Cabo Verde/Ministro do Turismo é constituído arguido e põe o lugar à disposição
Bissau, 31 Jan 25 (ANG) – O ministro do Turismo e Transportes de Cabo Verde decidiu colocar o cargo à disposição, após ter sido constituído arguido num processo judicial relacionado com suspeitas de branqueamento de capitais, num processo anterior à sua participação no governo.
Em declarações aos jornalistas, na Cidade da Praia, Carlos
Santos declarou a sua inocência e expressou confiança na Justiça. "Coloquei o cargo à disposição do
senhor primeiro-ministro na semana passada por duas razões: para poder defender
o meu bom nome e para que o governo não seja afectado por uma suspeita tão
grave", afirmou o ministro, após a notícia ter sido
divulgada pelo portal Santiago Magazine.
O ministro do Turismo e Transportes explicou que, em 2014, um
advogado seu amigo de longa data, Amadeu Oliveira, lhe pediu que recebesse
25.000 euros numa conta bancária em Portugal, alegando que o dinheiro era
proveniente de um cliente ao qual ele tinha prestado serviços de advocacia.
Segundo Carlos Santos, a operação foi justificada com o facto de Oliveira não
ter conta bancária em Portugal.
"Com base na nossa relação de confiança e pelo facto de ser
advogado, aceitei o pedido e disse-lhe que poderia devolver o valor em Cabo
Verde, o que efectivamente fiz. Aceitei por ter uma obrigação financeira mensal
em Portugal, devido a um empréstimo que contraí para a compra de um
apartamento", explicou.
Na semana passada, o Ministério Público de Cabo Verde notificou
Carlos Santos, informando-o de que a operação financeira em questão era alvo de
investigação por suspeitas de branqueamento de capitais. O ministro afirmou que
sempre considerou a transação como um simples empréstimo, realizando-a de
boa-fé, e que entregou à procuradora responsável cópias dos e-mails trocados na
altura, bem como os registos do depósito e das devoluções dos valores.
"Estou surpreendido, estupefacto e triste. O que para mim
foi uma simples transação, uma operação financeira feita de boa-fé, foi agora
transformada em suspeita", lamentou Carlos Santos, acrescentando que toda esta situação
aconteceu entre 2014 e 2016, ou seja, quatro anos antes de assumir o cargo de
ministro.
Carlos Santos foi nomeado para o cargo de ministro do Turismo e
Transportes em Janeiro de 2020, na IX legislatura, sucedendo José Gonçalves.
Manteve-se no cargo na X legislatura, desde 2021, sob a liderança do
primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva. ANG/Lusa
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