sexta-feira, 5 de maio de 2023

Sindicalismo/Apoiantes de Laureano Pereira reabriram, à força, as portas da UNTG sob proteção  das Forças de Segurança

Bissau, 05 mai 23 (ANG) – Os apoiantes de Laureano Pereira da Costa reabriram hoje, à força, as portas da sede da maior central sindical do país, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG), na presença das forças de segurança que se encontravam no local desde quinta-feira.

 Confrontado com a situação, o Secretário Nacional dos Assuntos da Juventude e Quadros da UNTG,  apoiante do Secretário-geral em funções, Júlio Mendonça qualifica de “vergonhoso” a intervenção das autoridades nacionais nas organizações sindicais dos trabalhadores do país.

 Yoio João Correia falava, em  exclusivo à ANG, sobre a presença das forças de ordem na Sede da central sindical da Guiné-Bissau, impedindo as  pessoas, quer da UNTG quer  de outras organizações de terem acesso à instalação.

Perguntado sobre o motivo do fecho da porta e a substituição da fechadura no portão principal da instalação da UNTG, disse que fecharam a porta para evitar confrontos com a ala liderado por Laureano Pereira, porque tinham a informação de que a sede iria  ser invadida.

Yoio disse que os cadeados colocados por eles nas portas da sede foram substituídos  por elementos das forças de segurança, “supostamente,  a mando do ministro do Interior e da Ordem Pública”.

Yoio João Correia acrescenta que  quando é assim, significa que foram enviados pelo governo, e diz que  a presença de dirigente de uma formação politica, inclusive a bandeira de um partido, no local de congresso da ala de Laureano Pereira da Costa, que decorreu entre 28 e 29 do mês passado, diz tudo.

Correia disse ter se apercebido de que  existem algumas pessoas por detrás disso para calar a UNTG, com interesses de ter um líder na Central Sindical que cumpre  orientações obscuras.

Apesar de tudo isso, Yoio João Correia diz que  acredita que a verdade prevalecerá. “Alguém recorreu à organizações dos trabalhos e ao fórum judicial mas não conseguiu ser o Secretario-geral da UNTG, agora se escondeu atrás dos políticos e  governantes para chegar ao cargo”, criticou.

Perante esta situação, Yoio João Correia pede união e mobilização dos trabalhadores para se por fim a situações de género nas organizações sindicais, alegando ser uma afronta à democracia.    

O Director de campanha de Laureano Pereira, diz que o congresso realizado nos dias 28 e 29 é legal , ao contrário do congresso  que teve lugar no ano passado e que elegeu Júlio Mendonça como Secretario-geral da UNTG.

João Cá revelou que foi a direção de Laureano Pereira que solicitou as forças de segurança para presenciarem a  abertura das portas da sede de forma a começarem a trabalhar, “porque as instalações da UNTG não podem continuar encerradas”.

João Cá disse que há outras organizações sindicais que funciona nas instalaçoes da UNTG e que  precisam de trabalhar. “Pedimos as autoridades para testemunharem abertura da Sede, porque existe um novo Secretário-geral que precisa de trabalhar”, disse.

Elementos da central sindical apoiantes do ex-candidato à liderança da UNTG deram posse no dia 03 de Maio ao Laureano Pereira da Costa, como novo Secretário-Geral da UNTG, na sequência de uma eleição realizada no dia 29 de Abril passado.

Mendonça fora eleito por aclamação num congresso da central sindical, realizada em Outubro de 2022, perante contestação de apoiantes de Laureano Pereira da Costa, e marcado por intervenção das forças policiais que impediram a continuidade dos trabalhos no local onde se iniciou. ANG/LPG/ÂC//SG

Justiça/Advogados do escritório  “Vieira Landim e Associados” acusam Diretor-geral dos Serviços Prisionais de não acatar decisão judicial

Bissau ,05 Mai 23 (ANG) – Os advogados do escritório “Vieira Landim e Associados” (V & L) denunciaram hoje o que dizem ser “violação grosseira de direitos fundamentais de dois cidadãos” por parte do Diretor-geral dos Serviços Prisionais, à quem acusam de não acatar a decisão do Magistrado do Ministério Público que ordenou a libertação dos dois, por falta de provas.

Vista do Ministério da Justiça

De acordo com uma nota à imprensa assinado pelos dois advogados:  Luís Correia Landim e João Bernardo Vieira, à que a ANG teve acesso, os cidadãos Carlos Lenine Mendonça Gomes da Silva, vulgo Zito e Issufi Djálo encontram-se detidos nos calabouços da Polícia Judiciária de Bandim, desde  07 de Abril do ano em curso.

Na nota e sem citar os motivos da prisão dos dois cidadãos, o escritório V&L salienta que seus constituintes foram presentes ao Ministério Público no dia 11 de Abril para serem ouvidos no autos e após as investigações empreendidas pelo magistrado responsável do processo, nesse caso Lassana Camará, este  tomou a decisão de emitir um mandato de soltura no passado dia 13 de Abril de 2023, sustentando não haver  elementos suficientes para os manter detidos.

“Infelizmente, o Diretor-geral dos Serviços Prisionais, Cherno Sano Jaló, não acatou  a decisão soberana do magistrado do Ministério Público, tendo os nossos dois constituintes mantidos nas celas da Polícia Judiciaria, em Bandim”, refere o comunicado.

Os dois advogados dizem estar perante “abuso de poder” contra seus constituintes, acrescentando que a defesa requereu uma providência de Habeas Corpus, com fundamento da ilegalidade da detenção, o que foi deferida pelo juiz de Instrução Criminal(JIC), Jusceline Pereira Barreto, que  emitiu o competente mandato de soltura no dia 03 de Maio do corrente ano.

Os advogados denunciam que dois dias  após a receção do segundo mandado de soltura pelo JIC, os seus constituintes ainda continuam detidos, “porque o DG dos Serviços prisionais recusou cumprir a ordem de soltura” .

“O DG dos Serviços Prisionais está a cometer uma ilegalidade grosseira e é  caso para se dizer que, hoje na Guiné-Bissau, uma decisão administrativa acaba por ter mais valor e força do que uma decisão judicial”, dizem.

ANG/MSC/ÂC//SG                                                    

 

Cultura/Pioneiro do reggae na Guiné-Bissau quer despertar consciências

Bissau, 05 Mai 23 (ANG) - Masta Collie, nome artístico de Serifo Sagna, foi pioneiro da música reggae na Guiné-Bissau, descreve-se como “um dos artistas mais revolucionários” da sua geração e considera que a música tem de servir para despertar consciências.

Conta que foi obrigado a fugir do seu país devido à sua música e foi na Bélgica que formou um novo grupo, os "Masta Lions", que estiveram na RFI.

O grupo Masta Lions nasceu em 2021 na Bélgica, graças ao encontro do "pioneiro do reggae na Guiné-Bissau" com músicos belgas. As músicas são escritas, compostas e cantadas por "Masta Collie" e falam de temas africanos em mandinga, crioulo, inglês e francês. 

Venho de um país onde a miséria ninguém pode explicar. A África também é um continente onde eu vivi quase toda a minha infância. Cantamos tudo, cantamos o que vivemos”, começa por contar Masta Collie, nome artístico de Serifo Sagna.

O cantor e compositor bissau-guineense encara a música como uma forma de despertar consciências, “sobretudo dos jovens”, e interessa-se pelas pontes entre a música tradicional africana, nomeadamente guineense, e o reggae. Desde logo porque o reggae é considerado como uma música militante e a Guiné-Bissau teve grandes artistas com mensagens políticas “e que arriscaram a vida para defender as cores da bandeira nacional”, como José Carlos Schwarz e os Super Mama Djombo.  “Mas chegou um momento em que isto desapareceu. O gumbé falava mais do amor, da dança… Chegou um momento em que a juventude ficou saturada e queria uma coisa nova. Eu, com o meu estilo rasta e com as minhas palavras de esperança, tentei consciencializar o povo mais jovem”, acrescenta, sublinhando que foi “o pioneiro da música reggae na Guiné-Bissau”.

Serifo Sagna nasceu em Farim, no norte da Guiné-Bissau, lançou-se no mundo da música aos 15 anos e gravou três discos: “Sorry Mama”, “Políticos Falhados” e “Guiné-Comores”. Em 1998, a guerra civil obrigou-o a deixar o país, ao qual regressaria mais tarde e do qual teve de voltar a sair, em 2005, desta vez devido à sua música. “Sou um dos artistas mais revolucionários da minha geração”, resume o músico, contando que chegou a ser alvo de “uma tentativa de assassinato” depois de uma das suas músicas ter sido usada durante a campanha para as presidenciais.

O grupo Masta Lions vai participar, a 5 de Maio, no Festival l’Afrique en Couleurs, em Bruxelas. ANG/RFI

 

Legislativas de 04 de Junho/ Conselho Nacional de Comunicação Social pede aos órgãos uma cobertura inclusiva e responsável da campanha eleitoral

Bissau,05 mai 23 (ANG) – O Presidente em exercício do Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS) pediu hoje  aos órgãos de informação guineense para realizarem uma cobertura inclusiva da campanha eleitoral das  legislativas antecipas agendadas para 04 de Junho próximo.

Domingos Meta Camará, em declarações exclusivas à ANG, disse que, para o efeito, as organizações que representam a classe, nomeadamente a Ordem dos Jornalistas, o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social SINJOTECS e demais parceiros do setor elaboraram uma proposta de Código de Conduta de Cobertura Eleitoral para chamar a atenção dos jornalistas sobre a necessidade de se preocuparem com a ética e deontologia profissional, para, inclusive, evitar a divulgação de mensagens suscetíveis de incitar o ódio e a violência durante a campanha eleitoral. 

“Queremos uma campanha eleitoral sem incidentes que possa ser assegurada pelos órgãos da comunicação social, através dos seus respetivos repórteres que vão acompanhar os partidos que vão  desdobrar-se por todo o país em busca de votos”,  disse o Presidente em exercício da CNCS.

Meta Camará disse que o Código será submetido à apreciação dos responsáveis dos órgãos para eventual aprovação e assinatura pelos mesmos, numa reunião que deveria ter lugar esta sexta-feira mas que foi adiada para uma data a anunciar.

Segundo Meta Camará, será constituída, posteriormente, uma equipa de seguimento da aplicação desse Código Eleitoral pelos signatários, através dos tempos de antena nas rádios e na Televisão.

Camará acrescenta que, em caso de violação do Código, o chefe da redação ou Diretor-geral do órgão cujo o repórter infringiu o Código será chamado para ser abordado sobre o incumprimento e confrontado com as devidas medidas punitivas.

No Código distribuído quinta-feira à todos os órgãos de informação, o Conselho Nacional de Comunicação Social aconselha aos profissionais no sentido de não aceitarem ofertas de candidatos partidários concorrentes às eleições, suscetíveis de condicionar o trabalho jornalístico, nem  divulgar alegações imprecisas e propósitos insultuosos.


Para além disso, consta ainda que o jornalista deve trabalhar para a preservação da paz, estabilidade e prevenir a violência política no decurso da campanha eleitoral, entre outras recomendações.
ANG/LPG/ÂC//SG

 

 

 

Caju/ONG “Shelter For Life” promove encontro de atração de negócios   entre  produtores e  comerciantes

Bissau, 05 Mai 23 (ANG) – A ONG Americana “Shelter For Life” sedeada no país, promoveu quinta-feira um encontro de atração de negócios de castanha de caju, entre  produtores,  comerciantes e demais atores que intervêm no setor.

O ato de abertura do evento foi presidido pelo Director-geral do Comércio, Lassana Fati, que, na ocasião, endereçou as suas felicitações a ONG “Shelter For Life”, pelo apoio, capacitação e financiamento que tem dado aos pequenos agricultores de caju, para melhor puderem realizar as suas tarefas  de facilitá-los na recolha e venda acessível dos seus produtos.

“É importante ressalvar que esse evento  vai permitir  aos produtores e  comerciantes estabelecerem negócios, em que cada um saia a ganhar”, disse Fati.

Segundo o DG de Comércio, o país carece de pistas que facilitam a retirada da castanha de caju para  zonas do escoamento, acrescentando  que as mesmas dificuldades  também são vistas  no financiamento de produtores, e na  transformação e comercialização da quantidade produzida.

“É neste sentido que o Ministério do Comércio e Indústria, mais uma vez e  em nome do Governo, agradece a ONG “Shelter For Life” pela cobertura que está a  dar ao setor”, disse o responsável.

O representante da ONG “Shelter For Life” na Guiné-Bissau, Mário Alfredo Mendonça disse que, a partir deste encontro, os compradores estarão mais seguros na realização de  negócios com o produtor, porque passaram a saber que o produtor reúne as condições de comercializar as suas castanhas sem riscos .

“O nosso objetivo é que ganhe todos os intervenientes ligados a cadeia de valor do caju”, disse Mendonça.

A ONG americana  intervem para a criação de condições aos produtores para que possam negociar, ao melhor preço, os seus produtos.

“Construimos estradas nas zonas de difícil acesso para as vias principais, como forma de ajudá-los a comercializar as suas castanhas e também destribuimos viaturas para o transporte  da castanha”, disse Mário Mendonça.

ANG/LLA/ÂC//SG

Moscovo/Rússia insiste no envolvimento dos EUA no alegado ataque ao Kremlin

Bissau, 05 Mai 23 (ANG) – O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, insistiu hoje no envolvimento dos Estados Unidos no alegado ataque contra o Kremlin (presidência), defendendo que não poderia ter ocorrido sem o conhecimento de Washington.

“Trata-se de um ato hostil. É evidente que os terroristas de Kiev não o poderiam ter cometido sem que os seus chefes tivessem conhecimento”, afirmou Lavrov durante uma viagem à Índia, citado pela agência francesa AFP.

Moscovo acusa os Estados Unidos e os seus aliados de estarem envolvidos numa guerra “por procuração” contra a Rússia através da Ucrânia, que invadiu em 24 de fevereiro de 2022.

A Rússia atribuiu um ataque com ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) contra a sede da presidência russa, em Moscovo, na terça-feira à noite, às forças ucranianas com o apoio dos Estados Unidos.

Moscovo disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, não estava no Kremlin no momento do alegado ataque, mas considerou tratar-se de uma tentativa para o assassinar.

A Ucrânia negou qualquer responsabilidade, bem como os Estados Unidos.

“A capacidade de mentir dos nossos amigos ucranianos e ocidentais é bem conhecida”, reagiu Lavrov em Goa, após uma reunião dos chefes da diplomacia da Organização de Cooperação de Xangai, que integra também China, Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo insistiu que Moscovo tomará medidas de retaliação contra a Ucrânia, mas sem especificar.

“Somos muito pacientes”, acrescentou, segundo a agência espanhola Europa Press.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, a diplomacia russa já tinha advertido que Moscovo “responderá de acordo com a avaliação da ameaça que Kiev criou para a liderança” da Rússia.

O ministério de Lavrov reafirmou também a acusação de que Kiev tem o apoio de países ocidentais, que lhe fornecem armas e informações, treinam os militares e “apontam-lhes alvos”.

Diversos analistas ocidentais admitiram que o incidente, mostrado pelas televisões russas, terá sido organizado por Moscovo como um ato de propaganda.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), com sede nos Estados Unidos, considerou como “extremamente improvável” que ‘drones’ pudessem atravessar os vários sistemas de defesa antiaérea instalados em Moscovo.

Imagens de satélites, captadas em janeiro, mostram que as autoridades russas instalaram sistemas de defesa de mísseis Pantsir terra-ar perto de Moscovo para o fortalecimento de círculos defensivos à volta da capital do país.

Para o ISW, um ataque “não detetado” pelos sistemas de defesa contra um objetivo tão importante como o Kremlin constituiria uma “grande vergonha para a Rússia”.

A invasão russa da Ucrânia desencadeou uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise mais grave de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O número de baixas civis e militares não é conhecido, mas diversas fontes, incluindo a ONU, dizem que será muito elevado. ANG/Lusa

 

EUA/Quatro extremistas de direita considerados culpados de ataque ao Capitólio

Bissau, 05 Mai 23 (ANG) – Quatro membros do grupo de extrema-direita Proud Boys, entre os quais o líder Enrique Tarrio, foram considerados culpados na quinta-feira de conspirar para cometer sedição, pelo ataque de 06 de janeiro de 2021 ao Capitólio.

Além de Tarrio, os outros membros do Proud Boys considerados culpados são Ethan Nordean, Joseph Biggs e Zachary Rehl.

Só por esta acusação, cada acusado está sujeito a uma pena que pode atingir os 20 anos de prisão.

Estes dirigentes do grupo foram também declarados culpados de conspirar para obstruir a certificação dos resultados das eleições presidenciais de novembro de 2020, nas quais o democrata Joe Biden derrotou o então incumbente, Donald Trump.

Foram ainda considerados culpados de uma terceira acusação, a de conspiração para interferir nas funções dos membros do Congresso nesse dia.

Os veredictos foram tomados ao fim de sete dias de deliberações em tribunal federal de Washington. Este julgamento foi o último de três grandes casos de sedição que os procuradores federais apresentaram contra figuras-chave do ataque ao Capitólio.

Em 06 de janeiro de 2021, cerca de 10 mil pessoas marcharam para o Capitólio, 800 das quais irromperam nas instalações do Congresso, quando este estava reunido para ratificar a vitória eleitoral de Biden. Na altura morreram cinco pessoas e cerca de 140 agentes policiais foram agredidos. ANG/Lusa

 

           Ruanda/Cento e trinta  vítimas mortais após chuvas torrenciais

 Bissau, 05 Mai 23 (ANG) - As chuvas torrenciais, que caíram na noite de terça para quarta-feira no Ruanda, provocaram inundações no Oeste e no Norte do país. A catástrofe fez 130 vítimas mortais.

No Distrito de Rubavu, onde houve muitas inundações, os habitantes enterram neste momento os mortos. A catástrofe fez 130 vítimas mortais, segundo o porta-voz adjunto do Governo, Alain Mukuralinda. Cinco pessoas continuam desaparecidas, e 77 foram feridas, inclusive 36 estão ainda hospitalizadas.

O Distrito de Rubavu foi afectado pelas intempéries que surpreenderam, durante o sono, as populações durante a noite de terça para quarta-feira. Ao longo da estrada principal, as casas estão completamente destruídas. Em Mahoko, vila a doze quilómetros da cidade de Rubavu, onde o rio Sebaya saiu do leito e inundou centenas de habitações.

Os habitantes tentam desde já recuperar o que não foi destruído. Há pessoas alojadas num dos centros de acolhimento, local onde foram colocados os deslocados pelas autoridades, esperando por uma solução permanente.

As zonas afectadas foram os Distritos de Rutsiro, Rubavu, e Karongi, bem como as áreas próximas do Lago Kivu.

Em declarações à RFI, Alain Mukuralinda, porta-voz adjunto do Governo, admitiu que o balanço é pesado:

“Houve muitas destruições, muitos feridos. As pessoas têm de evitar as zonas dos estragos. Estamos a concentrar as pessoas que tiveram problemas para as colocar em zonas identificadas. É o mais importante. Acho que as pessoas ficaram presas porque começou a chover durante a noite, quando as pessoas estavam em casa, quando estavam a dormir e ficaram presas. Se a chuva tivesse caído durante o dia, elas podiam ter fugido a tempo. Mas como as pessoas estavam a dormir, foram apanhadas de surpresa durante o sono, e acho que é por isso que temos um balanço muito pesado”, concluiu.

As inundações e os deslizamentos neste período de chuvas intensas são habituais. 60 mortos foram registados entre os meses de Janeiro e de Abril pelas autoridades.

De notar que no Ruanda, nos últimos cinco anos, na Província do Norte, uma das regiões mais afectadas habitualmente, 200 mortos foram contabilizados e 5000 casas destruídas.

As chuvas sazonais, muito fortes este ano, também provocaram estragos no Uganda. Seis pessoas morreram na vila de Biizi. ANG/RFI

 

 

Unicef/Mais de 1,5 milhões de crianças em risco de vida no Corno de África devido à seca

Bissau, 05 Mai 23(ANG) – Mais de 1,5 milhões de crianças nos países do Corno de África enfrentam risco de vida devido aos efeitos da pior seca dos últimos 40 anos na região, alertou  o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

“Depois de cinco estações chuvosas fracas ou que falharam nos últimos três anos no Corno de África, muitas famílias perderam o seu gado, as suas colheitas e todo o seu sustento, colocando em risco a vida de mais de 1,5 milhões de crianças devido à desnutrição aguda grave”, destaca um comunicado da agência da ONU divulgado em Nairobi.

Segundo a Unicef, “mesmo após as recentes chuvas, o solo ressequido não consegue absorver toda a água, o que provoca inundações e mais devastação”.

Citada na nota, a diretora-executiva da Unicef, Catherine Russell, que se encontrou na terça-feira, no leste do Quénia, com famílias e refugiados, salientou que apesar de finalmente ter começado a chover “o caminho para a recuperação é longo”.

“As crianças continuam a ter fome, correm o risco de contrair cólera, precisam de frequentar a escola e muitas não têm perspetivas de regressar a casa. Será necessário tempo e empenho por parte da comunidade internacional para que estas comunidades comecem a recuperar”, destacou Catherine Russell, após uma visita a Garissa, uma zona afetada pela seca, e ao campo de refugiados de Dadaab.

“As famílias perderam a maior parte do seu gado e as novas colheitas levarão meses a crescer. Agora enfrentam inundações”, acrescentou.

A Unicef recorda que a seca no Corno de África foi agravada por anos de conflito e insegurança, pelos impactos socioeconómicos da pandemia de covid-19 e pelo aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, em parte devido à guerra na Ucrânia.

“No Quénia, na Etiópia e na Somália, mais de 2,5 milhões de pessoas foram deslocadas devido à seca. À medida que as famílias são levadas à beira do abismo, as crianças passam fome, faltam à escola, são forçadas ao trabalho infantil ou ao casamento precoce e adoecem, nomeadamente devido a surtos de cólera. Com os ciclos de seca seguidos de inundações, a próxima crise devastadora pode ocorrer antes de as crianças e as suas famílias terem tido a oportunidade de recuperar”, vinca-se no comunicado.

Para financiar este ano os projetos de ajuda humanitária na região, a Unicef está a solicitar 759 milhões de dólares (686 milhões de euros) para “prestar apoio vital” a 16,6 milhões de pessoas – incluindo 12,2 milhões de crianças – na Etiópia, Quénia e Somália.

Desse montante, 137,5 milhões de dólares (124,4 milhões de euros) são necessários para o Quénia e são necessários mais 690 milhões de dólares (624 milhões de euros) para apoiar comunidades das zonas afetadas pelas alterações climáticas em 2023 e 2024. ANG/Inforpress/Lusa

 

Sudão/ Amigos de ontem inimigos de hoje     “Por Frederico Issuzo,da ANGOP”                                                   

Bissau, 05 Mai 23 (ANG) – Depois de sistemáticas crises no Leste da República Democrática do Congo (RDC), cuja resolução conta com forte empenho das autoridades angolanas, a União Africana (UA) acaba de confrontar-se com mais um duro desafio: apaziguar o Sudão.

A organização, que busca por soluções duradouras para pôr fim ao conflito entre a RDC e o Rwanda, tem agora sobre a mesa o dossier Sudão, país onde paira uma ameaça de nova guerra civil, de consequências imprevisíveis.

A poucos dias do 60.º aniversário da sua fundação, a organização pan-africana, criada a 25 de Maio de 1963, vê crescer o mapa de zonas turbulentas no continente, realidade que desafia a sua autoridade e capacidade de influência.

A virulência dos combates nas ruas da capital sudanesa, Cartum, iniciados a 15 de Abril deste ano, já provocou um número assustador de vítimas, com altos fluxos de refugiados contabilizados, diariamente, em direcção aos países vizinhos.

Isso obrigou a evacuação geral daquele país de diplomatas e cidadãos estrangeiros de quase todas as nacionalidades, num cenário caótico e de pânico generalizado.

Em menos de duas semanas, os confrontos fizeram mais de 500 mortos e quatro mil feridos, enquanto dezenas de milhares de pessoas abandonaram o país.

As projecções da ONU apontam para cerca de 800 mil refugiados esperados nos Estados vizinhos, depois dos mais de 100 mil já chegados a países como o Sudão do Sul, o Tchad, a Etiópia, o Egipto, a Eritreia e outros.

No centro da disputa estão o actual chefe de Estado de facto, Abdel Fattah al-Burhan, e o seu adjunto Mohammed Hamdan Dagalo “Hemetti”, que num passado recente se juntaram para destituir o Presidente Omar al-Bashir.

Burhan e Hemetti são dois generais aliados que se desentenderam sobre a condução do processo de  transição gerado pelo golpe de Estado militar de 2019 contra o regime de Omar al-Bashir, o seu mentor comum. 

Chefe máximo das Forças Armadas Sudanesas (FAS), o general Burhan preside à Junta que governa actualmente o Sudão, enquanto Hemetti, seu vice, lidera as Forças de Apoio Rápido (RSF, sigla em inglês), poderosa milícia herdeira do grupo Janjawid de Darfur. 

O pomo da discórdia teria sido uma tentativa de Burhan de dissolver as RSF para a sua integração no Exército regular, o que Hemetti não via com bons olhos.

Este último estaria a recear a perda eventual da sua influência política proporcionada, em parte, pelo poder econômico conquistado à frente desta milícia criada por Bashir e detentora de um vasto património financeiro.

Para Hemetti, a espoliação dos recursos económicos e financeiros das RSF e o seu afastamento dos corredores do poder seriam os verdadeiros objectivos do projecto integracionista fomentado por Burhan.

Apercebendo-se deste “perigo iminente”, Hemetti ter-se-ia adiantado no terreno, fazendo transportar sorrateiramente as suas tropas para Cartum e abrir as hostilidades.

Com cerca de 46 milhões de habitantes e uma área de 1,8 milhão de quilómetros quadrados, o Sudão é hoje o terceiro maior país de África, em termos de superfície, depois da Argélia e da RDC.

Já foi o país mais vasto do continente africano antes da secessão do sul, em 2011, na sequência de um referendo organizado de 9 a 15 de Janeiro do mesmo ano.

Omar al-Bashir governou o Sudão de 1989 a 2019, antes de ser derrubado pelos militares sob as ordens de Barhan e Hemetti, em 11 de Abril de 2019, durante uma revolta popular provocada pela subida do preço do pão.

A revolução começou, em 19 de Dezembro de 2018, com  manifestações de rua para protestar contra tal aumento, numa altura em que o país enfrentava uma hiperinflação que atingira os 70 por cento.

Os manifestantes passaram a exigir a partida de Bashir, que, entretanto, se recusava a deixar o poder, permitindo a repressão violenta dos protestos, até 11 de Abril de 2019, quando as chefias militares ordenaram a sua prisão.

Mas a detenção de Bashir não bastou para pôr fim aos protestos de rua, porque os manifestantes passaram a exigir que os militares entregassem o poder aos civis.

Depois do “Massacre de Cartum”, em que morreram mais de 100 pessoas na repressão dos protestos, em 3 de Junho do 2019, uma aliança dos grupos organizadores das manifestações assinou com os militares um Acordo Político de Transição e um Projecto de Declaração Constitucional.

Foi então criado um Conselho de Soberania integrado por civis e militares, como principal órgão do Estado coadjuvado por um primeiro-ministro na pessoa de Abdalla Hamdok, um economista de 61 anos e antigo funcionário das Nações Unidas.

Mas, em 25 de Outubro de 2021, os militares detiveram os integrantes civis do governo de transição, incluindo Abdalla Hamdok, num golpe de Estado liderado por Burhan, que em seguida declarou Estado de Emergência.

Este acto pôs fim ao acordo de partilha de poder entre os militares e os civis e que devia desembocar na organização de eleições em finais de 2023.

Cerca de um mês antes, o governo do primeiro-ministro Hamdok havia denunciado uma tentativa de golpe orquestrada pelos militares, o que levou à detenção de 40 elementos das Forças Armadas.

Hamdok viria a ser reconduzido ao seu posto, em 21 de Novembro de 2021, na sequência de um acordo político assinado por Burhan, para devolver a transição a um governo civil e libertar todos os presos políticos detidos durante o golpe.

Em 2 de Janeiro de 2022, Hamdok anunciou a sua demissão do cargo de primeiro-ministro, na ressaca de uma das mais mortíferas manifestações de rua em que foram detidas mais de mil pessoas, incluindo 148 crianças, por contestarem contra o golpe de Estado.

Em finais de 2022, iniciaram-se negociações com mediação internacional para um novo plano de devolução da transição aos civis, cujos termos e condições expuseram as divergências entre Burkan e Hemetti que degeneram nos violentos confrontos iniciados a 15 de Abril de 2023. 

Tentativas de negociações indirectas entre Hamdok e os militares para a libertação dos prisioneiros políticos e restaurar a partilha do poder foram sem sucesso.

O novo conflito sudanês nasce numa altura em que África  tem profundas crises políticas ainda por resolver, no Mali, no Burkina Faso e na Guiné-Conakry, entre outros, sem falar da secular hipertensão diplomática entre o Rwanda e a vizinha RDC.

No Mali e no Burkina Faso, uma sucessão de golpes de Estado, iniciada em 2020, foi justificada pelos militares por uma alegada incapacidade dos poderes então destituídos para erradicar o terrorismo jihadista que semeava terror e insegurança entre as populações do Sahel.

Até França, antiga potência colonial, pagou as favas com a perda para a Rússia dos privilégios da cooperação bilateral e a saída compulsiva das suas tropas antes estacionadas nos dois países para ajudar a combater o jihadismo.

Por seu turno, os militares na Guiné-Conakry invocaram má governação e desrespeito aos princípios democráticos para derrubar Alpha Condé, a 5 de Setembro de 2021, após a sua controversa reeleição para um terceiro mandato. 

E tanto no Mali quanto no Burkina Faso, acalentou-se esperanças de um regresso rápido à paz e à estabilidade, quando os militares proclamaram a sua determinação de fazer da segurança o objectivo principal da sua acção.

Às sanções impostas pela União Africana e por organismos sub-regionais, incluindo a suspensão das instâncias internacionais e embargos económicos e financeiros, os militares responderam com indiferença e desprezo, depois de várias tentativas fracassadas de mediação.

Hoje, decorridos três anos desde então, quase nada mudou. Pelo contrário, há uma tendência geral de agravamento da situação, com uma nova onda de ataques ou atentados mortíferos contra alvos civis e militares.

Os últimos desenvolvimentos no terreno confirmam que os militares não foram capazes de reverter a tendência da insegurança crescente e o futuro continua incerto.

Os ataques armados continuam a ceifar vidas de civis e soldados malianos e burkinabes, ao passo que Conakry está a braços com um descontentamento popular generalizado por falta de electricidade.ANG/Angop

 

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Cooperação/Governo e  União Europeia assinam acordo para o desenvolvimento urbano verde e inclusive

Bissau,04 Mai 23(ANG) – O governo através do Ministério das Finanças e a União Europeia, assinaram hoje, em Bissau,  dois acordos sobre o desenvolvimento urbano verde e inclusivo, que prevê o investimento de  38  milhões de euros cerca de 25  mil milhões de francos CFA.

Segundo  o ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té  o referido acordo se enquadra  no programa multianual indicativo de cooperação entre a Guiné-Bissau e a União Europeia.

O governante recordou que, no decurso do ano em curso, já foram assinados dois outros acordos de financiamentos, sendo o principal relacionado com o reforço da capacidade governativa no sector da saúde e educação.

Vieira Té frisou que o segundo componente do acordo está relacionado com a intervenção no domínio de saneamento básico, ou seja na gestão dos resíduos.

“O país se depara com enormes problemas em termos de saneamento básico nos seus diferentes bairros”, salientou.

Aquele responsável disse que a escolha do domínio de saneamento básico constitui um ponto muito importante e crucial para que o país possa, de facto, erguer-se neste domínio.

O ministro das Finanças disse que o acordo irá abranger igualmente o domínio da água potável, que diz ser as  carências que ainda persistem na capital Bissau e nas regiões do país, para que toda a populações possa ter água de qualidade para o seu consumo.

O embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau, Artis Bertulis, explicou que o referido montante divide-se em 17 milhões de euros para a educação e  formação profissional, e 21 milhões para as cidades verdes e inclusivas.

“Este financiamento se inscreve  no Programa indicativo Plurianual da União Europeia com a Guiné-Bissau para o período 2021-2027 que tem um valor de 112 milhões de euros”, disse o embaixador.

Aquele diplomata disse que o Programa Indicativo Plurianual para a Guiné-Bissau identifica três domínios prioritários de intervenção, nomeadamente, desenvolvimento urbano, economia verde e inclusiva, boa governação e estabilidade. ANG/ÂC//SG

Negócios/Governo e PNUD promovem Fórum sobre Indústria Criativa e Propriedade Intelectual

Bissau ,04  Mai  23 (ANG) – O Governo através do Ministério da Cultura, Juventude e Desportos e o Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), promovem a partir desta, quinta-feira, em Bissau, um Fórum Sectorial sobre Indústria Criativa e Propriedade Intelectual denominado de Bissau Rising, com objectivo de catalisar a economia criativa.


Falando no acto de abertura do evento, o ministro da Cultura, Juventude e Desportos, Augusto Gomes disse que a iniciativa tem vindo a proporcionar um espaço de reflexão sobre a vida pública do país, frisando que a indústria cultural criativa é também um sector de oportunidade para o investimento .

“Em Novembro do ano passado tivemos o primeiro Bissau Rising onde refletimos sobre as oportunidades que a Guiné-Bissau oferece para o investimento, evoluímos rapidamente para chegarmos a essa conclusão de como o sector da cultura e da arte podem contribuir para, de uma forma séria, para o investimento no país”, disse.

Gomes frisou que a iniciativa é um privilégio para o setor e  que irão fazer de tudo  para que a reflexão que saíra do  Bissau Rising sobre setor da indústria possa inspirar  as mulheres e homens da cultura, e aos  empresários a construírem projetos sustentáveis no setor .

Por seu turno, o representante do PNUD na Guiné-Bissau, Tjark Egenhoff disse que esta segunda fase do Bissau Rising é tão importante como o primeiro.

“Poderíamos ter escolhido falar da agricultura ,dos transportes, mas acho que essa opção que combina a expressão genuína humana com a oportunidade económica foi uma boa escolha e deve-se iniciar com artes criativa uma vez que o país celebra este ano os seus 50 anos da independência”, disse Egenhoff.

Segundo o representante do PNUD,  para  isso, precisa-se de uma expressão e também de um sonho de deixar não só um legado, mas de pensar o futuro bem como  o desenvolvimento económico social ,ambiental e politico da Guiné-Bissau.

No encontro de três dias os participantes vão discutir temas como indústria criativa e caminhos para o desenvolvimento, propostas de fortalecimento da regulamentação para organização e procedimento dos actores culturais entre outros .

A cerimónia de abertura do fórun contou com as presenças  dos embaixadores de Cabo Verde, Nigéria e Africa do Sul, para além de homens e mulheres ligados a arte e cultura,  bancos comerciais e empresários nacionais e estrangeiros.ANG/MSC/ÂC//SG

 

 

 

 

     Repatriamento/Estudantes guineenses no Sudão regressam ao país

 
Bissau, 04 Mai 23 (ANG) – Os nove estudantes guineenses que se encontravam no Sudão regressaram na, quarta-feira, ao país, graças as diligências  do Executivo  e da Presidência da República.


Em declarações à imprensa no aeroporto Internacional Osvaldo Vieira,em Bissau, após à chegada dos estudantes, a Secretária de Estado das Comunidades, Salomé Allouche dos Santos disse que o momento é de alegria, quer para os familiares assim como para o país, porque pairavam incertezas sobre o regresso desses jovens estudantes.

 

Allouche dos Santos prometeu que o governo vai fazer de tudo para garantir que esses estudantes possam concluir a formação, e receber a  assistência necessária.

 

“O executivo conseguiu entrar em contacto, logo nos primeiros momentos, com esses estudantes, graças a intervenção do Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, através do apoio do seu homólogo do Senegal Macky Sall”, revelou Salomé dos Santos.

 

Malam Indjai, porta-voz dos estudantes regressados afirmou que não receberam nenhuma ameaça das autoridades sudanesas nem de cidadãos e diz que  todos estavam seguros na residência universitária a aguardar pelas diligências das autoridades nacionais.

 

“Conseguimos sair do Sudão graças ao apoio do nosso governo,  em particular do Presidente da República. O embaixador Dionísio Seide para a Arábia Saudita e Etiópia também ajudou bastante para o nosso regresso”, realçou.

 

De acordo com Malam Indjai, apenas uma das estudantes  se encontrava na zona de perigo, mas que, felizmente, tudo correu bem com ela, graças à dedicação feita pela universidade.

Indjai disse que ela foi  retirada da zona de perigo com vida e ilesa. “Estávamos seguros  na residência universitária. Não sofremos nenhuma perseguição nem ameaças, porque o povo sudanês é um povo acolhedor e humilde que respeita os estrangeiros”, declarou.

 

Malan Indjai pede  apoios dos Ministérios da Educação Nacional,  e dos Negócios Estrangeiros e outras entidades estatais para que possam prosseguir os seus estudos.

 

O regresso desses estudantes deve-se a insurreição armada entre paramilitares e as forças do governo que já resultou em centenas de mortes, de acordo com os dados das Nações Unidas.

 

O conflito colidiu no meio de um processo de transição democrática depois do golpe de Estado de 2021. ANG/DMG/ÂC//SG

 

 

UNTG/Sindicalistas denunciam “tentativa de sequestro” do Secretário-geral da organização

Bissau, 04 Mai 23(ANG) - Os sindicatos filiais da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Central Sindical ( UNTG-CS) denunciaram esta quarta-feira, o que dizem ser “tentativa de sequestrro” ao  Secretário-geral da maior Central Sindical guineense, Júlio Mendonça, noticiou a Rádio Capital.

Vista da sede da UNTG

“A UNTG-CS tinha agendado uma manifestação no primeiro de Maio, mas, infelizmente, tivemos informações fidedignas em como havia  planos para sequestrar e espancar o Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné", revelou o sindicalista Seni Djassi, Porta-voz de Frente Comum dos Sindicatos do Setores de Educação, que considerou ainda "injusto" o que a UNTG-CS está a enfrentar.

De acordo com Malam Homi Indjai,presidente do sindicato de base dos funcionários do Ministério das Finanças, a UNTG-CS será assaltada brevemente, isto baseando nas informações que têm.

“Há membros do Governo que patrocinam um grupo contra a direção do Central Sindical”, acusou Homi Indjai.

“Queremos  chamar a atenção a alguns membros do atual Governo de que a UNTG-CS não é uma estrutura partidária. O  Secretário-geral da UNTG-CS é escolhido dentro do colégio de delegados indigitados pelas estruturas filiais da Central Sindical. O Conselho Central da UNTG-CS tem 150 membros permanentes, não se pode organizar um congresso sem a  maioria desses. Não vale a pena continuamos a ter este tipo de estado onde o tribunal decide e outro faz contrário”, refere o sindicalista.

Por sua vez, o porta-voz da Frente Social, Yoyo João Correia, disse que estão  perante um ataque com a pretensão de aniquilamento do  sindicalismo na Guiné-Bissau.

Correia pede união entre sindcalistas e diz tratar-se de um ataque frontal contra a democracia e a UNTG-CS.

“É de conhecimento de todos a história de carros que certos líderes sindicais receberam, outros  perderam congressos e recusaram entregar as chaves da sede. Atualmente pretendem assaltar o poder”, replicou.

Na semana passada, um grupo de sindicalistas liderado pelo ex-líder do Sindicato Democrático dos Professores, Laureano Pereira, realizou um  “congresso a margem da decisão do tribunal", que tinha dado improcedente o seu recurso.  O Grupo empossou Laureano como novo Secretário-geral da UNTG.  ANG/JD/ÂC//SG