quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Sociedade/Liga guineense pede à CEDEAO roteiro que permita regresso à normalidade constitucional

Bissau, 27 Fev 25 (ANG) - O presidente da Liga, Bubacar Turé, afirmou quarta-feira ter  formulado sete recomendações à CEDEAO, nomeadamente a organização de uma cimeira extraordinária e um roteiro que permita o regresso à normalidade constitucional". 

A Liga guineense dos Direitos Humanos reuniu-se, quarta-feira,  com a delegação da CEDEAO que está em Bissau para encontrar uma solução para o impasse político que se vive no país.

 “Para além de termos feito uma análise sobre o contexto político, social, económico e de direitos humanos, a Liga entregou o memorando à CEDEAO que formulou sete recomendações”, explicou.

Bubacar Turé referiu que a primeira recomendação incentiva a CEDEAO a organizar uma cimeira extraordinária que reconhece que “o mandato do Presidente da República termina, irreversivelmente no dia 27 de Fevereiro de 2025”, sublinhado que “nesta cimeira extraordinária se deve aprovar também um roteiro para a Guiné-Bissau, um roteiro que permita o regresso à normalidade constitucional”.

A Liga guineense dos Direitos Humanos considera ainda que devem ser criadas condições para “a retoma do normal funcionamento da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, ou seja, a retoma de funções do presidente eleito e também da Comissão Permanente”.

Para que esta normalidade seja alcançada, Bubacar Turé defende que “a Comissão Permanente deve poder trabalhar para criar consensos com vista à eleição ou à escolha do novo secretariado executivo”.

A Liga guineense dos Direitos Humanos recomenda igualmente que o roteiro “permita que haja esse período de transição, de apenas três meses, com um Governo de consenso, um Presidente interino, com poderes limitados”.

Bubacar Turé alerta também para a necessidade de as autoridades nacionais implementarem medidas que permitam o fim “dos actos e dos de ataques contra os direitos humanos e que levantem imediatamente a suspensão de liberdade de manifestação”.

A Liga guineense dos Direitos Humanos insta a CEDEAO a aprovar sanções contra todos aqueles que violem a Constituição do país.

“Sejam elas políticos, militares, juízes ou magistrados, e cujas condutas estão a pôr em causa a democracia, o Estado de Direito e que violam a nossa, a nossa Constituição”, detalhou.

Bubacar Turé acrescentou que a CEDEAO reiterou que “é uma missão independente, que está a ouvir todos os actores nacionais, e tomou boa nota das nossas recomendações e prometeram levá-las junto da Comissão da CEDEAO e da Conferência dos Chefes de Estados”.

A delegação da CEDEAO está em Bissau desde domingo passado, 24 de Fevereiro, para encontrar uma solução para o impasse político que se vive no país, no mesmo dia em que o Chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou a realização de eleições gerais no próximo dia 30 de Novembro.ANG/RFI

 

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