular na cidade de
Pemba e com transmissão em directo pelos órgãos estatais e não só, Daniel
Chapo, deixou uma certeza.
“Vamos
combater o terrorismo, vamos combater os Naparamas e vamos combater as
manifestações",
insistiu.
Os naparamas são paramilitares moçambicanos
que surgiram na década de 1980, durante a guerra civil, aliando conhecimentos
tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, atuando em
comunidade.
Em resposta, o ex-candidato presidencial
Venâncio Mondlane criticou as declarações do Presidente moçambicano sobre a
necessidade de “defender a pátria” contra as manifestações, classificando o
discurso como inconstitucional.
“Em
Moçambique não há pena de morte (…) A nossa Constituição diz que o direito à
vida é um direito fundamental e é por isso que em Moçambique não há pena de
morte. Não podemos, de forma alguma, independentemente da nossa posição, ir a
público e dizer que, para preservar isto ou aquilo, vamos derramar sangue”, declarou Mondlane, durante cerimónias
oficiais de celebração dos cinco anos desde a elevação de Vilankulo, na
província de Inhambane, à categoria de município.
Já hoje, Daniel Chapo veio dizer que o
seu discurso de apelo à “defesa da pátria” contra manifestações foi
“manipulado”.
“Nós
estamos a apelar para que as pessoas parem de fazer manifestações violentas,
ilegais e criminosas. São estas manifestações a que nos estamos a referir”, concluiu o líder moçambicano.ANG/RFI
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