Rússia/Anunciada nova reunião com Estados Unidos na quinta-feira
Bissau, 26 fev 25 (ANG) - Diplomatas russos e
norte-americanos vão reunir-se novamente na quinta-feira, em Istambul, após as
primeiras discussões a 18 de fevereiro na Arábia Saudita, anunciou hoje o
ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.
“Os nossos diplomatas e peritos de alto nível vão se reunir e discutir os problemas sistémicos que se acumularam”, disse Lavrov numa conferência de imprensa no Qatar.
"O encontro terá lugar amanhã [quinta-feira] em
Istambul", acrescentou Lavrov, citado pela agência
francesa AFP.
Lavrov visitou Ancara na segunda-feira, antes
de viajar na terça-feira para o Irão, um aliado de Moscovo, e depois para o
Qatar.
A Turquia, membro da NATO, quer desempenhar
um papel de liderança para pôr fim às hostilidades na Ucrânia, como tentou
fazer em março de 2022 ao acolher por duas vezes negociações diretas entre
Moscovo e Kyiv, mas sem sucesso.
A Rússia e os Estados Unidos retomaram o
diálogo depois de uma conversa telefónica entre os respetivos líderes, Vladimir
Putin e Donald Trump, após quase três anos sem contactos de alto nível devido à
guerra na Ucrânia.
No rescaldo do encontro em Riade, russos e
norte-americanos afirmaram que pretendiam relançar as relações bilaterais, o
que suscitou o receio de que Kyiv e os seus aliados europeus fossem postos de
lado na resolução do conflito na Ucrânia.
Após a discussão, Serguei Lavrov e o homólogo
norte-americano Marco Rubio, afirmaram querer restabelecer o funcionamento
normal das missões diplomáticas, após as múltiplas expulsões de representantes
das respetivas embaixadas desde 2022.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros
russo, Serguei Riabkov, disse no domingo estar "à espera de progressos
reais" numa reunião que se realizará "ao nível dos chefes de
departamento" dos ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países.
Os Estados Unidos e os aliados ocidentais
apoiaram a Ucrânia desde que foi invadida pela Rússia, em 24 de fevereiro de
2022, com armamento e ajuda financeira, e com a imposição de sanções a Moscovo.
Desde que o republicano Donald Trump sucedeu
ao democrata Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro,
têm crescido os receios de que Washington diminua o apoio a Kyiv.
Trump pretende trocar esse apoio pelo acesso
dos Estados Unidos a minerais da Ucrânia, tendo sido admitida uma deslocação do
Presidente Volodymyr Zelensky a Washington nos próximo dias para assinar um
acordo sobre a questão.ANG/Lusa
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