RDC/ Presidente angolano exige saída das tropas ruandesas
Bissau, 30 Jan 25 (ANG) – A crise na República Democrática do Congo (RDC) agravou-se nos últimos dias depois de o grupo armado Movimento 23 de Março (M23) ter reclamado o controlo da cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte. O Presidente angolano exigiu, esta quarta-feira, a saída das tropas ruandesas e condenou a ocupação de Goma pelos rebeldes do M23.
João Lourenço convocou uma cimeira urgente em Luanda
para restaurar o diálogo e garantir um acordo de cessar-fogo.
O conflito na República Democrática do Congo (RDC) continua a
deteriorar-se, esta quarta-feira o Presidente angolano, João Lourenço, exigiu a
saída imediata das tropas do Ruanda e a condenou a ocupação de Goma pelos
rebeldes do M23, grupo armado apoiado por Ruanda. João Lourenço pediu a criação
de condições para estabilizar a região, incluindo a normalização do aeroporto
de Goma e a entrada de ajuda humanitária. O Presidente angolano convocou uma
cimeira urgente em Luanda, com o objectivo de restaurar o diálogo e garantir o
cumprimento de um acordo de cessar-fogo.
João Lourenço, que actua como mediador da União Africana, reforçou
que tanto a RDC quanto o Ruanda devem respeitar os compromissos assumidos no
Processo de Luanda. A intervenção do chefe de Estado angolano visa a
neutralização dos grupos armados e a normalização das condições de vida para os
milhões de deslocados internos na região. A crise, que se intensificou desde
2024, ameaça não só a estabilidade da RDC, mas também de toda a região dos
Grandes Lagos. A ONU alerta para o agravamento da crise humanitária, com mais
de 6 milhões de deslocados e a cidade de Goma à beira do colapso.
Em relação ao impacto do conflito, o investigador e antropólogo
guineense, Mamadú Jao, afirma estar preocupado com o sofrimento das populações
civis. "É um
drama, particularmente para as populações civis, que não estão directamente
implicadas", afirmou o antigo comissário da CEDEAO, destacando
que a situação na RDC se transformou de um problema interno para um foco de
conflito regional. Mamadú Jao espera que a cimeira da Comunidade da África
Oriental alcance uma solução, embora reconheça que "a radicalização das partes envolvidas
dificulte uma resolução rápida".
A situação no leste da RDC, onde os rebeldes do M23 continuam a
avançar, tem raízes profundas, incluindo a disputa por recursos minerais
estratégicos como coltão e cobalto. Os esforços de mediação, especialmente as
cimeiras em Luanda, não conseguiram impedir a escalada do conflito. Mamadú Jao
alerta que "o
processo de resolução vai ser complexo" e reforça "a necessidade de esforços
diplomáticos contínuos para evitar que a crise se agrave ainda mais".ANG/RFI
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